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A HISTÓRIA DE MACAU EM PORTUGAL: TENDÊNCIAS DA PESQUISA E PROJECTOS FUTUROS

Rui Manuel Loureiro*

Gostaria de expressar a minha enorme gratidão à Universidade de Macau — e, sobretudo, ao Professor Kai Cheong Fok e ao Doutor Jorge Santos Alves — pelo honroso convite à minha participação neste importante acontecimento científico. Infelizmente, razões académicas imperativas impedem, neste momento, a minha deslocação a Macau, de forma a estar presente no Simpósio. Os organizadores deste encontro, recebendo gentilmente a minha justificação, foram ainda bastante generosos ao aceitar a minha sugestão de participar com um trabalho escrito que, penso, será apresentado pelo Doutor Santos Alves. Desejo sinceramente que o encontro venha a ser um enorme sucesso e peço a todos os participantes que não culpem o generoso portador desta mensagem por quaisquer eventuais falhas, pelas quais serei eu, seguramente, o único responsável. A minha maior preocupação será, nesse momento, a pesquisa e publicação que tiveram ou estão a ter lugar em Portugal, uma vez que, de acordo com o que se espera, as contribuições específicas da historiorafia Macaense serão tratadas separadamente durante o Simpósio.

1. A HISTÓRIA DE MACAU NO PRETÉRITO

Para começar, passemos uma vista de olhos na Bibliografia Macaense,1compilada por Luís Gonzaga Gomes, um dos principais historiadores de Macau. Um breve relance sobre as páginas deste trabalho — que é referência essencial — mostrará que, pelos últimos cem anos, a maioria das pesquisas e publicações sobre a história de Macau tem sido feita para além das fronteiras europeias de Portugal — tanto no território de Macau, propriamente dito, como, algures, na Europa e na América. Isto poderá parecer um tanto paradoxal tendo em conta o facto de que Portugal foi a primeira potência Europeia a arribar às costas da China e onde tem mantido uma presença contínua desde 1513.2 Um olhar igualmente rápido sobre as resenhas de diversas instituições dedicadas à pesquisa, aumentará esse sentimento de perplexidade, já que nos revelará a existência — em diversos arquivos e bibliotecas portugueses — de um manancial virtualmente inesgotável de fontes de pesquisa fundamentais, ainda bastante inexploradas, sobre a história de Macau e a expansão Portuguesa no Extremo Oriente e que datam de épocas tão remotas como os primeiros anos do século dezasseis.

Fraco, este interesse historiográfico por Macau parece estar cronologicamente concentrado em dois períodos distintos. Um primeiro período situa-se na viragem do século que testemunhou o aparecimento de importantes contribuições para o conhecimento da história de Macau, vindas de importantes estudiosos como o Visconde de Santarém que escreveu a conhecida Memória sobre os direitos da possessão portuguesa do Território;3 Bento da França, que produziu uma das mais antigas monografias da história geral de Macau;4 João Feliciano Marques Pereira, editor do célebre "Ta-Ssi-Yang-Kuo"5 — aparentemente, o único periódico exclusivamente dedicado ao Extremo Oriente jamais publicado em Portugal; e Jordão de Freitas que devotou tantos esforços às inexplicáveis origens da presença Portuguesa nas costas da China. A rivalidade com outras forças imperialistas europeias parece ter contribuído demasiado para esta debilidade do interesse nacional por Macau, a mais longínqua possessão portuguesa na Ásia.

A historiografia de Macau teve ainda outro ponto alto por volta de 1940, quando o Estado Português investia um vasto conjunto de recursos na chamada "dupla celebração da independência".7 Importantes trabalhos desenvolvidos por investigadores a cargo do Governo, como Manuel de Múrias,8 António da Silva e Eduardo Brazão, datam dessa época.9 Parece ser claro que este último período testemunha uma política oficial generalizada de investigação e publicação na área da Expansão Portuguesa, que deve ser salientada, embora possam ser questionadas as motivações governamentais que estão na sua origem.

A principal crítica que pode ser formulada acerca do corpo historiográfico dos trabalhos produzidos em Portugal, antes de 1974, é, talvez, o seu excessivo positivismo, quase exclusivamente relacionado com factos políticos e administrativos e o seu exacerbado nacionalismo, ou seja, a preocupação obsessiva com as raízes portuguesas de Macau, ignorando o contexto histórico e geográfico global no Extremo Oriente.10

Subsidiariamente, podia ainda salientar-se a quase total ausência de uma tradição sinológica em Portugal, a qual — parece agora óbvio — comprometeu seriamente todos os esforços para compreender a realidade de Macau. De facto, as realidades da China — "as cousas da China" já mencionadas em 1570, no título do primeiro tratado sobre a China publicado na Europa11 — mereceram pouca ou nenhuma atenção por parte da maioria dos historiadores da Metrópole, convencidos que estavam da possibilidade de compreender Macau através, unicamente, dos olhos de Portugal.

2 . A HISTÓRIA DE MACAU NO PRESENTE

A evolução da historiografia de Macau em Portugal, nos últimos vinte anos, está intimamente relacionada com as grandes transformações políticas, económicas e sociais trazidas pela Revolução do 25 de Abril, que tiveram, como seria de esperar, consequências de enorme importância, nomeadamente, na reformulação de prioridades nas áreas da cultura e da educação em Portugal. A historiografia portuguesa libertou-se repentinamente das restrições impostas pela censura governamental, enquanto, simultâneamente, despertou para os ventos da mudança que há muito sopravam da Europa e, particularmente, de Paris, onde Vitorino Magalhães Godinho tinha vindo a estabelecer as bases de uma profunda revolução na história da Expansão Portuguesa.

No entanto, o estudo da história de Macau, paradoxalmente, não beneficiou imediatamente da renovação da historiografia portuguesa. Em primeiro lugar, porque o estatuto administrativo do Território permaneceu inalterado e as relações diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China sofreram um significativo desenvolvimento. Depois, porque os historiadores portugueses descobriram que vastos campos de investigação já haviam sido desbravados antes deles, em Portugal e, também, em África. Em tempos de tamanhas convulsões,quando alterações drásticas estavam a ter lugar, simultaneamente, em Portugal e nas colónias portuguesas em África, Macau parece ter caído no esquecimento, como se fora um óasis de paz e tranquilidade no Extremo Oriente. Assim, quando investigamos listas de artigos e de livros publicados nos anos que se seguiram a 1974, Macau e a China parecem não ter existido. Não só os estudiosos portugueses não produziram qualquer trabalho neste campo de investigação, como também abandonaram a edição de importantes fontes em favor de pesquisadores estrangeiros, mais laboriosos. Por isso, os trabalhos mais relevantes foram feitos fora de Portugal e, nomeadamente, no território de Macau.

Esta situação só começou a sofrer alterações há apenas cinco ou seis anos atrás, nos finais da década de 80, em consequência de três diferentes factores que, contudo, estão estreitamente relacionados entre si.

1) Em primeiro lugar, a Universidade Portuguesa atravessou nos últimos anos um período de grande crescimento e modernização que resultou num espectacular incremento dos estudos de pós-graduação nos mais diversos domínios do saber, incluindo, obviamente, a história da Expansão Portuguesa. Candidatos a Mestrados e Doutoramentos e graduados provenientes da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Letras de Lisboa, entre outras instituições universitárias, têm vindo a produzir, em ritmo constante, diversas investigações, algumas das quais relacionadas com a história de Macau.15 Quanto aos temas de pesquisa, as opções feitas não parecem obedecer a um padrão definido, baseando-se, na maioria dos casos, em preferências e motivações individuais. Mas, apesar de tudo, alguns temas específicos de pesquisa têm vindo a ser privilegiadas por esta nova geração de historiadores.

Neste momento, os estudos realizados e desenvolvidos nas universidades portuguesas têm vindo a ultrapassar as limitativas visões nacionalistas do passado, numa tentativa de integrar a história de Macau no seu contexto mais geral, chinês e asiático. À laia de exemplo, digamos que não é viável descrever a crescente importância de Macau, como empório marítimo na história do século dezasseis, sem ter um conhecimento prévio das condições globais, nessa altura, na costa chinesa e no Mar do Sul da China e, nomeadamente, sem ter em conta o fenómeno wokou [倭寇], a chegada dos portugueses a Tanegashima, a situação política e militar no Japão e por aí fora. Se bem que muitos estudiosos já tenham, actualmente, começado a analisar documentos asiáticos, a utilização de fontes chinesas coloca problemas muito delicados devido às excessiva complexidade da linguagem, agravada por uma ausência de tradição de estudos sinológicos em Portugal.

Além desta abertura de perspectivas, os historiadores Portugueses estão também a tentar diversificar as questões que levantam na análise das fontes de pesquisa, valorizando problemas tais como os contactos culturais entre diferentes civilizações, o impacto cultural dos portugueses na sociedade chinesa e vice-versa, a atitude dos portugueses relativamente aos chineses, etc. Neste contexto, fontes literárias como o Tratado das Cousas da China, de Gaspar da Cruz, a Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, e muitas outras, estão actualmente a ser reconsiderados porque contêm uma imensa e inesperada quantidade de informação sobre estas novas questões com as quais, só agora, se começa a lidar.

Também parece estar na ordem do dia a recente tendência para os contactos e trocas internacionais. Hoje mais do que nunca, os historiadores portugueses prestam uma atenção considerável aos trabalhos de pesquisa que se fazem na Europa, Américae Ásia, participando frequentemente em acontecimentos científicos no estrangeiro, enquanto colegas de outras nacionalidades são igualmente convidados a participar em idênticos acontecimentos nacionais.16 Estes contactos têm provado ser bastantes frutuosos no que respeita à investigação, nomeadamente na reformulação de metodologias, no conhecimento de fontes outrora ocultas e na descoberta de novos conceitos e assuntos, mais actuais, no estudo da história de Macau.

2) O segundo factor que contribuiu para a renovação do interesse na história de Macau foi o aparecimento da Fundação Oriente, uma instituição privada sediada em Lisboa, que tem vindo a investir importantes recursos num vasto programa cultural que inclui subsídios para investigação, publicações e, mesmo, trabalhos com fins específicos. Nos últimos anos, a Fundação Oriente acarinhou projectos de pesquisa propostos por candidatos com Mestrados e Doutoramentos cujos resultados serão, provavelmente, publicados em breve.

No âmbito das publicações, a Fundação lançou em Lisboa uma edição das Obras Completas de Charles R. Boxer, um dos mais conceituados peritos europeus em história da Expansão17 e está, neste momento, a subsidiar outra publicação relacionada com a história do Extremo Oriente. Outros projectos estão em curso, tais como a recentemente encomendada História de Macau que está a ser preparada por uma equipa de historiadores, liderada por A. H. de Oliveira Marques. O primeiro volume, dedicado às actividades dos portugueses no Extremo Oriente durante os séculos dezasseis e dezassete, será impresso dentro de pouco tempo. Os volumes seguintes, que trarão a história do Território até aos nossos dias, prevêem-se também para breve.19

3) Em terceiro lugar, a história de Macau tem beneficiado muitíssimo, recentemente, da fundação da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, um organismo governamental oficialmente encarregue da coordenação de todos os acontecimentos relacionados com a celebração do quinto centenário dos Descobrimentos Portugueses. A Comissão tem vindo a financiar um grande número de projectos de pesquisa, através de contratos de curta e longa duração.

O quadro permanente de funcionários da Comissão e a vasta rede de colaboradores com que esta conta têm, ainda, vindo a desenvolver, a bom ritmo, um conjunto de iniciativas ao nível de conferências, encontros científicos, exposições e publicações, muitos deles relacionados, de alguma forma, com a história de Macau.20 Ainda no âmbito do seu programa, a Comissão tem sido também responsável pela publicação de diversos livros que, das mais diferentes formas, lidam com a história da Expansão Portuguesa na qual, naturalmente, a história de Macau se inscreve.

A combinação de esforços das instituições acima mencionadas produziu, nos últimos cinco ou seis anos, uma multiciplidade de iniciativas onde a história de Macau tem tido uma presença que, se não dominante, é, no mínimo, constante.

Este breve panorama do interesse de Portugal na historia de Macau não ficaria completo sem uma referência a outras instituições públicas. Nestas se incluem: o Instituto de Investigação Científica Tropical que, além do seu esforço editorial regular,21 organizou, há uns anos atrás, uma exposição extremamente importante essencialmente dedicada a Macau;22 a Missão de Macau em Lisboa que tem mostrado frequentes exposições sobre o Território e oferecido, de forma regular, o único curso sobre história de Macau; o Arquivo Nacional da Torre do Tombo que levou a cabo uma interessante exposição documental onde muitos dos seus tesouros, de algum modo relacionados com o passado de Macau, foram pela primeira vez mostrados;23 e, também, o Seminário Internacional de História Indo-Portuguesa, cuja actividade anual já ofereceu inestimáveis contributos para um melhor conhecimento do passado de Macau. É bem possível que alguns nomes, instituições e acontecimentos não tenham sido mencionados, contudo, a panorâmica geral terá nitidamente emergido.24 Por isso, impõem-se agora algumas conclusões.

3. A HISTÓRIA DE MACAU NO FUTURO

Talvez seja ainda prematura a caracterização das principais tendências da investigação, em Portugal, sobre a história de Macau. Mas, ao que parece, a natureza fragmentária dos títulos publicados nos últimos anos sugere que ainda não chegou o momento para estudos globalizantes. Por um lado, porque a maioria dos trabalhos é claramente motivada por conjunturas essencialmente circunstanciais e, por outro lado, porque um bom conjunto de investimentos vem de uma vasta gama de instituições públicas e privadas sem qualquer coordenação geral, cujo resultado é uma significativa perca de tempo e desperdício de recursos.

O estudo da história de Macau, em Portugal, não é uma aposta estratégica do ponto de vista das instituições oficiais, como também não existe um programa capaz de lidar com o passado do Território. Os acontecimentos que ocasionalmente têm lugar — exposições, encontros de carácter científico, etc. — estão circunscritos, unicamente, a efemérides limitadas e muito localizadas. Também as publicações que chegam a ser impressas parecem dever a sua existência mais ao expediente dos seus autores do que ao patrocínio das entidades oficiais. Excepções a esta aparente falta de organização, por motivos facilmente compreensíveis, poderão ser encontradas nas actividades da Missão de Macau e da Fundação Oriente.

Em qualquer dos casos, os poucos projectos que chegam a concretizar-se dizemrespeito, principalmente, à história de Macau nos séculos dezasseis e dezassete -- e estou a pensar sobretudo nas dissertações de Mestrados e Doutoramentos, cujos temas são escolhidos tendo em conta, exactamente, a ausência de estudos significativos nesta área.25 Talvez haja um fascínio especial por este período, quando se deu o encontro entre o Extremo Oriente e o Extremo Ocidente. Mas, em todo o caso, os historiadores portugueses tendem a evitar os períodos seguintes da história de Macau. Uma coisa é clara: o estudo de Macau nunca mais será visto como um tema independente; pelo contrário, parece estar definitivamente assente que as futuras investigações terão que ter em conta o contexto global chinês e asiático. E, tão cedo quanto possível, seria interessante explorar as fontes chinesas, tanto directamente, como através das suas traduções.

Mas se Macau não é tema prioritário de estudos em Portugal — agora que a administração portuguesa do Território está prestes a chegar ao fim— quando o virá a ser? E provável que as autoridades portuguesas, tal como é frequente acontecer, só tardiamente venham a preparar um programa global para a pesquisa e divulgação da história de Macau. Para isso, em simultâneo com todas as medidas que vierem a ser implementadas no Território, seria lógico criar em Portugal algumas estruturas básicas, responsáveis pela futura gestão da memória Luso-Chinesa. O fim próximo da administração portuguesa de uma cidade onde os portugueses permaneceram por mais de quatrocentos anos, implicará para Portugal uma ainda maior responsabilidade histórica e cultural.

Tarefas urgentes para um futuro próximo deverão necessariamente incluir: 1) o inventário de todas as fontes manuscritas sobre Macau, China e o Extremo Oriente, existentes em arquivos e biblitecas nacionais;26 2) a publicação de fontes documentais (através de uma espécie de Documenta Sinica, a ser editada em volumes sucessivos ao longo dos anos); 3) uma edição crítica das mais importantes fontes narrativas, a maior parte das quais permanecendo intocada em arquivos portugueses e europeus;274) um estudo global acerca da história de Macau e das actividades portuguesas no Extremo Oriente (de acordo com um vasto programa incluindo temas específicos, áreas geográficas, produtos, biografias, períodos, etc.). Outras medidas alternativas poderiam ainda ser a edição de uma revista especializada (uma espécie de "Ta-Ssi-Yang-Kuo" actualizado) e a tradução sistemática de trabalhos estrangeiros com reconhecida pertinência para o conhecimento do passado de Macau.28

Na ausência de uma política oficial global, e de modo a não desperdiçar esforços e recursos válidos, talvez que a solução mais lógica fosse a criação de um centro de pesquisa sediado em Portugal, uma instituição que seria responsável pelo desenvolvimento dos estudos sobre a história de Macau e sobre a história das actividades portuguesas no Extremo Oriente. Afinal, é impossível separar Macau de Timor, do Japão e das Filipinas, bem como de tantas outras regiões vizinhas. As autoridades francesas, com base numa presença de menor importância no Extremo Oriente -- do ponto de vista cronológico, diga-se — estabeleceram em Paris a École Française d'Extrême Orient que poderia ser tomada como modelo. Um centro de pesquisas destes, além do trabalho historiográfico, poderia ainda organizar um programa linguístico bastante vasto orientado para a prevenção de toda a perca de tempo na área da sinologia, definido-se a si próprio como o principal interlocutor de semelhantes instituições macaenses e chinesas.

Estas são apenas algumas sugestões básicas. Mas parece evidente que a responsabilidade cultural, passada e presente, de Portugal em Macau e no Extremo Oriente em geral, recomendaria, por parte das autoridades portuguesas, um interesse muito mais consistente na história de Macau, um maior investimento na preservação da memória Sino-Portuguesa e, também, uma visão mais perspicaz dos problemas culturais e prespectivas que se nos abrem depois de 1999.

Comunicação apresentada no Simpósio Internacional sobre Investigação e Ensino da História de Macau, realizado em Macau nos dias 10 e 11 de Fevereiro de 1995.

Tradução do inglês por Raquel Carmona e Silva.

APÊNDICE

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(Títulos publicados apenas em Portugal)

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NOTAS

1. Vd. GOMES, Luís Gonzaga, Bibliografia Macaense, Macau, Instituto Cultural, 1987 (a primeira edição data de 1973).

2. Talvez com um pequeno lapso entre 1522 e 1533.

3. SANTARÉM, Visconde de, Memória sobre o Estabelecimento de Macau, Lisboa, Imprensa Nacional, 1879.

4. FRANÇA, Bento da, Subsídios para a História de Macau, Lisboa, Imprensa Nacional, 1888.

5. Vd. "Ta-Ssi-Yang-Kuo: Archivos e Annaes do Extremo Oriente Portuguez", Lisboa, 1899-1904. Edição fac-similada: Macau, Direcção dos Serviços de Educação e Cultura, 1984, 2 vol.

. Veja, entre outros trabalhos, FREITAS, Jordão de, Macau: Materiais para a sua História, Macau, Instituto Cultural, 1988 (originalmente publicado em Lisboa, 1910).

7. Os princípios da década de 40 foram palco das celebrações do oitavo centenário da independência de Portugal (1143) e do terceiro centenário da Restauração de Portugal (1640).

8. Vd. MÚRIAS, Manuel, ed., Instrução para o Bispo de Pequim e Outros Documentos para a História de Macau, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1943. Uma reedição deste trabalho foi recentemente feita em Macau, em 1989.

9. Vd. REGO, António da Silva, A Presença de Portugal em Macau, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1946; BRAZÃO, Eduardo, Apontamentos para a História das Relações Diplomáticas de Portugal com a China, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1949.

10. Vitorino Magalhães Godinho, um dos mais conceituados historiadores portugueses na área da Expansão Portuguesa, falaria acerca de um "complexo histórico-geográfico", que pode ser vagamente entendido como um "quadro estrutural histórico-geográfico".

11. CRUZ, Gaspar da, Tractado em que se Contam Muito por Estenso as Cousas da China, Évora, André de Burgos, 1569-1570. Vd. a tradução inglesa, in BOXER, Carles Ralph, ed., South China in the Sixteenth Century, London, Hakluyt Society, 1953, pp. 44-239.

. A excepção mais notável a este negro cenário foi, certamente, a publicação em Lisboa, em 1960, de The Great Ship from Amacon, a célebre monografia de Charles R. Boxer sobre a história das relações comerciais entre Macau e o Japão. Mas, infelizmente, o conhecido historiador não é representante da historiografia portuguesa. Uma tradução portuguesa desta obra foi recentemente publicada em Macau.

. Vd. GODINHO, Vitorino Magalhães, Os Descobrimentos e a Economia Mundial, Lisboa, Presença, 1981-1983, 4 vol.; a versão original francesa foi difundida em Paris, em 1958.

. Alguns exemplos de relevantes fontes para a história de Macau publicadas em Portugal, mas por investigadores estrangeiros, incluem: FRÓIS, Luís, História de Japam, editado por Josef Wicki, Lisboa, Biblioteca Nacional, 1976-1984, 5 vol.; CATZ, Rebecca; ROGERS, Francis M., ed., Cartas de Fernão Mendes Pinto e Outros Documentos, Lisboa, Presença, 1983; D'INTINO, Raffaella, ed., Enformação das Cousas da China, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1989. A única excepção de que consigo lembrar-me é na edição de Aníbal Pinto de Castro do Tractado das Cousas da China, do Fr. Gaspar da Cruz, in PINTO, Fernão Mendes, Peregrinação, editado por Aníbal Pinto de Castro, Porto, Lelloe Irmão, 1984, pp. 775-896.

15. Os primeiros resultados desta nova tendência na pesquisa têm vindo a emergir -- como a ponta de um icebergue, esperemos — durante encontros científicos e através de publicações historiográficas. Um relance pela Bibliografia anexa a este texto revelará alguns dos nomes que, provavelmente, terão que vir a ser tidos em conta num futuro bastante próximo.

16. Entre muitos outros, deverá ser feita menção a historiadores como Donald F. Lach, Edwin J. Van Kley, Pierre-Yves Manguin, Kai Cheong Fok, John E. Wills, Roderich Ptak, Michel Cartier e Leonard Blussé, tudo pessoas que, nos últimos anos, produziram um significativo volume de pesquisas sobre a história Sino-Portuguesa.

17. BOXER, Charles Ralph, Estudos para a História de Macau, Lisboa, Fundação Oriente, 1991; BOXER, Charles Ralph, Macau na Época da Restauração, Lisboa, Fundação Oriente, 1993.

. Cf. infra, Bibliografia.

19. Vd. Fundação Oriente- "Boletim", Lisboa, (5)1992, p.27.

20. A C. N. C. D. P. edita uma revista académica bianual, "Mare Liberum", Lisboa, (1-7) 1990-1994 [cont.]; e uma luxuosa revista ilustrada trimestral, "Oceanos", Lisboa, (1-20) 1989-1994 [cont]. Itens pertinentes poderão ser encontrados na Bibliografia.

21. Materiais relevantes para a história de Macau têm sido publicados na revista periódica do Instituto, "Stvdia", publicada em Lisboa, duas vezes por ano (cf. Bibliografia).

22. Vd. Um Olhar sobre Macau, Lisboa, Instituto de Investigação Científica Tropical, Fundação Oriente, 1991.

23. Macau e o Oriente na Torre do Tombo: Séculos XVI a XIX, Lisboa, Arquivos Nacionais, Torre do Tombo, 1993.

24. Como reparo final, não devemos esquecer que a conjuntura comemorativa abriu caminho para a tradução e publicação, em Portugal, de importantes trabalhos sobre a história de Macau, produzidos por historiadores estrangeiros como Charles R. Boxer, Georges B. Souza, Austin Coates e Michael Cooper (cf. Bibliografia).

25. Eu próprio tenho vindo a estudar as relações portuguesas com a China e suas consequênccias no século dezasseis; R. L. d' Ávila e J. M. Flores estão a fazer pesquisa sobre a história de Macau no século dezassete e as relações da cidade com Manila; e Ana Maria Leitão está a preparar uma tese sobre a Nau do Trato.

26. Uma grande parte deste trabalho foi feita no passado por investigadores como J. M. Braga, Horácio A. de Almeida e Silva, M. L. Pinto do Souto, M. A. Veiga e Sousa e Isabel Cid.

27. Uma lista de fontes destas incluirá, por exemplo, autores do século dezassete como Fr. Antóno Gouveia e Fr. João Rodrigues Tçuzzu.

28. Importantes clássicos historiográficos como o Sino-Portuguese Trade from 1514 to, de T'ien-Tsê Chang, Leiden, E. J. Brill, 1969, e, de Albert Kammerer, La Découverte de la Chine par les Portugais au XVIéme Siécle, Leiden, E. J. Brill, 1944, ainda não estão acessíveis em Português.

* Licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa. Secretário do Centro de Estudos Gil Eanes, Lagos, e membro da Academia de Marinha.

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