O Comércio

MACAU NO III CONGRESSO DE ESCRITORES PORTUGUESES

A convite da Associação Portuguesa de Escritores (APE), presidida pelo escritor Mário Ventura, Macau esteve representado no III Congresso de Escritores Portugueses, realizado em Lisboa nos dias 25,26 e 27 de Novembro último. Os representantes, por iniciativa da própria Associação e com o apoio da Fundação Oriente, foram Henrique de Senna Fernandes e Gradete Nogueira Batalha, tendo esta apresentado uma comunicação,"A viragem do Século e o escritor de Macau".

A ideia central deste Congresso era "O Escritor e a Literatura na Viragem do Século", sendo o tema, em cada dia, distribuído pelas alíneas,"O Escritor e a Sociedade Portuguesa","Perspectivas Estético-Literárias" e "A Literatura Portuguesa no Mundo", sobre as quais autores consagrados como Baptista Bastos, Natália Correia e Alexandre Pinheiro Torres, respectivamente, apresentaram comunicações de introdução, seguidas de comunicações dos outros congressistas e de debate no final de cada sessão.

Sobre a participação de Macau, e porque se torna necessário este esclarecimento prévio, citamos esta viva introdução da Drª Graciete Nogueira Batalha, autora da intervenção representativa de Macau e uma das poucas personalidades que neste Território tem acompanhado e registado a criação poética, nos últimos anos.

"A participação de Macau foi colocada no último dia sob a rubrica geral de "Expansão da Língua Portuguesa no Mundo" e, mais particularmente, na alínea "Expansão e cooperação com os Países de Língua Portuguesa". Isto é, Macau foi considerado uma espécie de PALOP... O que me levou a improvisar, antes da minha comunicação, uma rápida explicação à audiência sobre o que realmente Macau é linguisticamente e a refutar a declaração feita algures por Agustina Bessa Luís de que em Macau "a língua portuguesa é puramente administrativa", embora a grande maioria da população fale só chinês. "Em Macau, disse, não nos consideramos um pais de língua oficial portuguesa; consi-deramo-nos, ainda, um prolonga mento de Portugal". Talvez por isso, e pelo conteúdo geral da comunicação, que tratava da viragem do século, particularmente do ano de 1999, reflectida nos escritores de Macau, macaenses ou não, o Presidente da Mesa da sessão, que fazia sempre uma pequena apreciação das comunicações, afirmou que a minha era "muito polémica".

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