O Comércio

1986 resumo de um ano de vida cultural

O noticiário cultural que ocupa asseguintes páginas de RC, é apenasselecção resumida do ano culturalpassado, e excepcionalmenteincidente nas realizações do ICM, -- prineipal instituição(com o LealSenado) de coordenação e fomentode acções culturais em Macau.

Departamento de Acção Cultural

O Departamento de Acção Cultural, o primeiro com corpo organizado dentro do ICM, cumpriu durante 1986 um rasto e multifacetado programa de ofertas cuh urais, nos sectores do Teatro c da Dança, do Cinema e da Música, das Efemérides e Comemorações de factos e figuras eminentes no panorama cultural nacional e macaense.

A vastidão deste programa de acções justifica a selecção dos mais importantes e o laconismo noticioso com que o divulgamos.

TEATRO

JANEIRO

Grupo de Marionetas de Cantão -- representação da peça "O Pinóquio" (Cineteatro Macau).

FEVEREIRO

Grupo de Marionetas "Wang Leng" (Macau, Taipa e Coloane) Grupo de Acrobatas de Cantão (Forum de Macau) Espectáculos pelos Grupos de Teatro Amador de Macau (Teatro D. Pedro V).

MARÇO

Espectáculos pelos Grupos de Teatro Amador de Macau (Taipa e Coloane) Início do trabalho, em Macau, do Prof.

António Manuel Couto Viana.

MAIO

8 espectáculos de Teatro Infantil pelo Grupo "Chung Ying" de Hong Kongem cantonense (Ginásio do antigo Liceu).

2 espectáculos pelo Grupo "Chung Ying" com a representação da peça "I am Hong Kong" (Teatro D. Pedro V).

JUNHO

3 espectáculos de Teatro (integrados nas comemorações do 10 de Junho) com a representação das peças "Camões e o Jau" e "Um Gil... um Gil... um Gil", com Direcção, Guarda-Roupa e Encenação de António Manuel Couto Viana (Teatro D. Pedro V.)

DEZEMBRO

3 espectáculos de Teatro Infantil com a representação das peças "Era uma vez... um Dragão", "Auto das três costureiras" e "Natal na Rua"(Direcção, Guarda-Roupa e Encenação de António Manuel Couto Viana).

COMEMORAÇÕES E EFEMÉRIDES

FEVEREIRO

Festividades do Ano Novo Lunar.

ABRIL

Comemorações do 60 Aniversário da Morte de Camilo Pcssanha:

*Conferência *Encontro com a poesia de Camilo Pessanha *Semana do livro *Exposição Biobibliográfica "Projecção do filme "O poeta e o exílio":

MAIO

Comemorações do 15" Aniversário da Morte de Luís Gonzaga Gomes:

*Exposição Biobibliográfica *Conferência *Lançamento do livro "Chinesices" de L. G. Gomes *Semana do livro.

JUNHO

Comemorações do dia 10 de Junho.

DEZEMBRO

Comemorações do Centenário da Morte de Cesário Verde: *Semana do livro *Conferência "Cesário Verde num relâmpago" pelo Prof. Couto Viana e poemas ditos pelo Prof.

Amílcar Martins.

CINEMA

FEVEREIRO

Projecção dos filmes chineses "Amantes de Televisão", "Vagabundo do San Mao" e "Pequenos Heróis"(Taipa e Coloane).

ABRIL

Projecção do filme "O Poeta e o Exílio" integrado nas Comemorações do 60" Aniversário da Morte de Camilo Pessanha (Centro de Difusão Cultural). Ciclo de Cinema Japonês (Centro Cultural "Sir Robert Ho Tung").

MAIO

Projecção de dois filmes de Miguel Spiguel: "Macau" e "Macau, Jóia do Oriente" (Centro de Difusão Cultural).

JULHO

Ciclo de Cinema Português com filmes da Cinemateca Portuguesa (Centro de Difusão Cultural).

JULHO

Ciclo de Cinema Francês (Teatro D. Pedro V)

OUTUBRO

Ciclo de Cinema Austríaco (Teatro D. Pedro V)

MÚSICA E DANÇA

JANEIRO

dia 23

Recital de piano por Luong Kim Yin (Centro Cultural "Sir Robert Ho Tung"), 80 pessoas.

dia 26

Concerto pela Orquestra de Câmara de Macau (Hotel Hyatt Regency). 300 pessoas.

FEVEREIRO

Festival do Ano Novo Lunar

dias 2 e 3

Espectáculo pelo Grupo de Música e Dança de Cantão (Cine-Teatro de Macau). 700 pessoas.

dia 6

Ópera Chinesa pelo Grupo dos Quatro Pagodes de Coloane (Colégio do Sagrado Coração de Maria - Coloane). 70 pessoas.

MARÇO

dia 1

Recital de Fagote e Piano por Martin Gatt e Margarett Lynn (Centro Cultural "Sir Robert Ho Tung"). 80 pessoas.

dia 22

Concerto pela Orquestra de Câmara de Tubingen (Universidade da Ásia Oriental). 500 pessoas.

dia 30

Concerto por elementos da Orquestra de Câmara de Macau (Centro Cultural "Sir Robert Ho Tung"). 70 pessoas.

ABRIL

dias 12 e 13

Curso para professores de Música ministrado pelo Prof. David Gwilt.

dia 27

Concerto pela Orquestra de Câmara de Macau (Hotel Hyatt Recency).

300 pessoas.

MAIO

dia 25

Concerto pela Orquestra de Câmara de Macau (Hotel Hyatt Regency), sessão para crianças. (500 pessoas).

dia 31

IV Festival de Música da Juventude (Centro Cultural "Sir Robert Ho Tung"). 144 participantes.

JUNHO

dia 1

IV Festival de Música da Juventude (cont.). (Centro Cultural "Sir Robert Ho Tung").

dia 7

Entrega de prémios aos vencedores do IV Festival de Música da Juventude (Centro Cultural "Sir Robert Ho Tung"). 120 pessoas.

Sessão de Boas-Vindas dedicada a Sua Exa o Governador de Macau e membros do Governo (Centro Cultural "Sir Robert Ho Tung").

dia 11

Actuação do Rancho Folclórico de Malaca (Largo do Leal Senado, actuação pública).

dia 12

Arraial de Santo António: Tuna Macaense, Rancho Folclórico de Macau, Grupo de Música Popular Portuguesa "Caninha Verde", Rancho Folclórico de Malaca (Clube Militar).

dias 28 e 29

Espectáculo pelo Grupo de Bailado do ICM (Teatro D. Pedro V). Direcção e coreografia da ProfaHelena Jardim. 600 pessoas.

dia 29

Concerto pela Orquestra de Câmara de Macau (Hotel Hyatt). 350 pessoas.

JULHO

dia 8

Recital de Piano por Leung Hio - Ming (Centro Cultural "Sir Robert Ho Tung"). 130 pessoas.

dia 19

Recital pelos alunos do Curso de Instrumentos Chineses (Centro Cultural "Sir Robert Ho Tung"). 50 pessoas.

dia 27

Concerto pela Orquestra de Câmara de Macau (Hotel Hyatt). 400 pessoas.

SETEMBRO

dia 8

Orquestra Filarmónica de Pequim (Forum de Macau). 3.000 pessoas.

dia 28

Abertura da 2a Temporada da Orquestra de Câmara de Macau (Hotel Hyatt). 400 pessoas.

OUTUBRO

Curso de Instrumentos Musicais Chineses (81 inscrições).

dia 26

Concerto pela Orquestra de Câmara de Macau (Hotel Hyatt). 300 pessoas.

NOVEMBRO

dia 5

Recital de Piano por Sequeira Costa (Universidade da Ásia Oriental). 700 pessoas.

dia 30

Concerto pela Orquestra de Câmara de Macau (Hotel Hyatt). 440 pessoas.

DEZEMBRO

dia 8

Recital de Canto e Piano por Marina Ferreira e Nuno Almeida (Centro Cultural "Sir Robert Ho Tung").

45 pessoas.

dia 18

Recital de Cravo por Cremilde R. Fernandes (Igreja de S. Lourenço)

dia 21

Reckal de Orgão por G. Doderer (Sé Catedral).

dia 28

Concerto de Ano Novo pela Orquestra de Câmara de Macau (Hotel Hyatt).

Encontro com as associações culturais chinesas
IV Festival de Música da Juventude

Departamento do Património Cultural

A actividade do Departamento do Património Cultural reparte-se em vários campos de intervenção, mas que pressupõem a mesma filosofia de base.

Resumidamente, os três sectores de actuação são os de Estudos e informação, Obras de recuperação e Sensibilização pública.

Actividades que se desenvolvem simultâneamente, embora os condicionamentos circunstanciais imponham por vezes a supremacia de uma às outras.

A ideia de que preservar as memórias do passado é importante para o presente e para o futuro das cidades e dos seus habitantes, é escassamente percebida pela generalidade da população de Macau.

É para acorrer a esta lacuna que se têm inscrito no plano de actividades do Departamento do Património acções de divulgação da história da arquitectura e do urbanismo de Macau, nas suas afirmações mais significativas.

Neste sentido, e durante 1986, foram organizadas três exposições -- Património Arquitectónico de Macau, Três Anos de Vida do ICM, e Arquitectura Contemporânea de Macau.

Foram também editados uma colecção de postais ilustrados com desenhos de monumentos históricos, e dois modelos em cartolina, para armar, de edifícios de valor patrimonial.

No âmbito dos Estudos e informações, em 1986 foram apreciados e informados mais de uma centena de projectos, foram acompanhados activamente os trabalhos da equipa que está a desenvolver o Plano Director do Território e houve participação na equipa de acompanhamento da candidatura de Macau à lista do Património Mundial, da Unesco.

Departamento de Formação e Investigação

Música

Durante 1986 foi equacionado o levantamento das infra-estruturas e começado a preencher o quadro dos recursos humanos necessários à organização metódica dos cursos de música, com vistas à sua integração posterior numa "escola de música", cuja estruturação está neste momento confiada ao Prof. Simão Barreto.

Decorreram os seguintes cursos de formação:

- de Instrumentos Chineses

- de cravo

- de Música Barroca, pelo Prof. Gerhard Doderer.

Teatro

Foi contratado em Março de 1986 o Prof. António Manuel Couto Viana, para orientar um Curso de Teatro, embrião de uma futura "Oficina de Teatro" em Macau, com características permanentes.

A iniciação à formação teatral revestiu carácter teórico-prático, tendo sido cumulativa com os ensaios e a montagem de dois espectáculos, da responsabilidade de António Manuel Couto Viana:

Nas comemorações do l O de Junho

"Camões e o Jau" (de Casimiro de Abreu)

"Um Gil... um G U... um Gil"(selecção de textos de Gil Vicente por António Manuel Couto Viana)

Na época de Natal

3 peças de teatro infantil

1) "Era uma vez... um dragão" (texto de A. M. Couto Viana)

2) "Auto das três costureiras" (Texto de A. M. Couto Viana)

3) "Natal na rua " (Texto de Esther de Lemos)

Bailado

Começou a funcionar em meados do ano, sob a direcção da Prof Helena Jardim, o 1°. Curso de Bailado, com frequência de mais de 100 alunos, dos cinco aos dezasseis anos de idade.

"Um Gil... Um Gil... Um Gil..."
1åmp; o espectáculo clássico do Grupo de Bailado do ICM

Trata-se do núcleo da "Escola de Bailado", trabalho preparatório do corpo da "Companhia de Bailado de Macau", já apresentada ao público em dois espectáculos durante 1986.

Academia de Artes

Uma das principais iniciativas desencadeadas durante o ano foi a do projecto de uma "Academia" ou "Conservatório" de Artes, organismo de vocação aglutinadora de todas as actividades formativas já desenvolvidas nos sectores do Teatro, da Dança e da Música.

Sector Editorial

Em começos de organização durante os últimos meses do passado ano, o sector editorial do ICM tem para 1987 um plano editorial de cerca de 70 títulos, em fase de produção.

"Camões e o Jau"(dia 10 Junho de 1986)
Grupo de Bailado do ICM
"Crónica dos Bons Malandros", edição em chinês

Durante 1986, foram editados pelo ICM os seguintes títulos:

"Antologia poética de Fernando Pessoa"

(Edição bilingue - português/chinês -- organizada por Jin Guo Ping)

"Génesis"

(De Jorge de Sena, edição bilingue em português e chinês)

"Presença portuguesa no Extremo Oriente"

(Edição em Língua portuguesa das conferências realizadas em Macau no âmbito da XVIIa. Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura)

"Novos Territórios"

(Ficção original de Jorge Listopad, em português)

"Amor e dedinhos dep

(Romance original de Henrique de Senna Fernandes, o primeiro romance de Macau em português)

"Crónica dos Bons Malandros"

(Versão chinesa do título homónimo de Mário Zambujal)

"Infraestruturas"

(Poemas de Estima de Oliveira, emportuguês)

"Macau, Factos e Lendas"

(Colectânea de Luís Gonzaga Gomes, em co-edição com o Leal Senado)

"Chinesices"

(Luís Gonzaga Gomes, reedição partilhada com o Leal Senado)

"Portugal à beira da estrada"

(Album fotográfico de António Conceição Júnior, com pre-fácio de Maria Helena Vale)

"Aljubarrota - sua evocação emMacau"

(Conferência comemorativa da batalha, pelo Coronel Carlos Gomes Bessa)

"Missões portuguesas em Malaca e Singapura"

(pe. Manuel Teixeira, 3 vol., edição eminglês)

"Viagens de Verão"

(Album fotográfico, de Francisco Figueira e António Bruno Soares, com texto em português, chinês e inglês)

"Coordenadas de Política Cultural"

(Estrutura, objectivos e linhas de acção cultural do ICM)

Investigação

Iniciativas de 1986, actualmente em curso:

-Banco de Dados sobre Documentação e História de Macau, com documen-tação sobre a presença por-tuguesa no Oriente, em geral, e sobre a história de Macau, em particular, com recurso à microfilmagem e computorização);

-Atribuição de um subsídio mensal ao missionário por-tuguês residente em Ma-laca, Pe. Manuel Pintado, para o seu trabalho "Long Term Project" - localização, compilação e tradução para inglês das fontes documentais por-tuguesas sobre Malaca;

-Intercâmbio documental com o Instituto Rainha Dona Leonor, encarregado do levantamento e micro-filmagem das fontes docu-mentais europeias e icono-gráficas respeitantes à história de Macau e à presenca portuguesa no Extremo Oriente;

-Intercâmbio documental com organismos da Re-pública Popular da China (em fase de sondagem);

-apoio a entidades particu -lares para edição de obras;

-apoio pecuniário a associações académicas do Território;

-Primeiros contactos para assinatura de um protocolo de colaboração com a Academia Portuguesa de História.

Cursos de Línguas

-Estruturação de um Centro de Línguas (foram pre-paradas as condições para o ensino prático do Por-tuguês, Mandarim e Can-tonense).

-Realização do Curso de Férias de Português para estudantes universitários locais e estrangeiros, de Julho a Agosto, com par-ticipação de 33 univer-sitários e licenciados de Macau, RPC, Malásia e Hong Kong.

-Organização do 2 Curso.

Artesanato

Abrindo uma progra-mação de cursos de iniciação ao artesanato português e chinês, começou durante o ano o curso de Tapetes de Arraiolos, com a participação de 33 pessoas.

Biblioteca Nacional

As Bibliotecas Públicas são agentes multifacetados de Informação, Educação e Cultura, competindo-lhes tornar acessíveis os registos da experiência humana, na forma de livros e materiais com eles relacionados, e assim promover e facilitar a livre circulação da informação e das ideias.

A Biblioteca Nacional de Macau tem tido como objectivos gerais:

1 - Educação:

Auto-desenvolvimento do indivíduo /grupo, qualquer que seja o seu nível de educação, eliminando a barreira entre o indivíduo e o conhecimento.

A Biblioteca Nacional de Macau fomentou a utilização da Biblioteca como agente educativo com as seguintes actividades:

- Serviço de referência;

- Serviço de empréstimo.

Os materiais para o serviço de referência da Biblioteca têm sido os seguintes: livros, periódicos, índices bibliográficos, etc. Os meios técnicos empregues para concretizar o objectivo para-educativo são: pessoal, catálogos, classificação, sistemas de recuperação, informação, assistência aos leitores, difusão da informação, fotocopiadoras, bibliografias, arrumação e acondicio-namento das espécies biblio-gráficas.

2 - Outro dos grandes objectivos da Biblioteca Nacional de Macau tem sido a informação, quer dizer, fornecer ao indivíduo/grupo informações certas, com rapidez e profundidade, particularmente sobre assuntos de interesse corrente.

Como sub-objectivo, a Biblioteca procurou complementar os programas oficiais de ensino, dando facilidades às escolas para realizarem projectos nas bibliotecas, e facilitando empréstimos especiais.

3-O terceiro grande objectivo de actuação da Biblioteca Nacional de Macau tem sido tentar ser um dos principais centros da vida cultural e promover uma maior fruição, prazer e apreciação de todas as artes.

Sub-objectivo deste grande objectivo cultural tem sido estimular e promover actividades de extensão cultural: exposições, entrevistas, informação bibliográfica especializada, organização de visitas de estudo, etc.

Além disso tem a Biblioteca Nacional de Macau estabelecido ligações com organizações culturais e sociais do Território, cooperando com outros departamentos de administração local e organizações voluntárias, de assistência social, autoridades hospitalares e prisionais, e prestando assistência aos leitores.

4-O quarto grande objectivo tem sido o encorajamento à utilização positiva do lazer e facultar meios de mudança e descontracção. Este grande objectivo foi promovido com o fornecimento de material geral para ocupação das horas de lazer, e com a prestação de serviços. para o lazer e distracção de grupos especiais da comunidade, incluindo os serviços no exterior (a pessoas idosas, inválidas, pessoas internadas, etc...).

São estes os grandes objectivos que se propôs a Biblioteca Nacional de Macau e tem tentado actuar dentro deste espírito, atendendo às condições sui generis do ambiente físico e social, assim como ao passado recente da Biblioteca Nacional de Macau. No ano de 1986 a Biblioteca Nacional de Macau executou as seguintes tarefas, discriminadas entre as mais destacáveis:

- Actualização e revisão dos catálogos;

- Colaboração com outras bibliotecas de organismos públicos;

- Registo e classificação de Monografias;

- Orientação e esclarecimento de visitas;

- Apoios prestados a:

Direcção de Serviços de Educação, Instituto Cultural de Macau, Instituto Emissor, Teledifusão de Macau, Quartel General, e outros organismos públicos na procura de documentação vária.

-Apoio prestado aos utentes na pesquisa bibliográfica;

-Pesquisa bibliográfica sectorial;

-Montagem mensal de exposições com material bibliográfico, proveniente do Serviço de Depósito Legal;

-Montagem e Organização de exposições bibliográficas:

1-Inauguração da Biblioteca Nacional, Secção do Leal Senado - Exposição de material bibliográfico antigo;

2 - Exposição "De Portugal ao Extremo Oriente" aquando do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades;

3 - Exposição do dia "5 de Outubro";

4 - Exposição foto-bibliográfica sobre Eça de Queiroz;

- Edição de bibliografias especializadas sobre a Presença de Portugal no Extremo Oriente.

- Montagem da Biblioteca Nacional, Secção do Leal Senado (25 de Março).

- Montagem dos circuitos técnicos da Biblioteca Itinerante (2 de Outubro).

Arquivo Histórico de Macau

O Arquivo de Macau começou a funcionar em 1979, instalando-se provisoriamente no edifício da Biblioteca «Sir Robert Ho Tung», onde a organização do seu espólio documen-tal ficou, durante algum tempo, sob a orientação do Padre Silva Rego.

Como instituição, o agora denominado Arquivo Histórico de Macau, foi depois instalado na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, inaugurado e aberto ao público em Março de 1982, tendo cumprido cabalmente a sua missão até ser encerrado, em Fevereiro de 1986, para completa reestruturação interior, por se sentir a necessidade de um Arquivo com instalações adequadas, a nível internacional, por um lado, e por outro porque as condições do clima e a formiga branca começaram a fazer sentir galopantemente os seus estragos, quer no edifício, quer já em material que, muito em breve, seria de difícil recuperação.

Equipamento, documentação e o reduzido, mas empenhado, quadro de pessoal agora existente, num total de seis elementos, foram distribuídos (por dificuldade de instalação conjunta) pela Biblioteca Nacional, em cujo edifício funcionam independentemente, em duas salas, a Biblioteca anexa ao Arquivo e a Secção dos Reservados.

Também aí se procede à elaboração do Boletim, em fase de reestruturação para melhor serviço dos interesses dos leitores/investigadores, que continuam a ser atendidos quer pessoalmente, quer por correspondência. Os "Fundos documentais" encontram-se armazenados e devidamente identificados estando, neste momento, o da "Administração Civil" a ser objecto de estudo para publicação no Boletim. No Centro Cultural «Sir Robert Ho Tung» instalou-se, e funciona, a oficina de encadernação e restauro.

Na Secção dos Reservados, que vêm sendo utilizados para investigações e esposições, encontram-se documentos avulsos e publicações diversas, alguns raros. Os mais antigos datam do século XVI e cabe-lhes uma referência especial - o primeiro editado em 1568, intitula-se "Nuovi Avisi deli' Indie di Portogallo, recevuti dalli Reverendi Padri della Compagnia di Giesu, tradotti delia lingua Spagnuola nell' Italiana...", o segundo é de 1589 e tem por título "Le Historie delle Indie Orientali, del R. P. Giovan Pietro Maffei della Compagnia di Giesu..."

Apesar de tudo, o Arquivo mantém-se vivo, prosseguindo-se todas as normais actividades, algumas em colaboração com a Biblioteca Nacional de Macau. Assim, no decorrer de 1986, realizaram-se no Leal Senado as exposições comemorativas do "10 de Junho" e do "5 de Outubro" e uma mostra documental do Arquivo por ocasião da visita, a estes estabelecimentos, dos Bibliotecários-Arquivistas portugueses. Ainda em colaboração, iniciaram-se os trabalhos para a reedição actualizada da "Bibliografia Macaense", tendo como ponto de partida a obra, com o mesmo título, do ilustre macaense Luís Gonzaga Gomes.

Destinada a proporcionar no Território a leitura da principal documentação relativa à passagem e à permanência dos portugueses nestes confins asiáticos, existente em arquivos nacionais e estrangeiros, funciona também no Arquivo Histórico a sua Filmoteca, organizada com a valiosa colaboração do Arquivo Histórico Ultramarino.

Com algumas limitações, que advêm do facto de não haver instalações próprias nem pessoal qualificado em número suficiente, sobrevive em actividade normal um Arquivo desmembrado que se espera reconstruído e modelarmente reapetrechado no decorrer do ano de 1987.

Assim, está sendo programada a transferência de todo o material e a formação de um quadro próprio, de modo a criar-se um ambiente aliciante, principalmente para quem lá trabalha, e para que a juventude se sinta motivada à investigação e os adultos investigadores possam encontrar, para além da preciosa documentação existente, o acolhimento humano e também o meio físico necessário a um trabalho agradável e profícuo.

Exposicoes/86

Entre as manifestações com que se confirmou, durante 86, a notável pujança cultural de Macau, conquistou destaque a colecção das Exposições realizadas.

Cingida apenas às de maior erudição cultural, e assim mesmo impossibilitada de deixar merecida notícia de tantas outras, RC evidencia, a título exemplar, algumas das organizações exposi-tivas de 86.

Duas justificações especiais, para duas ausências.

A "Fotobiografia de Eça de Queirós" (organizada por Luís Cabral no âmbito da Biblioteca Nacional) apenas teria publicação satisfatória na versão exaustiva, como a do belo Catálogo dado a público.

Os "100 anos de Pintura Por-tuguesa" (destacadamente a mais importante iniciativa de 86/87) terão o devido relêvo nas páginas do no.2 de RC.

"Macau e a presença portuguesa no Oriente"

Um das mais interessantes, pela envergadura e pela oportunidade, foi a Exposição "Macau e a Presença Portuguesa no Oriente" -- mostra histórico -- documental da melhor selecção entre o riquíssimo acervo sobre Macau do Arquivo Histórico Ultramarino.

Mas a cerca de centena e meia de documentos avulsos (canas, cartas régias, informações, memórias, ofícios, pastorais, relações, etc.) não valeu apenas pelo implícito interesse cien-tífico -- cultural, quer individual-mente, quer na sua cuidada associação temática.

Neste trânsito da presença cul-tural portuguesa em Macau, não se trata apenas de espreitar - com aguçamentos da curiosidade e lentes de especialista -- a História embal-samada numa vitrina.

Porque, hoje, as fontes his-tóricas ilustrativas e esclarecedoras da presença portuguesa no Oriente e identificadoras da entidade de Macau, revestem uma actualidade instante --sabendo-se que o futuro tem alicerce na mais profunda memória.

Duas exposições:

"Macau e a presença portuguesa no Oriente" (reprodução da gravura da Fortaleza de S. Pedro) c capa do catálogo da exposição "De Portugal ao Extremo Oriente".

Mais do que à inteligência, actualizadora contingencial do pre-sente, a futuração da portugalidade em Macau deve recurso à Memória, matri-cial geração da continuidade.

Só é pena que esta iniciativa, frutuosa filiação do convénio ante--estabelecido entre os Serviços de Educação de Macau e o Instituto de Investigação Científica e Tropical, não tenha reclamado a animação que lhe era devida: pelo desprimor da mon-tagem, e por não ter tido albergue melhor encaminhado ao transeunte comum e potencial visitante.

Falta de espaços bem situados, alguns acontecimentos culturais em Macau parecem mesmo reservados à peregrinação dos iniciados mais devotos.

Avantajando no conjunto, o lote iconográfico dividiu-se em séries documentativas e ilustrativas da passagem de Camões em Macau, de arquitectura religiosa e militar (esta de melhor nota), de vária etnografia chinesa, e da ciência astronómica na China - belíssima colecção de xilo-gravuras setecentistas do Observatório de Pequim, noticiosas do decisivo con-tributo dos Jesuítas à astronomia sínica.

Aspectos religiosos, comerciais, do ensino e de inter-relação cultural, ficaram documentados na selecção de 25 documentos manuscritos (so-bretudo dos Séculos XVII e XVIII) ficando aqui relevados os referentes ao estabelecimento dos portugueses em Macau e os comprovativos do constante bom relacionamento his-tórico entre Portugal e a China, e os seus credenciados representantes.

Pelo interesse descritivo trans-crevemos do catálogo:

Relações entre Portugal e a China - O bom relacionamento entre Portugal e a China foi uma constante entre os dois povos e posto em destaque em cinco documentos, cujas datas limites se situam de 1643 a 1754.

-Nada melhor para reforçar esta convivência do que as trocas frequentes de em-baixadas e, da o empenho do Conselho Ultramarino em apressar a partida de um em-baixador para a China;

-Na carta régia de 12 de Março de 1666, o rei de Portugal, Afonso VI, saúda efusivamente o imperador da China pela sua coroação e lembra-lhe a amizade que sempre existiu entre os dois reinos;

-O Imperador da China mani-festa grande satisfação com a notícia da partida de um em-baixador português para Pequim, como reforço da velha amizade entre os dois países;

- No mesmo sentido, um outro documento de l de Janeiro de 1754 noticia que a referida em-baixada foi alvo de muita sim-patia por parte da corte de Pequim.

Ensino - Na sua representação de 22 de Dezembro de 1781, o Senado da Câmara de Macau sensibiliza o secretário de Estado da Marinha e Domínios Ul-tramarinos, Martinho de Melo e Castro, no sentido de satisfazer os desejos do imperador da China em querer ter na sua corte de Pequim um professor de Matemática e de Medicina de nacionalidade portuguesa.

Documentos avulsos

Oficio do (governador de Macau) Diogo Fernandes Salema de Saldanha, para o ministro e secretário de Estado dos Negócios de Marinha e Domínios Ultramarinos (Mar-tinho de Mello e Castro), a in-formar que se ordenara ao mestre de Gramática do Colégio de S. Paulo que procurasse nos papéis velhos da Livraria do Co-légio alguma notícia sobre o es-tabelecimento dos portugueses em Macau. 1776, Janeiro, 19, Macau

Oficio do mestre de Gramática, José dos Santos Baptista Lima, para o governador de Macau, a comunicar que encontrou «hua obra (...) intitulada "description de l'Empire de la Chine, et de la Tartarie Chinoise", onde há re-ferência da doação de Macau aos portugueses. Informa tam-bém que viu "hum manuscripto (...) em que estão largas notícias desta cidade que provão muito bem o ser ella do nosso Monarcha, e não terem aqui domínio algum os chinas"».

L. S. C.

Do catalogo da exposição "A ciência ao serviço da Arte", mostra documental e ilustrativa dos modernos contributos das ciências à técnica e à arte do restauro das obras de arte.

Inauguração e página do catálogo da exposição "<

Exposição de Arquitectura Contemporânea «Os últimos dez anos»

A cidade de Macau tem sido, ao longo dos anos, lugar de múltiplas ex-periências arquitectónicas e urbanas, orquestradas por sucessivas gerações de produtores de arquitectura corren-te, que com maior ou menor inten-sidade dramática têm vindo a esculpir o busto da cidade.

A Exposição de Arquitectura Contemporânea procurou sintetizar, numa amostragem ao grande público, a produção arquitectónica erudita (leia-se produzida por arquitectos en-cartados) da última década. E teve a particularidade de englobar todos os arquitectos, sem excepção, que durante esse período exerceram o seu mister, no sector público ou privado do Território. Não foi, como tal, uma exposição selectiva, antes amplamente participativa.

A mostra refere toda a arquitec-tura posterior à grande crise de 66 -calendário interrompido na produção arquitectónica - para explodir em surto crescente em meados dos anos setenta.

Desde então a cenografia ur-bana tem desenvolvido sob impulsos pontuais - não existe ainda plano di-rector oficialmente aprovado - gestos arquitectónicos coreografados em tudo quanto seja espaço urbano dis-ponível, mesmo que com três metros de frente por sete de profundidade. Assim, a cidade torna-se espectáculo, enquanto proscénio de algumas glorificações betoníferas, entre os sauvismos-d'arquinhos-delicodoces-e-pastilha, às adamastorescas edifica-ções de fálico mimetismo. Claro que no meio da "great performance", o ar-quitecto é apenas agente provocador, porquanto ditames de ordem econo-micista e de político-chouriço ma-nuseiam os figurinos dos cortinados urbanos. É precisamente nesde espec-táculo alargado, que os fragmentos de arquitectura, ora eloquentes, ora con frangedores, desfilaram nos alvos painéis da galeria curvilínea do Centro de Difusão Cultural/Livraria Por-tuguesa, durante duas semanas da úl-tima página gregoriana de mil-novecentos-e-oitenta-e-seis.

Carlos Matreiros

CARTOGRAFIA NÁUTICA DE MACAU ATRAVÉS DOS TEMPOS

Um velho mapa é sempre uma aventura para os olhos, um gozo es-tético (porque pintura de en-tretenimento) e uma iconografia va-liosa - continente de elementos in-teressantes à interpretação histórica, científica e técnica das épocas e pequenos universos que nos faz pre-sentes.

Sobre isto, a interessante ex-posição organizada pelos Serviços de Marinha (ponto de um programa de actividades assinalantes do Dia da Marinha) e patenteada no Salão de Ex-posições do Leal Senado, constituiu uma sequência documental que pos-sibilitou ao visitante a apreciação da evolução da cartografia náutica de Macau através dos tempos.

Mostra que, iniciando-se com velhas cartas do século XVI (mais des-tinadas hoje à curiosidade histórica) se foi densificando de elementos técnico--científicos, desenvolvendo-se em planos hidrográficos e dos portos de Macau, e rematando com as versões mais actualizadas e esclarecedoras da Do catálogo da exposição "A ciência ao serviço da Arte", mostra documental e ilustrativa dos modernos contributos das ciências à técnica e à arre do restauro das obras de arte. evolução do meio hídrico, dos as-soreamentos, e da mancha de fundose das obras de intervenção humana dirigidas ao aperfeiçoamento dos cor-redores de tráfego.

Na exposição ficou assim re-levada a importância da cartografia náutica para a abertura e a inten-sificação das relações e vias de comu-nicação com o exterior, e ficaram documentados os mais recentes levan-tamentos hidrográficos do meio hí-drico circunstante, trabalho realizado pelos Serviços de Marinha em co-laboração com os congéneres da Re-pública Popular da China.

Povo de nautas, a história da nossa expansão revela-nos sempre polarizados pelo "telurismo" dos es-tuários. Reconhecedores de costas, herdamos ao mundo um dos maiores contributos para o conhecimento car-tográfico e hidrográfico do globo.

Dos albuns de Fernão Vaz Dourado às momumentais colecções de levantamentos hidrográficos dos rios africanos, elaborados com laboriosa pesquisa e rigor científico durante as últimas dezenas de anos, decorre a sua ilustração.

Parece que nisto, na concha das mãos, conservámos o espírito da Des-coberta. Como em Macau, agora.

L. S. C.

EXPOSIÇÃO BIBLIOGRÁFICA E DOCUMENTAL GRACIETE BATALHA

Pretendendo a Biblioteca do Complexo Escolar de Macau levar aos seus utentes toda a obra literária da Dra. Graciete Batalha, professora de prestígio e investigadora de grande qualidade, realizou, em Junho de 1986 uma Exposição Bibliográfica e Docu-mental, exclusivamente constituída por trabalhos da sua autoria. Foi, para além de pôr em prática uma forma sugestiva de levar o utilizador a infor-mar-se sobre determinado tipo de documentação, uma oportunidade de prestar homenagem a uma figura sobejamente conhecida de Macau e que, desde a sua chegada ao Terri-tório, em 1949, dedicou o seu tempo à educação, à investigação e à linguís-tica. É do conhecimento de todos a sua acção como professora/educadora que, após o dia-a-dia desgastante da função docente, se dedicou a impor-tantes estudos de temas linguísticos contribuindo para bem se conhecer Macau e as suas gentes.

EXPOSIÇÃO SOBRE MONSENHOR MANUEL TEIXEIRA

No dia 14 de Novembro de 1986 foi inaugurada, na Biblioteca do Com-plexo Escolar de Macau, uma ex-posição bibliográfica retratando a vida e a obra de Monsenhor Manuel Teixeira.

A Exposição foi o "pano de fundo" do lançámento do livro Liceu de Macau, da autoria de Monsenhor Manuel Teixeira, e teve o mérito de poder juntar, na verdadeira acepção da palavra, o Homem e a Obra. Efec-tivamente, as pessoas que à Biblioteca do Complexo Escolar de Macau se deslocaram puderam ver a obra de Monsenhor Teixeira, de 115 volumes publicados e 8 no prelo, e contactar de perto com o Autor.

Para além da Exposição Biblio-gráfica, constituída por Monografias, alguns exemplares de periódicos com artigos da autoria de Monsenhor Ma-nuel Teixeira e outros que a ele se referem foi também patente ao púb-lico, que ali acorreu em grande núme-ro, uma Exposição Foto-Bibliográfica, com fotografias de Monsenhor Teixeira, desde o dia da sua chegada a Macau, em 1924, com 12 anos de idade, até às mais recentes.

A destacar o Catálogo da Ex-posição Bibliográfica, trabalho do pro-fessor bibliotecário do Complexo Es-colar, que, a par de uma boa execução gráfica, apresenta um apontamento biográfico e uma nota à bibliografia do Autor, Monsenhor Manuel Teixeira.

Artistas das Caldas da Rainha

Exposição de Arte Japonesa

LEAL SENADO MUSEU LUIS DE CAMÕES O MUSEU E AS ARTES VISUAIS

O panorama das Artes Plásticas em Macau tem estado condicionado geograficamente e caracteriza-se por uma prática extraodinariamente Académica que é, hoje, por con-sequência, repetitiva.

À abordagem académica, que se resume a um desfolhar de receituários e habilidades sistematicamente re-petidos há séculos, inques-tionadamente aceites, há que oferecer uma alternativa didáctica e inovadora em termos de Macau.

Toda a tomada de consciência dos valores civilizacionais e culturais em sociedades culturalmente dese-quilibradas exige um esforço longo e paciente, em ordem a contornar obstáculos, vencer resistências naturais. É um exercício que tem de ser uma subtileza e uma sensatez que possam contemplar adequadamente as especificidades locais.

Sabe-se pela constatação e pela experiência, que as comunidades de Macau sofrem uma alienação decor-rente de uma perda de identidade face a uma transformação urbana violenta e a um consumismo que vai apagando o inconsciente colectivo.

Macau ainda não é um projecto colectivo porque, para o ser, haveria que aglutinar culturalmente as comu-nidades em presença. Cabe à pre-sença portuguesa a responsabilidade de proporcionar as condições para que se lance essa força aglutinadora feita de uma actividade devidamente organizada, apetrechada e vocacionada para esse objectivo.

Considero as artes plásticas como uma forma excelente - mas não única - de propiciar ao aparecimento dessa "inteligenzia" local, na medida em que a consciencialização plástica acarreta uma reflexão prévia, uma busca que conduz à revolução indi-vidual no respeitante à relação do ar-tista com o mundo.

É com este objectivo que o Museu Luís de Camões se tem concen-trado prioritariamente na formação ar-tística através das exposições que tem organizado desde há 9 anos.

Pintura de Chui Tze Hung

Pinturas de Aser But

A primeira conquista foi es-tabelecer uma programação. Posterior-mente iniciou uma selecção dos artis-tas locais que expuseram no Museu e agora assume o ingrato - mas correcto - papel de formar através de ex-posições trazidas do exterior.

Por isso se têm dado - aparen temente - menos oportunidades aos artistas locais de exporem. Trata-se de uma medida que visa exigir melhor qualidade e simultaneamente oferecer exposições de qualidade interna-cional.

Veja-se pois desde 1985, ano em que se inaugurou a galeria do Leal Senado, a qualidade das exposições:

Shu Lu Pang, George Chinnery,George Smirnoff, Lao Chin, Lin Yong e Shu Hua, Seis Artistas de Pequim, Luís Demée.

Agora, em 1986 - 1987 decorre na Galeria do Leal Senado uma impor-tante mostra nunca antes realizada e que constitui a narração história do que foram em Pintura os últimos Cem Anos. Esta panorâmica oferece à população em geral uma ideia do que é a criatividade portuguesa.

António Conceição Jr.

EXPOSIÇOES ORGANIZADAS EM 1986 NA GALERIA DO LEAL SENADO

ARTE JAPONESA

ASSOCIAÇÕES FOTOGRÁFICAS

DA CHINA

EXPOSIÇÃO DE PINTURA

DA ASSOCIAÇÃO DE AMIZADE

LUSO-CHINESA

PINTURA DE ASER BUT

PINTURA DE CHUI TZE HUNG

LIO KUO SUNG

FOTOGRAFIAS DE JEAN YVES DEFAY

OBJECTOS ARQUEOLÓGICOS

OFERECIDOS AO MUSEU PELA R. P. C.

FOTOGRAFIAS DE LEONEL

BORRALHO

PINTURAS DA ROTA DA SEDA

PINTURAS DE CHANG CHU MENG

E CHEANG NGA NAM

EXPOSIÇÃO COMEMORATIVA

DOS 30 ANOS DA ASSOCIAÇÃO I YÜN

FOTOGRAFIAS DE MACAU - USOS

E COSTUMES

EXPOSIÇÃO DE PINTURA

DOS ARTISTAS DE MACAU NATURALISTAS

COLUMBANO

OS PIONEIROS DA MODERNIDADE

lo TRIMESTRE DE 1987

Actividades culturais no âmbito do Instituto Cultural de Macau

-Preparação de um projecto de Decreto-Lei substituto da legislação existente sobre Defesa do Património Arquitectónico, Paisagístico e Cultural (Despacho n i>2/SAEC/87).

-Análise de 55 projectos de arqui-tectura de edifícios situados em áreas protegidas.

-Início da elaboração do estudo dos condicionalismos caracterizadores da zona de protecção das ruínas de S. Paulo.

-Acompanhamento das obras de temodelação no edifício do Centro Cultural Sir Robert Ho Tung.

-Projecto da adaptação de instalações para um estúdio de Dança.

-Estruturação da intervenção e participação de uma delegação do ICM no I Congresso do Património Construído Luso no Mundo.

-Preparação da edição em inglês e chinês do livro "Património Arquitectónico de Macau"

-Apoio aos leitorados da Língua e Cultura Portuguesa nas Universi-dades de Macau, Kyoto e Pequim.

-Concessão de 4 bolsas de Estudo para investigação, e apoio a bolseiros do ICALP.

-Continuação dos Cursos de Instrumentos chineses, Bailado, Teatro e Tapeçarias de Arraiolos.

-Publicação dos seguintes livros em edição bilingue português/chinês:

"Mário ou Eu próprio-o outro" (de Maria Manuela Vale)

"Mensagem" (Fernando Pessoa)

"Chu Kóng" (Poesias de Maria do Rosário Almeida)

-Realização, em Macau, do I Encontro de Leitores de Língua e Cultura Portuguesa junto das Universidades da área do indico ePacífico, e dos Chefes dos res-pectivos Departamentos, com a participação dos Presidentes do ICALP e do ICM.

-Participação de técnicos do ICM nas seguintes acções de formação cultural, promovidas pela Universidade de Hong Kong: a) Seminário sobre controlo financeiro nas actividades artísticas; b) Curso de Restauro e Conser-vação de Obras de Arte.

-Apoio a associações culturais e artísticas: Subsídios ao "Clube Fringe de Macau", Academia de Música S. Pio X e Federação dos Antigos Alunos Salesianos.

-Promoção de exposições e espectáculos de Teatro, Artes Marciais e Ópera por diversas associações culturais chinesas.

-EXPOSIÇÕES

"Júlio/Saúl Dias" (pintura)"A Ciência ao Serviço da Arte" (documentação científica das técnicas de restauro)

-CINEMA

Ciclo de Cinema Chinês

Ciclo de Cinema Brasileiro

-TEATRO

Espectáculos pelo Grupo Teatral Chung Ying (Hong Kong)

MÚSICA E DANÇA

Recital para jovens músicos italianos Recital de piano por Njo Kang Kie Concerto pela Orquestra de Câmara de Macau

Concerto pela Orquestra da Radiodifusão da República Popular da China

Recital de piano por Paulo Santiago Recital de piano por Klaus Boner (RFA)

Espectáculo de Ballet pelo Grupo de Bailado do ICM.

Júlio/Saú Dias

desde a p. 98
até a p.