Sociologia Jurídica

[UNTITLED]

"Um grosso volume não bastaria para estudar, com suficiente profundidade, todas as influências mútuas das culturas ocidental e chinesa, através de Macau".

"O impacto do orientalismo, no sistema tradicional de Portugal, mede-se pela influência exercida pela China na cerâmica e nos azulejos portugueses do século XVII. As oficinas do Rato (Lisboa), Viana do Castelo e Caldas da Rainha, nomeadamente, puseram-se a produzir peças "segundo o gosto chinês". Manifesta-se ainda nas jarras de porcelana azul e branca fabricadas em Macau e com o escudo português, nos paramentos litúrgicos e em tantos outros objectos profanos e religiosos. Só este campo e a catalogação de peças, dispersas por todo o mundo português (e não só), daria uma obra monumental".

"Não está feita a lista das palavras e expressões portuguesas que entraram na língua chinesa: Na região de Xangai, há trinta; na província de Cantão, muitas mais, naturalmente, por causa do convívio diário das populações até nossos dias, inclusive".

"O Pe. Álvaro Semedo publicou igualmente um grande dicionário Português-Chinês e Chinês-Português, que o reitor do Seminário de S. José, Dr. Carvalho, no último quartel do século XIX, tratou de mandar para a Sociedade de Geografia, de Lisboa. Onde se encontrará, hoje, esta obra, bem como muitas outras, cujos exemplares xilografados se perderam definitivamente, porque os seus donos, os Jesuítas, foram extintos e as suas bibliotecas delapidadas?"

(Benjamim Videira Pires, in "Influência mútuas portuguesas e chinesas", RC n° 6).

"Em cerca de 400 anos, pois, temos uns doze dicionários luso-sínicos manuscritos inéditos e uns treze impressos. Desnecessário será sublinhar o grande interesse, de um ponto de vista histórico e linguístico, dos primeiros. A circunstância de a língua portuguesa ter sido a dominante, a "língua franca" de então na Ásia Extrema, bem podia justificar um esforço de investigação e editorial, agora que nos aproximamos, com o fim do milénio, do termo do nosso ciclo do Oriente. Desejando-se que uma das vertentes da nossa presença futura naquela área seja a cultural, bem enriqueceria os estudos orientalistas portugueses a publicação de um daqueles dicionários luso-sínicos dos primeiros tempos. E porque não o primeiro de todos, o manuscrito de Ricci e Ruggieri, conservado no arquivo da casa-mãe dos Jesuítas, em Roma, numa edição científica e graficamente cuidada que nos prestigiasse nos meios sinológicos mundiais?"

(João de Deus Ramos, in "Os Dicionários Luso-Sínicos - Relance histórico-bibliográfico", RC n° 6).

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