Referência já fundamental no roteiro cultural e turístico do Território, o terceiro Festival Internacional de Música decorreu de 14 a 22 de Outubro, tendo constituído, como já se esperava, um assinalável êxito artístico, muito para além das fronteiras de Macau.
Figura em destaque neste Festival de Música foi, sem dúvida, a célebre pianista britânica Moura Lympany, que aqui interpretou obras de Chopin, Rachmani-nov, Ravel e Debussy, num recital que assinalou os 60 anos da sua carreira artística.
No final da sua actuação, no anfiteatro da Universidade da Ásia Oriental, Moura Lympany foi condecorada pelo Governador Carlos Melancia, que com este gesto prestou tributo, em nome do Território, ao singular talento da pianista, que é admirada no mundo inteiro.
O Festival abriu com um concerto de gala para a Unicef em que foi interpretado o Requiem de Verdi, com actuação das sopranos Lucia Valentini-Terrani e Elsa Saque, do barítono Ferrucio Furla-neto e do tenor chinês Liu Wei Wei, dirigidos pelo maestro Michel Corloz.
A presença da Orquestra Filarmónica de Pequim e do coro Gulbenkian também marcou os nove dias desta terceira edição do Festival, em que se estreou a "Macau Sinfonieta", sob a direcção do maestro Veiga Jardim.
Outra novidade neste certame foi a actuação da Nova Filarmonia Portuguesa, a primeira orquestra portuguesa integralmente privada.
O guitarrista brasileiro Dagoberto Linhares foi outro dos artistas convidados nesta terceira edição do Festival, que contou, pela primeira vez, com a presença de dois músicos japoneses: a harpista Naoko Yoshino e o maestro Naoto Otomo, a par do violinista chinês Lu Szu Ching.
O director artístico do Festival, Adriano Jordão, actuou num concerto integralmente dedicado a Beethoven, acompanhado pela Nova Filarmonia Portuguesa. Entre os solistas que abrilhantaram muitos dos espectáculos deste grande acontecimento musical, figuraram alguns cantores líricos do maior prestígio internacional, como Liliana Bi-zinechi, e o tenor Alfredo Kraus.
O Festival encerrou com o tradicional Concerto da Amizade em que actuou pela primeira vez um músico da Formosa, o trompetista Yeh Shu Han, a par do violinista luso-americano Elmar de Oliveira - primeiro prémio do concurso Tchaikowski, de Moscovo - com a Orquestra Filarmónica de Pequim dirigida pelo maestro Chen Zuo Wang.
O Festival, organizado pela Direcção dos Serviços de Turismo de Macau, envolveu cerca de cinco milhões de patacas de custos directos, com metade das despesas cobertas pela cedência dos direitos de transmissão a redes internacionais de televisão e pela venda de bilhetes.
Com particular significado cultural, para o Território, é de relevar o aparecimento e a primeira apresentação pública da "Macau Sinfonieta".
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