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Mensagem do Secretário Adjunto para a Educação e Cultura do Governo de Macau para o primeiro número da Revista de Cultura
Um traço-de-união

Uma nova revista com objectivos de natureza cultural é sempre um desafio que os seus responsáveis assumem perante os leitores e perante a sociedade.

Em Macau esse desafio tem uma maior dimensão, dado que algumas experiências idênticas ou equivalentes se perderam no tempo, nesse tempo que, nas palavras de Marguerite Yourcenar, é o "grande escultor".

Num Território em que a Língua oficial é o português, a maioria da sua população fala chinês no seu dialecto cantonense e a Língua utilizada como veículo de comunicação entre portugueses e chineses é, tantas vezes, o inglês, é natural que uma revista deste tipo, porque se destina a todos os interessados, se edite nas três Línguas referidas. Essa é também uma forma de divulgar e difundir o que se faz em Macau e tornar compreensíveis, a todos aqueles que procuram informação sobre esse Território, a sua Cultura e a sua História multi-seculares.

Bem sabemos que não são muitos os investigadores e os historiadores de Macau, porém acreditamos que os que existem não deixarão de dar o seu contínuo contributo para o êxito desta iniciativa, bem como esperamos que designadamente da República Popular da China, de Portugal, do vizinho território de Hong Kong e também das comunidades lusófonas e de lusodescendentes possam chegar co-laborações de relevo.

Que esta revista seja um traço-de-união entre mundos e culturas tão diferentes e simultaneamente tão importantes na construção do futuro, que ela seja um veículo de comunicação e um elo de ligação entre pessoas com preocupações convergentes. Que a revista prestigie e dignifique a convivência e o diálogo pacíficos e construtivos de uma cultura de matriz ocidental, europeia e portuguesa com outra cultura de matriz oriental, asiática e chinesa.

Que o tempo lhe consinta vida longa e, ao esculpi-la, não lhe provoque erosão definitiva.

Que a revista que hoje editamos não seja apenas mais uma revista - por Macau, pelas suas gentes, pelo seu progresso.

O Secretário Adjunto para a Educação e Cultura

Mário Ferreira Cordeiro

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