O Comércio

SEMINÁRIO SOBRE CIÊNCIA NÁUTICA E TÉCNICAS DE NAVEGAÇÃO DOS SÉCULOS XV E XVI

Luís Albuquerque*

Nos dias 3, 4 e 5 de Novembro de 1987 realizou-se no Auditório do Palácio da Praia Grande, em Macau, um seminário sobre "Ciência Náutica e Técnicas de Navegação dos séculos XV e XVI" nos Oceanos Atlântico, Índico e Pacifíco, organizado pelo Instituto Cultural de Macau e pela Direcção dos Serviços de Marinha.

Esta oportunidade para um encontro de especialistas chineses e portugueses, que se ocuparam da arte de navegar posta em prática pelos pilotos e navegadores dos respectivos países naqueles recuados tempos, permitiu uma primeira abordagem dos pontos de convergência e também das soluções diferenciadas existentes nas práticas de marinheiro que, no início das actividades em análise, se desconheciam inteiramente. Sem que fosse possível, no curto lapso de tempo de três dias de trabalho, aprofundar até o limite desejável todas essas aproximações e diferenças, ficou-se com a ideia segura de que, perante dificuldades do mesmo tipo, os homens do mar orientais e ocidentais tentavam encontrar soluções radicadas nos mesmos princípios ou nas mesmas ideias, e estas não raras vezes extraordinariamente próximas.

Tal como para Portugal, o século XV foi um período de expansão marítima para a China; com efeito, os navegadores chineses estenderam as suas expedições muito para além do mar ao largo do seu vasto território, visitando o Índico, que desbravaram em vários sentidos, pois não só visitaram a península do Índostão e a costa oriental da África, como chegaram à ilha "da Lua" (a que os portugueses chamariam de S. Lourenço) e ao Golfo Pérsico, em especial a Ormuz (a Hulumus dos chineses). Esta expansão, que atingiu o seu maior desenvolvimento sob o comando do navegador Zheng He - a que foi dedicada particular atenção no decurso do seminário, como adiante se dirá -, iniciara-se anteriormente; algumas fontes chinesas apontam para o século XI, o que se tem pretendido ser exagerado; mas no início do último quartel do século XIV pode-se dizer que havia na Europa um razoável conhecimento das viagens marítimas chinesas, porque o atlas catalão de Cresques, datável de 1375 e hoje conservado na Biblioteca Nacional de Paris, representa sobre uma área marítima, que coincide com o Oceano Índico, uma embarcação a que chama junco (ou, em catalão, junch), e com todas as características dos célebres navios chineses desse nome.

Todavia, quando os navios de Vasco da Gama chegaram ao Índico, a actividade marítima chinesa entrara já num período de retracção; as armadas da China, com um menor número de navios, não avançavam então para além do porto de Malaca, onde Diogo Lopes de Sequeira as foi encontrar, estabelecendo aliás com os marinheiros chineses (que nas crónicas portuguesas são referenciados com alguma atenção) as mais cordeais relações de convívio. É muito possível que logo as duas técnicas de navegação se tivessem intercomunicado, e a comunicação do Dr. Zheng Yi Jun, adiante com mais espaço referida, deixa-nos em dúvida se as tavoletas da Índia, trazidas para Portugal, seriam na verdade de origem árabe, como em geral se admite, ou não são antes, e preferentemente, réplicas de algumas das doze tábuas de "levar estrelas" de que nos fala o clássico chinês Li Yu.

Somos forçados a deixar este problema em aberto - mas não é caso único: muitos outros, embora se tenham sugerido pistas e apontado caminhos para futuras indagações, ficaram também em suspenso. Isto verifica-se porque, e apesar de alguns trabalhos publicados no Ocidente acerca da história da Ciência e das técnicas chinesas (e saliento em particular os monumentais estudos de J. Needham), o historiador ocidental dificilmente tem aceso às fontes chinesas, e desde logo por dificuldades linguísticas.

É claro que a recíproca também é exacta. Os historiadores chineses não têm facilmente ao alcance a história do Ocidente, e tal aproximação ainda torna mais difícil quando se trata da história dos acontecimentos científicos e tecnológicos, em verdadeira explosão na Europa desde o século XVI.

Todos os participantes no seminário o reconheceram, e por isso no terceiro ponto das conclusões, aprovadas por unanimidade, se diz que, "considerando que a principal barreira para a troca de conhecimentos entre os participantes dos dois países, é a da língua", se recomendava que fossem "envidados os esforços possíveis no sentido de se promover a tradução de textos fundamentais, de modo a facilitar a sua maior difusão, como alicerce para reuniões futuras".

Esta recomendação não põe de modo algum em causa o admirável trabalho das tradutoras-intérpretes, incansáveis no apoio que deram, e dominando perfeitamente a língua portuguesa (a sua origem chinesa, é garantia dos aprofundados conhecimentos do mandarim que possuem). No entanto, devemos pensar que, se uma versão correcta do português ao chinês (ou vice-versa) oferece enormes dificuldades, essas dificuldades acrescem-se de um modo incomensurável quando se trata de uma linguagem técnica e ainda, para além disso, arcaica - em que tanto portugueses como chineses recorriam muito frequentemente a uma escrita sincopada, com palavras apenas subentendidas. Quer isto dizer que, por excelentes que sejam as intérpretes, nestes casos elas têm de ser constantemente apoiadas por especialistas nas matérias em causa de um e de outro dos Países interessados; isso fez-se, embora de um modo um tanto apressado, relativamente às versões de português para chinês, mas penso, a avaliar pelas dificuldades que tive na leitura das comunicações dos nossos colegas chineses, que não terá sido feito em relação à transcrição desses textos para português. Creio ser este um problema prioritário a considerar em futuros encontros, se eles por acaso vierem a ter lugar, como é desejável, porque estabelecem mais alguns sólidos elos entre as duas culturas em presença.

Das cinco comunicações apresentadas pelos participantes chineses, três incidiram sobre as viagens de Zheng He, analisando com bastante pormenor não só as técnicas de navegação e pelos seus pilotos postas em prática, como também as causas de ordem social e cultural que estiveram na origem da expansão de que Zheng He foi o grande intérprete, e ainda a importância que as extensas expedições marítimas deste grande navegador tiveram nos estudos de Geografia.

Este último tema foi rápida mas incisivamente tratado pelo Dr. Iu Zhong Xun, investigador do Instituto de Investigação de Geografia (Instituto de Ciência da China, Pequim) e sub-director da Comissão Profissional de História e Geografia; neste trabalho o seu Autor deu notícia dos lugares visitados por Zheng He nas sete viagens que realizou ao longo de vinte e oito anos (entre 1405 e 1433), abonando-se em grande número de fontes chinesas, na sua maior parte, senão mesmo na sua totalidade, desconhecidas no Ocidente. Para se ter ideia da extensão destas explorações basta dizer que no decurso da sua última viagem, iniciada em 1431, Zheng He terá visitado Java, Malaca, Cambodja, Samatra, Ceilão, Maldivas, Cochim, Ormuz, Adém, Meca (entrou, pois, no Mar Vermelho!), Socotorá, Melinde, Mombaça, etc.; por outro lado, a sua repercussão fica atestada pela existência da "Carta Náutica de Zheng He" que, segundo o Dr. Niu "é das mais antigas que se conhecem" e foi bastante divulgada.

No seu trabalho sobre "A Origem Cultural e Social das Navegações da Frota de Zheng He nos Séculos XV e XVI", o professor Jiang Yi Hua, da Universidade de Funan, preocupou-se principalmente em detectar as causas que motivaram o apogeu, e logo em seguida a rápida queda da marinharia chinesa; ou, para usarmos as suas palavras: "A História mostra que a China foi, nos séculos XV e XVI, um dos países que mais desenvolveu a navegação marítíma; lamentavelmente, no entanto, esse progresso foi abandonado. Enquanto o Ocidente, com o estímulo das viagens de Colombo, Vasco da Gama e Magalhães dava passos gigantescos (...) a organização náutica governamental chinesa foi deixada de lado e o comércio e a pirataria foram severamente reprimidos e proíbidos. A ciência da navegação entrou em decadência". O trabalho do professor Jiang glosa esta ideia, com pormenores de muito interesse e que nos causam a nós, historiadores do Ocidente, verdadeiras perplexidades: a enorme dimensão de muitos dos navios da frota de Zheng He, bem como de extensas rotas percorridas, atingindo os cem mil quilómetros, são dois exemplos das nossas surpresas.

O Dr. Zheng Yi Jun, assistente de investigação do Instituto de Investigação do Oceano (Instituto de Ciência da China, Pequim), ocupou-se da arte náutica chinesa, trazendo ao conhecimento dos presentes pormenores deveras interessantes - embora, a nosso ver, nem sempre suficientemente claros e, em alguns casos, também de comprovação difícil. Ficou fora de dúvida, no entanto, que os pilotos de Zheng He praticavam uma navegação astronómica que, em alguns aspectos (com o recurso à observação de estrelas da constelação Ursa Menor), teria pontos de contacto com a arte náutica ocidental. O Dr. Zheng terminou a sua alocução por estas palavras: "Na ocasião em que se comemora o V Centenário dos Descobrimentos Portugueses, importa fazer um balanço das contribuições que, como pioneira da navegação, a frota de Zheng He deu ao avanço técnico e científico no domínio náutico, de modo que nos sintamos estimulados a desenvolver a ciência náutica mundial e a estreitar ainda mais o intercâmbio amistoso entre os povos de todos os países da terra"; assim se sintetizou, de um modo bem expressivo, as razões e as preocupações que nos reuniram, e assim se projectou para o futuro a continuação dos trabalhos iniciados neste seminário.

"O Papel de Xu Jing na História das Comunicações Marítimas da China" é o título da comunicação apresentada pelo professor Wang Wenchu, da Universidade de Fudan (Instituto de História e Geografia); o Autor preocupa-se neste seu trabalho em fazer a história das relações marítimas do seu país com a Coreia (Gaoli), particularmente no tempo da dinastia Song (séculos X-XII); apoia-se para isso na copiosa documentação, em grande parte desaparecida, mas de que se conhecem citações ou de que se fizeram extractos mais ou menos longos em obras posteriores. Repetimo-nos: o problema das fontes é, para o estudioso ocidental que se interesse pela história da China, de primordial importância; só o seu conhecimento permitirá um diálogo aberto e produtivo com os seus colegas chineses, e daí a oportunidade do já referido terceiro ponto das conclusões.

O professor T'ien Ju Kang, também da Universidade de Fudan (Faculdade de História), tratou do "Apogeu e Declínio do Junco Chiês; Mercadores, Empresários e Cules (1600-1850)". Apesar das balizas temporais do título, no contexto o professor T'ien reconheceu que o junco terá atingido um primeiro nível de perfeição, depois de sucessivos progressos, que decorreram desde o século XII; mas a comunicação está muito mais voltada para o comércio e as emigrações que os juncos facilitaram ao longo de séculos, do que para a arqueologia naval - ou para a evolução da construção de navios. O que não quer de modo algum significar que careça de significado, antes pelo contrário; com efeito, parece-me fora de dúvida que a longa permanência do junco co-mo navio de grande utilidade, e as suas sucessivas transformações ficam cabalmente explicadas pelo seu papel económico e social; foi isso que o autor da comunicação fez, e bem.

Os cinco participantes portugueses activos no seminário apresentaram outros tantos trabalhos, quatro deles relacionados exclusivamente com a náutica ocidental dos séculos XV e XVI e o quinto (do signatário desta notícia) dirigido à repercussão clara da náutica oriental num espécime da cartografia portuguesa.

O Almirante Rogério de Oliveira, presidente da nossa Academia de Marinha, tratou da "Caravela Bartolomeu Dias", ou seja, da reconstituição de uma caravela dos finais do século XV, em especial dos trabalhos que dirigiu, dos problemas que enfrentou e das opções para que teve de se inclinar (e as razões por que o fez!) na tarefa de programar e depois dirigir a construção dessa réplica, a navegar o caminho do extremo sul da África no momento em que estas linhas se escrevem. Retenha-se aqui, porque justifica a solução adoptada de um modo cabal, o seguinte passo da exposição do Almirante Rogério de Oliveira: "Em primeiro lugar, o objectivo inflexível de se reproduzir rigorosamente uma caravela dos descobrimentos, (...) não se consentindo quaisquer desvios de ordem prática, nunca seria atingido. De facto, o conhecimento da morfologia e, funcionalidade da caravela dos descobrimentos é escasso e controverso. Havia sempre que se conjecturar ou mesmo imaginar soluções para preenchimentos de lacunas insondáveís".

O Dr. Manuel Leitão, médico, velejador experimentado e membro efectivo da Academia de Marinha, ocupou-se de "A Marinharia dos Descobrimentos Marítimos Portugueses"; o texto trata de vários tipos de navegação à vela, com particular incidência sobre as viagens realizadas no Atlântico e no Índico nos séculos XV e XVI e sobre os condicionalismos, impostos pelas condições de Geografia Física, que sobre elas recaíam. No texto presta-se particular atenção ao tipo de velame adoptado nas embarcações daquela época, com instrutivos e numerosos pormenores de ordem técnica; trabalho tanto mais meritório quanto é certo que alguns dos que estudam rotas e viagens daquele tempo se esquecem por vezes de que então se navegava à vela.

Navegava-se à vela, é certo, mas iniciava-se a navegação astronómica, como o Comandante Soeiro de Brito, vice-presidente da Academia de Marinha e professor da Universidade Nova de Lisboa, nos recorda no seu trabalho intitulado: "Da invenção pelos Portugueses da Navegação Astronómica por Alturas". Esta conquista foi realizada por sucessivas fases, e alcançada na medida em que os navegadores tiveram necessidade de se engolfar no mar largo. A história apaixonante desta aventura técnica, o que se encontra por trás das soluções encontradas, o que se alcançou e o que foi substituído, tudo isso nos é relatado em cerca de 25 páginas de permanente interesse. Como me tenho interessado particularmente por este capítulo da História das navegações, posso ser tido aqui por suspeito; esforcei-me, todavia, por ser inteiramente objectivo no juízo de valor expresso, e estou persuadido de que consegui esse fim.

O comandante A. Estácio dos Reis, igualmente membro efectivo da Academia de Marinha, ocupou-se de "Instrumentos Náuticos", tema que desde há muito o tem ocupado, e com alguns resultados assinaláveis; assim, deve-se ao comandante Estácio dos Reis a ideia, posta em prática, de datação de Instrumentos náuticos antigos a partir de processos químicos; e também lhe devemos um precioso catálogo dos globos existentes em Portugal. Na comunicação apresentada em Macau, Estácio dos Reis ocupou-se dos quatro instrumentos mais usados na navegação durante os séculos XV e XVI, ou seja, dos quadrantes, dos astrolábios e das balestilhas (todos instrumentos astronómicos que foram introduzidos na prática de pilotar pela ordem em que os citamos) e ainda as ampulhetas e os prumos, estes últimos bastante antigos na marinharia portuguesa; pois existe um documento do primeiro quartel do século XV que os retere. O Autor da comunicação dedica palavras de apreciação ao valor prático de cada um dos instrumentos ou dispositivos citados, salientando a importância que todos eles tiveram na modernização da arte de navegar.

Pela minha parte, retomei um trabalho há anos preparado com o Dr. J. Lopes Tavares, e procurei mostrar que no planisfério dito "de Cantino", desenhado em 1502 por um desconhecido cartógrafo português, há influências da náutica praticada então pelos marinheiros do Índico, que nos são reveladas tanto em legendas que dão as alturas em polegadas (quase sempre erradamente designadas por graus), como na disposição dos topónimos colocados à mesma latitude na costa oriental do Indostão e na costa ocidental da península Indochinesa fronteira.

Pelo que ficou dito, toma-se-me evidente que o seminário se saldou por resultados altamente positivos; assim o parece ter considerado também a meia centena de assistentes aos trabalhos, alguns dos quais intervieram activamente na discussão das comunicações apresentadas. Assim se explica também que, na reunião de encerramento, tivesse sido aprovado um conjunto de conclusões em que se inclui a proposta de que organizações semelhantes venham a repetir-se com frequência bienal em Macau, na República Popular da China e em Portugal. Não tenho dúvida de que os estudos de história da náutica receberão um decisivo impulso se tal recomendação for posta em prática; e principalmente se for possível - o que é porventura menos fácil - proceder às traduções dos mais importantes textos sobre a náutica dos séculos XV e XVI, quer portugueses quer chineses, desejo que foi expresso em outro ponto das conclusões, como aliás o disse. ·

CONCLUSÕES DO SEMINÁRIO

No termo dos trabalhos do Seminário sobre "Ciência Náutica e Técnicas de Navegação nos Séculos XV e XVI", que decorreu em Macau, entre os dias 3 e 5 de Novembro de 1987, os participantes, portugueses e chineses, formulam as seguintes conclusões:

1. Congratulam-se com a realização deste Seminário que, no âmbito das Comemorações do V Centenário dos Descobrimentos Portugueses, pôs em contacto, pela primeira vez, especialistas, portugueses e chineses, que trocaram informações de extrema valia científica e técnica.

2. Reconhecendo que os povos português e chinês se assumiram como pioneiros universais das viagens oceânicas da era moderna no século XV, sendo responsáveis, a ocidente e a oriente, respectivamente, por assinaláveis avanços no domínio da ciência náutica e pela descoberta de técnicas e instrumentos que constituíram soluções muito aproximadas para uma grande parte dos problemas suscitados pela navegação com que se defrontavam isoladamente e sem conhecimento recíproco, os participantes formulam o voto de que estas reuniões científicas passem a realizar-se com regularidade bienal, em Macau, na R. P. da China e em Portugal, alternadamente, de modo a alargar e aprofundar sistematizadamente o conhecimento recíproco da informação disponível.

3. Entretanto, e considerando que a principal barreira para a troca de conhecimentos entre os participantes dos dois países, é a da língua, recomendam que sejam envidados os esforços possíveis no sentido de se promover a tradução de textos fundamentais, de modo a facilitar a sua maior difusão, como alicerce para reuniões futuras.

4. Dentro do mesmo espírito, consideram que seria da maior conveniência criar condições para que investigadores chineses e portugueses venham a poder efectuar visitas de estudo de curta duração em Portugal e na R. P. da China, respectivamente.

5. Propôr ao Governo de Macau que, pelas vias competentes, viabilize a designação do Instituto Cultural de Macau como organismo de ligação entre as instâncias culturais e científicas de Portugal e da R. P. da China, no âmbito do acordo de cooperação cultural, científica e técnica em vigor, dada a especial vocação da mesma instituição nessas áreas do conhecimento e a sua localização privilegiada em Macau, secular ponto de encontro e de intercâmbio entre a cultura chinesa e as culturas ocidentais.

*Doutor em Matemática (Un. Coimbra); Engenheiro Geógrafo (Un. Lisboa) e Doutor "Honoris Causa" em História (Un. Lisboa). Director do Centro de Estudos de História e Cartografia Antiga e Director do Departamento de Ciências Históricas. Económicas e Sociológicas do Instituto de Investigação Científica Tropical.

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