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FONTES PARA A HISTÓRIA DE MACAU

Jorge de Abreu Arrimar*

1. INTRODUÇÃO

Por iniciativa do Instituto de Estudos Culturais de Macau, deu-se início hoje, dia 13 de Janeiro de 94, a um Seminário Sobre a História de Macau, iniciativa sempre bem recebida por aqueles que se interessam pelo passado deste singular Território, cuja História se funde na História de Portugal. Bem hajam iniciativas deste género. Tal facto reflecte, também, o interesse que tal matéria tem vindo a assumir, nos últimos tempos, não só entre especialistas, mas igualmente, junto do cidadão comum. Em Novembro de 1987, numa iniciativa conjunta do Instituto Cultural de Macau e do Centro de Estudos Marítimos de Macau, realizou-se no Auditório do Palácio da Praia Grande, um Seminário subordinado ao tema Ciência Náutica e Técnicas de Navegação nos Séculos XV e XVI, integrado nas Comemorações do V Centenário das Navegações Marítimas Portuguesas, efeméride que tem por marco significativo a passagem do Atlântico ao Índico, da armada comandada pelo navegador português Bartolomeu Dias, que assim abriu caminho para o Oriente. Foi precisamente neste mesmo século que, em sentido inverso, isto é, do Oriente para o Ocidente, teve lugar a epopeia marítima da China, simbolizada no navegador Zheng He. Creio que, teria sido a primeira vez que, em moldes organizados, investigadores portugueses e chineses, se reuniram em Macau e discutiam importantes aspectos das epopeias marítimas, e portanto da história, dos seus respectivos povos. Felizmente este exemplo foi seguido e, em Macau, temos tido a oportunidade de assistir a realizações semelhantes desde então. Em Junho de 1990, por iniciativa do Departamento de Estudos Portugueses da Universidade de Macau, realizou-se um Encontro Sobre História de Macau, do qual também participei, com uma comunicação semelhante. Pouco tempo depois, em Outubro de 1991, foi a vez do VI Seminário Internacional de História Indo-Por-tuguesa, que reuniu em Macau investigadores de diversas nacionalidades e que aqui apresentaram importantes comunicações. Não há muito tempo, em Novembro do ano passado, sob os auspícios do Instituto Cultural de Macau (ICM), realizou-se um Simpósio Internacional: Macau e a Diversidade Étnica na Ásia, evento que, embora mais ligado a disciplinas como a Antropologia, Etnografia e a Sociologia, não deixaram de merecer o interesse dos historiadores, pois a compo-nente histórica esteve sempre presente, como é natural.

A minha comunicação abordará o tema Fontes para a História de Macau. Sobre elas farei algumas apreciações e breves referências a alguns factos que estiveram ligados ao desaparecimento ou ao aparecimento de algumas delas. De seguida, indicarei quais as principais fontes secundárias e terciárias existentes na Biblioteca Central e no Arquivo Histórico, estes dois organismos que, em Macau, estão vocacionados para a guarda, tratamento técnico e divulgação das mesmas.

2. MACAU E AS SUAS FONTES HISTÓRICAS

Pese embora a sua História multi-secular, Macau é um território relativamente pobre quanto às suas fontes históricas, quer primárias quer secundárias. O facto de ter sido ponto de passagem de missionários, embaixadores, negociantes e viajantes que, da Europa, demandavam estas paragens; de ter sido um dos mais importantes centros de comercio europeu do Extremo Oriente; de ter possuído numerosas igrejas, conventos, escolas e a primeira Universidade de tipo europeu do Extremo Oriente; apesar deste tão rico e singular passado, somos obrigados a reconhecer que não são abundantes as suas fontes históricas aqui no Território, sobretudo as que se reportam aos primeiros tempos da sua existência, isto é, anteriores ao século XVIII. O Arquivo Histórico de Macau, organismo sobre o qual impende a responsabilidade de incorporar, guardar e tratar a documentação que, ao longo dos séculos, foi segregada pelas instituições de Macau, só foi criado em 1979, com o Decreto-Lei n. ō 27/79/M, de 28 de Setembro, que veio substituir o anterior e anquilosado Arquivo Geral de Macau, cuja fundação é de 1952. Tendo em conta os quatrocentos anos de História de Macau, é de data muito recente a criação de uma instituição como esta, tão importante para a preservação, tratamento técnico e divulgação dos documentos referentes à História de Macau.

Da documentação incorporada nos depósitos do Arquivo Histórico, num total de cerca de um milhão de documentos, pertencentes a vários núcleos ou fundos e colecções, oriundos de vários organismos públicos e privados do Território, destacam-se, pela sua antiguidade, os fundos da Santa Casa da Misericórdia e do Leal Senado. O da Santa Casa, com um total de 358 unidades arquivísticas (pastas, maços, códices, processos, etc.), inclui as duas unidades mais antigas existentes no Arquivo Histórico; trata-se de dois códices dos finais do século XV, constituídos por cópias manuscritas de Registos de Alvarás, Cartas e Privilégios concedidos às Casas da Misericórdia, cuja data inicial é 1459. Em termos de antiguidade, seguem-se mais 5 livros de cópias manuscritas do século XVI, cuja data inicial é 1592. Do fundo do Leal Senado, a documentação mais antiga é do século XVII, com 1630 como data mais recuada. Sobre este fundo, e para corroborar o que se vem dizendo a propósito da escassez de fontes existentes no Território, passo a citar o Dr. Isaú Santos, a quem coube a tarefa de montar o actual Arquivo Histórico: "Nós sabemos, infelizmente, que a maior parte dos documentos deste arquivo (do Leal Senado) foi destruída, desencaminhada e deteriorada pela incúria e malevolência dos homens"1.

Ainda sobre a documentação que pertenceu ao Leal Senado, convém aqui lembrar que ela constituiu a fonte onde frei José de Jesus Maria bebeu a maior parte da informação com a qual elaborou "desde o anno de 1740 athé 1745" a sua importantíssima obra, intitulada Azia Sinica e Japonica. Perdida durante muitos anos, encontrou-a João Feliciano Pereira, em 1889, em manuscrito de 351 páginas de texto e mais 16 formando a guarda (fl. em branco), o frontispício e o índice. A obra abarca a História de Macau desde o início até 1745, sendo de particular interesse histórico, como bem o assinala o P. Videira Pires, no prefácio à segunda edição da mesma,"o livro VIII do segundo volume, páginas 76 a 97, e os documentos dos códices mais antigos do velho núcleo do Leal Senado, que as intempéries e os bichos destruíram, mas a que o autor ainda teve acesso". Os documentos antigos do Leal Senado serviram também a um investigador anónimo de Macau para escrever a célebre Colecção de vários factos acontecidos nesta mui nobre Cidade de Macao pelo decurso dos annos, a qual, como se pode ler no seu frontispício, foi "Dada a luz no anno de 1794". Trata-se duma pequena lista cronológica de algumas datas ligadas à História de Macau, de 1553 a 1748, e que foi objecto de estudo por parte do investigador macaense José Maria Braga, publicada pelo Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau, em 1964.

Como se sabe, os Jesuítas estabeleceram-se muito cedo em Macau e aqui iniciaram uma actividade editorial muito significativa. Foram eles que introduziram a imprensa de tipos móveis no Oriente, primeiro em Goa, em 1556 e, posteriormente, aqui em Macau, mais precisamente no Colégio anexo à magnífica Igreja de S. Paulo, em 1588. Foi a 28 de Julho desse ano que, vindo de Goa, chegou a Macau o P. Valignano, trazendo consigo a imprensa. Dez anos antes, a 6 de Setembro de 1578, o Visitador das Missões Jesuítas das Índias, havia desembarcado pela primeira vez em Macau, com a ideia de evangelizar a grande China e o Japão, país para onde segue pouco tempo depois, em Julho de 1579. A 1 de Dezembro de 1578, escrevia ele de Macau ao arcebispo de Évora, D. Teodósio de Bragança, o seguinte: "Tenho mandado vir impressão que levo comigo a Japão para imprimirmos os livros lá purgados e limpados que convém a Japão."

À chegada a Macau, no Verão de 1588, o P. Valignano, transportando a importante imprensa com destino ao Japão, recebeu a notícia de que o Shogum Taikossama havia decretado, no ano anterior, a expulsão dos missionários e a proibição do culto cristão. Foi assim que, por algum tempo, ficou em Macau (entre 1588 a 1590) a imprensa destinada ao Japão, possibilitando, deste modo, que aqui fossem impressos alguns livros, hoje autênticas raridades bibliográficas. Com a ajuda de impressora própria e com os livros que eventualmente iam chegando a estas paragens, a biblioteca do Colégio de S. Paulo foi crescendo até se tornar, juntamente com a de Goa, numa das mais ricas bibliotecas de livros europeus do Extremo Oriente. Dela faziam parte as primeiras obras impressas em Macau que, apesar de não constituírem fontes para a sua história, são muito importantes bibliograficamente e fazem parte da história da Imprensa em Macau. O facto de não existir actualmente nenhum exemplar desses livros no Território, é mais um exemplo de como a documentação desta Terra foi desaparecendo ao longo dos tempos. Sobre eles farei uma breve referência, a começar pelo mais antigo:

1 —João Bonifácio — Christiani Pueri Institutio (...) Macau, Comp. de Jesus,1588. (Trad. do Tít.: Instrução para o Menino Cristão).

A esta edição de Macau, que revela pequenas alterações ao longo do seu texto, antecederam-se as edições de Salamanca (1575) e de Cór-doba (1578); a de Burgos (1588) é precisamente do mesmo ano que a de Macau.

Trata-se de um livro de 252 fls., foi reeditado sob a orientação do P. Valignano e dele apenas se conhece hoje um exemplar, guardado na Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa;

2 — De Missione Legatorum laponensium ad Romanam Curiam Rebusq; in Europa [...] Macau, Comp. de Jesus,1590. (Trad. do Tit.: Missão dos Embaixadores Japoneses à Cúria Romana e das coisas Observadas na Europa [...].

Este livro começou a ser impresso em 1589 e ficou pronto em 1590. Hoje, apenas se conhecem 12 exemplares desta edição. O original, é do P. Valignano, redigido com base nos relatos e descrições que os quatro legados dos dáimios de Quiuxu e seus acompanhantes lhe teriam feito, tendo o P. Eduardo de Sande aperfeiçoado o latim, como referiu o P. Joseph Schutte. O P. Sande diz no prefácio, que esta obra seria traduzida para o japonês, o que parece ter acontecido, pois o P. Daniele Bartoli afirma que foram distribuídos no Japão mil exemplares em japonês3.

Em 1862 foi publicado um resumo no Arquivo Pitoresco, Lisboa, volume VI. Em 1935, foi publicado um fac-símile no Japão. Em 1961 foi reeditada em Macau, com prefácio e notas do P. Videira Pires e José Maria Braga. Muitos outros trabalhos existem sobre esta embaixada, como se pode ver na bibliografia indicada em Notas ao trabalho sobre o IV Centenário da Imprensa em Macau, da autoria do P. Teixeira e publicado na RC: Revista de Cultura (v. nota 3).

Há na Biblioteca Central um exemplar da edição facsimilada de Macau, de 1935.

3 — P. João Rodrigues — Arte Breve da Língoa Iapoa [...]. Macau, Comp. de Jesus,1620.

Deste livro apenas houve uma tiragem de 100 exemplares. Conhece-se o paradeiro de dois exemplares que se encontram distribuídos pela School of Oriental and African Studies, London University, e na Biblioteca do Palácio da Ajuda. Segundo me disse o Professor Hino Hirochi, estudioso desta obra, os exemplares referidos por Jack Braga como existentes no Arquivo do Convento de S. Domingos e na Universidade de S. Tomás, em Manila, não se referem à obra em questão4.

Em Macau não se conhece nenhum exemplar.

Em Tóquio foi publicado, em 1993, o fac-símile do original existente na Biblioteca do Palácio da Ajuda, acompanhado da transcrição e tradução japonesa de Hino Hirochi, filólogo da Língua Portuguesa e Professor da Universidade Ryutsu Keizai. Trata-se de uma belíssima edição patrocinada pela Fundação Oriente (FO) e pelo Instituto Português do Oriente (IPOR). Recheada de todos estes e muitos outros livros, que vinham das tipografias de Goa, do Reino e de outros países, era a Biblioteca do Colégio de S. Paulo uma biblioteca importante ao tempo. Sobre ela, em 1746, João Álvares, cidadão de Macau, dá-nos a notícia de que possuía um acervo de 4 200 livros5, encontrando-se instalada numa grande sala que ficava no recinto do Seminário6.

Para além da Biblioteca, havia um rico arquivo, cujos documentos foram copiados por João Álvares. Quando começaram a chegar a Macau os ecos da perseguição movida pelo Marquês de Pombal aos Jesuítas7, que em Macau se haviam fixado em 1565, o Ir. João Álvares que, com infinita paciência, havia copiado os documentos existentes no Colégio, empacotou todos os códices e enviou-os para Manila, daqui acabando por serem remetidos para Madrid. Tal atitude viria a mostrar-se providencial pois, caso não tivesse sido assim, tudo teria perecido no grande incêndio que, em 1835, destruiu para sempre a magestosa Igreja da Madre de Deus, ou de S. Paulo, cuja construção se havia iniciado em 1602. Desse Arquivo existem cópias na Biblioteca Nacional de Lisboa, no Arquivo Histórico Ultramarino e Secção Jesuítas na Ásia da Biblioteca do Palácio da Ajuda.

De outras formas foram desaparecendo os preciosos documentos de Macau e são muitas e variadas as notícias que vamos respigando daqui e dali sobre esses documentos. José Maria Braga, investigador incansável da História de Macau, em um dos seus muitos trabalhos (A Voz do Passado, Macau, ed. do Boletim Eclesiástico,1964) refere-se à redescoberta de um velho manuscrito, intitulado Colecção de vários factos acontecidos nesta mui nobre Cidade de Macao pelo decurso dos annos que, como "os muitos que se referem a Macau [...] se encontram nos arquivos de Portugal", e que já aqui foi referido a propósito da documentação do Leal Senado. A mais antiga referência que se conhece sobre esse manuscrito é de João Feliciano Marques Pereira, na série de estudos escritos e reunidos por ele em Lisboa, de 1899 a 1904, e posteriormente publicado sob o título de Ta-Ssi-Yang-Kuo. Marques Pereira refere-se ao facto afirmando que o seu pai, António Feliciano Marques Pereira, possuía duas cópias desse manuscrito e que as utilizara para escrever as suas Ephemerides commemorativas da História de Macau, aqui publicadas, em 1868. Quanto ao manuscrito original, estes investigadores são unânimes em afirmar que ele deveria ter existido no Leal Senado.

J. F. Marques Pereira refere-se também a um outro manuscrito de apontamentos sobre Macau, abarcando um período da sua história (entre 1644 a 1702) particularmente difícil para os seus estudiosos, na medida em que, desde sempre, haviam encontrado muitas dificuldades em relação às fontes desse período histórico. O referido manuscrito era da autoria do P. Luís da Gama, da Companhia de Jesus, datado de 1665 a 1671, o qual, segundo Marques Pereira, lhe teria chegado às mãos através de um seu amigo e escritor, Augusto Ribeiro, que o havia adquirido num leilão, dos muitos que por ahi se realisam em que se espatifam verdadeiras collecções de preciosidades que ou vão parar às mãos de extrangeiros ou para as de vandalos nacionaes que não sabem dar-lhes o devido valor, segundo as suas próprias palavras8.

Em 1836, foi publicado um livro do cidadão sueco, Anders Ljungstedt, que viveu em Macau de 1813 a 1835, ano da sua morte, intitulado An Historical Sketch of the Portugueses Settlements in China [...]. Esta obra, apesar da polémica que foi levantando através dos tempos, pelo facto do seu autor ter tomado algumas posições sobre este Território, nem sempre de acordo com as teses oficiais, ou pelo menos as mais seguidas pelos historiadores portugueses, foi das fontes secundárias mais utilizadas pelos historiadores que se lhe seguiram.

Quase um século mais tarde, Montalto de Jesus publicou a sua importante monografia sobre Macau, intitulada Historic Macao (1926), e nela podemos ver citada inúmeras vezes a obra do historiador sueco. O mesmo viria a acontecer com outros investigadores, daí em diante. Valerá, contudo, lembrar que, a 16 de Setembro de 1804, o bispo D. Joaquim de Sousa Saraiva, se fixara em Macau e, junto dos seus arquivos, de forma apaixonada foi compilando muito material, com o objectivo de escrever uma história em 1819. Segundo testemunha o próprio Ljungstedt, os contactos que pôde manter com o Bispo, deu-lhe a possibilidade de completar as informações que, entretanto, havia recolhido. Foi assim muito importante a documentação que pôde compulsar e que se encontrava na posse daquele clérigo, possibilitando-lhe a preparação do livro que, efectivamente, viria a ser publicado, primeiro em Macau, em 1932, e, depois em Boston, em 1936, um ano após a sua morte. Na parte final do prefácio do seu livro, Ljungstedt refere-se a Dom Joaquim Saraiva, dizendo que "[...] durante a sua estadia em Macau, sofreu imenso para salvar da perdição interessantes documentos sobre Macau. Contudo, os materiais sobre os quais tinham passado os séculos, encontravam-se desfigurados, mutilados, furados pelos bichos e, muitos deles desfeitos em pó". O autor termina o seu prefácio afirmando que, nos Arquivos do Leal Senado, não se poderia ver jamais os seus documentos originais.

E continuariam, pelos anos fora, a desaparecer os documentos de Macau. Em 1851 ou 1852, constou ao Governo de Macau que alguém, na Metrópole, estaria interessado em escrever uma História de Macau. Tendo chegado tal notícia aos ouvidos do Sr. Comendador Lourenço Marques, então proprietário da Gruta de Camões, logo foi acomodando em três baús os documentos que possuía sobre este Território, entre os quais alguns relativos ao poeta Luís de Camões, e entregou-os ao Governo de Macau, que se apressou a enviá-los para Lisboa, como subsídio indispensável para a elaboração da obra pretendida.

Passaram-se os anos, a história não foi publicada e dos documentos não houve notícia. O Sr. Comendador, como proprietário dos mesmos, pediu então para Lisboa que lhe fossem devolvidos os referidos documentos, visto que não estavam a servir para se concretizar o objectivo de que se tinha falado. A resposta foi que os documentos, com os respectivos baús, se tinham completamente extraviado.

Tempos depois, em carta datada de 10 de Julho de 1883, assinada por José Alberto Corte Real, secre-tário-geral do Governo de Macau, dirigida ao Presidente do Leal Senado, podia ler-se o seguinte: "Devem existir em Lisboa documentos valiosos, alguns que foram comprados pelo Ministério da Marinha em 1875, pertencentes à Livraria do falecido José Torres, os quais não sei se serão parte dos que foram em tempos mandados pelo Comendador Lourenço Marques para Lisboa, e cuja notícia não se sabe que data retrocede ignorando-se também o destino que tiveram." (O sublinhado é nosso.)

O Arquivo da Câmara Eclesiástica foi-se desbaratando ao longo dos tempos e o Arquivo da Secretaria do Governo sofreu uma inundação por causa do tufão de 1874, nada mais se aproveitando do que era antigo.

Convém também lembrar aqui, que, até 1844, ano em que se deu a separação administrativa do Território de Macau do da Índia Portuguesa, passando aquele a constituir uma província separada, integrando as ilhas de Timor e Solor, muita da sua documentação original, com valor histórico, foi enviada para Goa, onde ainda hoje se encontra à guarda do seu Arquivo Histórico.

Mais recentemente, o Arquivo do Leal Senado e as instalações da Biblioteca Nacional, situadas junto ao salão nobre daquela vetusta instituição, foram objecto de pilhagem e destruição, perpetradas por dezenas de amotinados, durante os distúrbios de Dezembro de 1966, conhecidos localmente por 1,2,3. Muitos dos seus documentos foram deitados para a rua através das janelas do Leal Senado, tendo ficado danificados muitos deles. O P. Teixeira diz que teriam ficado destruídos, durante esses distúrbios, cerca de um terço dos manuscritos que ali se guardavam.

Em conclusão, poderemos dizer que, Macau não possui a maior parte desse repositório essencial para a sua História, que são os documentos que, ao longo dos séculos, as pessoas e as instituições que formam Macau foram segregando, e que constituem as suas Fontes Históricas. Quase todas se foram perdendo, ou porque foram sendo levadas para o exterior, ou devido ao abandono a que haviam sido votadas, ou ainda por causa das incle-mências do tempo e da voracidade da formiga branca.

3. FONTES SECUNDÁRIAS EXISTENTES NA BIBLIOTECA CENTRAL E NO ARQUIVO HISTÓRICO

Apresenta-se de seguida uma listagem, com alguns comentários, das principais obras, redigidas em línguas europeias, que integram os acervos da Biblioteca Central e do Arquivo Histórico:

3.1 Biblioteca Central

a) Sala de Macau — É na Sala de Macau que se guarda a parte mais significativa do espólio documental da B. C. que interessa ao estudioso da história da expansão e estabelecimento dos portugueses no Oriente. Desse espólio destaca-se a tradução de Luís Gonzaga Gomes do Ou Mun Kei Leok (Monografia de Macau), livro importante — cujo estudo, em chinês, foi feito recentemente — para se compreender Macau do século XVIII, tendo em conta que se trata de um documento redigido por dois magistrados chineses, portanto, elaborado numa óptica não portuguesa.

Não podendo de modo nenhum ser exaustivo, a seguir faz-se referência a alguns livros e autores importantes para a História da Expansão e Estabelecimento dos Portugueses no Oriente:

BRAGA, José Maria. Mais de 70 trabalhos, publicados em vários periódicos, como as revistas Mosaico e Renascimento, e o Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau, encontramse depositados na "Sala de Macau" da Biblioteca Central.

BOXER, Charles. Deste importante investigador da História da expansão portuguesa, encontram-se vários estudos importantes, nomeadamente:

—. Seventeenth Century Macau [...] Hong Kong, Heineman Educational Books,1984.

—. Ásia Portuguesa no tempo do Vice-Rei Conde da Ericeira:1718 - 1720. Macau, Imprensa Nacional,1970.

—. The Great Ship from Amacon. Lisboa, CEHU,1963. Edição portuguesa, Fundação Oriente e Centro de Estudos Marítimos, Macau,1989.

—. The Portuguese Padro- ado in East Asia and the problem of the chinese rites. Macau, Imprensa Nacional,1948.

Obras que, aliás, irão ser reeditadas nas Obras Completas, que a FundaçãoOriente (FO) tem em curso de publicação.

BARBOSA, Duarte. Livro em que se dá relação do que viu e ouviu no Oriente [...]. Lisboa, AGC,1928.

BOCARRO, António. Livro das Plantas de todas as Fortalezas, Cidades [...],2. ō vol., Lisboa, IN-CM,1992.

BRAZÃO, Eduardo. Em demanda do Cataio: a viagem de Bento de Goes à China: 1603 -1607. [Lisboa], AGU,1954.

—. The Embassy of Manuel de Saldanha to China in 1667 -1670. Macau, Imprensa Nacional,1948.

COLOMBAN, Eudore. Resumo da História de Macau. Macau, Tipografia Mandarim,1980 (a 1.ḁ ed. é de 1927). Pseudónimo do P. Regis Gervaix.

FRANÇA, Bento de. Subsídios para a História de Macau. Lisboa, IN,1888.

GOMES, Artur Levy. Esboço da História de Macau.1511-1849. Macau,1957.

GOMES, Luís Gonzaga. Efemérides da História de Macau. Macau, Notícias de Macau,1954.

— Vários trabalhos seus foram dados à estampa, sobretudo na revista mensal Renascimento, no órgão do Círculo Cultural de Macau, intitulado Mosaico, na Revista de Macau, na edição semanal ilustrada do Notícias de Macau e no Boletim do Instituto Luís de Camões.

— A sua bibliografia encontra-se exaustivamente tratada e sistematisada no Catálogo Bibliográfico que foi elaborado pela Biblioteca Central, em 1987.

JESUS, Montalto de. Historic Macau. lst. ed., Hong Kong, Kelly and Walsh,1902.

Trata-se de uma obra de leitura obrigatória para quem se queira dedicar ao estudo da expansão lusíada nesta área do globo e o estabelecimento dos portugueses em Macau.

Há mais de 3 anos foi editada em Macau, em Setembro de 1990, a primeira versão portuguesa, preparada a partir da versão apreendida em 1926, da responsabilidade da Ed. Livros do Oriente.

LJUNGSTEDT, Anders. An Historical Sketch of the Portuguese Settlements in China [...]. Boston, James Munrou & Co.,1836.

Recentemente foi feita uma edição desta obra pela Editora Viking Hong Kong Publications,1992. Existem várias traduções parciais em português publicadas nos jornais de Macau e em Impressão confidencial e reservada de documentos respeitantes à Península de Macau e suas dependências, Macau, Imprensa Oficial,1909, pp.131 -237.

PEREIRA, António F. Marques. Ephemerides Commemora-tivas da Historia de Macau, 1868.

PEREIRA, João F. Marques. Ta-Ssi-Yang-Kuo: Archivos e annaes do Extremo-Oriente Por-tuguez. Lisboa, Antiga Casa Bertrand-José Bastos,1899 - 1900.

PIRES, Videira, S. J.. Autor de importantes trabalhos de investigação referenciados no Catálogo Bibliográfico sobre este A., elaborado pela Biblioteca Central, em 1992.

PTAK, Roderich. é um sinólogo e investigador alemão de grande seriedade, com muito interesse por Macau e autor de importante bibliografia sobre o Território.

SILVA, Beatriz Basto da. Cronologia da História de Macau, volume I e II, Macau, DSE,1992 - 1993. Obra que, mais do que simples efemérides, encerra muitos e interessantes pormenores da História de Macau, dos séculos XVI ao XVIII.

TEIXEIRA, Manuel, S. J.. Autor de inúmeros trabalhos, grande parte deles referenciados no Catálogo Bibliográfico sobre este A., elaborado pela Biblioteca Central, em 1992.

b) Biblioteca do Leal Senado — Nesta biblioteca encontram-se muitas espécies bibliográficas de valor. Para além da sua colecção de periódicos de Macau, dos quais o mais antigo data de 1822, o Abelha da China, são importantes para o estudo da História de Macau e da presença dos portugueses no Oriente os seguintes documentos:

ALBUQUERQUE, Diogo Vieira de Tovar e. Index alfabético, cronológico e remissivo das Reais Ordens expedidas pelo Governo do Estado da India, desde o ano de 1586 até o de 1811 [...]. Nova Goa, IN.,1918.

BARROS, João de — Ásia de [...],6.ḁ ed., act. e anot. p/Hernani Cidade [...]. Lisboa, D. P. P. G. C.,1945.

BIKER, Júlio F. Júdice. Collecção de trabalhos e concertos de pazes que o Estado da India Portuguesa fez com os reis [...] até ao fim do século XVIII. Lisboa, IN.,1881.

BOCARRO, António. Decada 13 da Historia da India [...]. Lisboa, Typ. da Ac. Real das Sciencias.,1876.

CASTANHEDA, Fernão Lopes de. História do descobrimento e conquista da India pelos portugueses. Coimbra, Imp. Univ.,1928.

CHAGAS, Pinheiro. Os Portugueses [...] história dos descobrimentos [...]. Lisboa,1899.

CORTESÃO, Armando. Cartografia e os cartógrafos portugueses dos séculos XV e XVI. Lisboa, Seara Nova,1135.

COUTO, Diogo do. Décadas da Ásia [...]. Lisboa,1736.

PATO, Raymundo António de Bulhão. Documentos remetidos da India ou Livros das Monções. Lisboa,5 vols.,1884.

SOUSA, Manuel de Faria e. Asia Portugueza. Lisboa, Henrique Valente,1666 -1675.

TRIGAUTIUS, Nicolaus. Regni Chinensis description [...]. Lvgd. Bat., ex offic. Elzerviriana,1639.

3.2. ARQUIVO HISTÓRICO

a) Biblioteca de apoio à Sala de Leitura — esta pequena mas bem recheada biblioteca é, basicamente, formada pela bibliografia proveniente da Biblioteca particular de Luís Gonzaga Gomes. Nela há a destacar as seguintes espécies bibliográficas, consideradas importantes como fontes secundárias para a História de Macau e do Oriente Português.

ALVARENGA, Lucas José d'. Memória sobre a expedição do Governo De Macau em 1809, e 1810 em socorro ao Império da China [...]. Rio de Janeiro, Typogr. Imp. e Nac.,1828.

ANDRADE, José Ignacio de. Cartas escritas da India e da China nos anos de 1815 a 1835. Lisboa,1847.

—. Memória dos feitos macaenses contra os piratas da China [...] Lisboa,1835.

AYRES, Christovam. FernãoMendes Pinto e o Japão [...]. Lisboa, Typogr. da Academia,1906.

HENRI, Bernard. Aux Portes de la Chine [...]. Tientsin,1933.

CALADO, Adelino de Almeida. Livro que trata das cousas da India e do Japão. Edição crítica do código Quinhentista 5381 da BM de Elvas, Coimbra,1957.

MAFFEI, Giovan Pietro. Le Historie della Indie Orientali [...]. Veneza,1559.

SANTARÉM, Visconde de. Memória sobre o estabelecimento de Macau [...]. Lisboa, IN.,1879.

Mais recentemente o AH adquiriu as seguintes obras, muito importantes também como material de estudo para os nossos investigadores e estudiosos da história da expansão e estabelecimento dos portugueses nesta área do globo:

NOEL, Alexandre. Apologia de Padri Domenicani missionarii della China; o pure risposta al libro del P. Le Tellien Giesuita, intitolato defesa de nuovi Christiani, e diluci datione del P. Le Gobien della stessa compagnia, sopra gli honori, che li Chinese prestano a Confusio, ed a i morti, 2 partes em 1 volume Koln Cornelius von Egmondt Erben,1699.

KIRCHER — La bonne foy des anciens Jesuits missionaires de la Chine sur l'idolatrie des Chinois dans le culte qu'ils rendent à Confuncius aux morts, demontrée par des extraits fidéles des livres des RR. Péres Athanase Kirchere, Nicolas Trigaut, Alexandre de Rhodes et autres [...] avec quelques reflexions sur les nouveaux sentiments des RR. PP. Jesuites. N. p., n. d. (c 1700).

MAIRAN, Jean-Jacques d'Ortous de. Letters au R. P. Parrenin, Jésuite, Missionnaire à Pékin; contenant diverses questions sur la Chine. Nouvelle édition, revue, corrigée et augmentée de divers scules sur differents matiéres. Paris, Imprimerie Royale,1770.8vo.

Memorie istoriche della controversia dei culti chinesi. Con una reccolta di varie principali scritture de'padri della Compagnia di Giesa, e de'Segnori missionari del clero secolare di Francia, sopra la medesima controversia. Koln, s. n.,1700.20,240 pp.

Regni Chinensis descriptio, ex variis Authoribus. Leiden, Elzevir,1639.16mo. Portada gravada com 2 estampas no texto, (6),365, (9) pp.

Também no Instituto Histórico da Companhia de Jesus, em Roma, foram adquiridas mais as seguintes obras, fonte documental indispensável ao investigador de História Portuguesa no Oriente:

Documenta Indica, da responsabilidade de Iosephus Wicki, S. J. — 18 volumes. (História da Companhia de Jesus na Índia).

Documenta Malucensia, ed. anotada por Hubert Jacobs, S. J. — 3 volumes. (História da Sociedade de Jesus nas Molucas, em algumas partes daÍndia e em Singapura.)

Epistolae S. Francisci Xaverii, ed. p/Georgius Schurmhammer, S. J., e Iosephus Wicki. (Cartas de S. Francisco Xavier.)

The Jesuit Makasar Documents (1615 -1682), ed. e anotada p/Hubert Jacobs, S. J. (História dos Jesuítas em Makasar, no Sul deSulawesi (Celebes) e em algumas ilhas do Arquipélago de Sunda.)

Introductio ad Historiam Societatis Jesu in J aponia (1549 -1650). Ed. sob a orientação de Josephus Franciscus Schutte, S. J. (História da Sociedade de Jesus no Japão.)

II Cerimoniale per I Missionari del Giappone, pelo Padre Alexandre Valignano, S. J. Ed. crítica e anotada p/Giuseppe Fr. Schutte, S. J. (Metodologia missionária utilizada na conversão dos japoneses.)

4. FONTES TERCIÁRIAS

A Bibliografia Macaense e o Catálogo dos Manuscritos de Macau, duas obras da autoria de Luís Gonzaga Gomes, são importantes fontes terciárias da História de Macau, sendo a primeira uma relação das publicações sobre este território e daquelas que, mesmo sem se referir a Macau, foram aqui impressas; quanto à segunda obra, editada em Lisboa pelo Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, em 1960 - 66, no Boletim da Filmoteca Ultramarina Portuguesa, apresenta--nos um índice dos manuscritos do Arquivo do Leal Senado e da Administração Civil de Macau, abrangendo o período que vai de 1611 a 1924.

A actualização da bibliografia de Macau, dado que a de Luís G. Gomes tinha terminado em 1973, mostrou-se uma prioridade. Daí que, na Biblioteca Central, se tenha iniciado em 1988 o trabalho de preparação de uma nova obra, que se intitulou de Boletim Bibliográfico de Macau, dividido em duas séries, Monografias e Periódicos, cada uma das quais reportando-se a documentação em línguas europeias e documentação em língua chinesa.

Os volumes até hoje publicados do Boletim Bibliográfico de Macau, editados pelo ICM, com início em 1988, constituídos pelas respectivas séries, Monografias e Periódicos, fazem o levantamento bibliográfico em sentido retrospectivo, isto é, referenciam a documentação em línguas europeias e em chinês, publicada entre 1945 e 1988. Neste momento encontra-se preparado para a publicação o volume àcerca da documentação publicada entre 1800 e 1944. Entretanto, uma nova série, sobre jornais de Macau, na qual se faz o levantamento dos artigos dos jornais de Macau que se referem a este Território, vai começar este ano a ser editada, completando, assim, este ambicioso projecto. Os primeiros números desta série farão referência aos artigos publicados nos vinte títulos dos mais antigos jornais de Macau, publicados no século XIX, existentes na Biblioteca do Leal Senado, dos quais os cinco primeiros são o Abelha da China (1822 - 1823); Gazeta de Macau (1824 - 1826); Crónica de Macau (1834 -1836); O Macaísta Imparcial e Registo Mercantil (1836 - 1838) e o O Português na China (1839 -1843).

Antes mesmo desta nova série do Boletim Bibliográfico de Macau ser editada, já poderá ser entendida como Fonte Terciária, em suporte informático, a Base de Dados da Imprensa Escrita de Macau, existente na Biblioteca do Leal Senado, a partir da qual o investigador pode colher informação sobre os trabalhos e notícias importantes para a história de Macau, que foram sendo publicadas nas inúmeras folhas dos jornais deste Território, desde 1822 até meados do nosso século.

Importante Fonte Terciária é a publicação intitulada Arquivos de Macau, surgida entre 1929 e 1931, e que tem por finalidade "dar a conhecer todos os documentos de interesse histórico que forem encontrados nos arquivos do território de Macau", como reza a Portaria n. ō 268, de 27 - 4 -1929. Em 1941 segue-se a segunda série, e, após um intervalo de alguns anos, volta a aparecer em 1964. Seguiu-se novo interregno, com a criação do Arquivo Histórico, em 1979, aparecendo então, dois anos depois mais uma série, agora com o título de "Arquivos de Macau — Boletim do Arquivo Histórico de Macau". Em 1991 é publicado o n. ō 1 Jan/Jun., do novo Boletim do Arquivo Histórico de Macau, o qual apresenta o Inventário do Arquivo do Leal Senado, cujos documentos vão de 1762 a 1927.

Importantes também são os Catálogos Bibliográficos que têm sido publicados pela Biblioteca Central e pelo Arquivo Histórico, como o intitulado Jesuítas na Ásia, ou os que fazem o levantamento sistemático da bibliografia de autores relevantes no âmbito da História de Macau, como sejam, José Maria Braga, Luís Gonzaga Gomes, P. Videira Pires, P. Silva Rego, P. Manuel Teixeira e Fernando de Lara Reis.

NOTAS

1 Boletim do Arquivo Histórico de Macau. 5.ḁ série,1 Jan.-Jun.1991.

João de Freitas."A Imprensa de Tipos Móveis em Macau [...]", in Anais das Bibliotecas e Arquivos de Portugal, Coimbra,1915,1 (5), p.211 e seg.

3 P. Manuel Teixeira. O IV Centenário da Im prensa em Macau. RC: Revista de Cultura, Macau, (6) 1988.

4 Jack Braga. Primórdios da Imprensa em Macau, Macau, ed. do Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau,1965.

5 M. G. dos Santos Domingos. Macau — Primeira Universidade Ocidental do Extremo Oriente. Anais da Academia Portuguesa da História, II série, vol.2, p.106.

6 Anders Ljungstedt. An Historical Sketch of the Portuguese Settlements in China [...], Hong Kong, Viking Hong Kong Publications,1992.

7 Os decretos do Marquês de Pombal atingiram os Jesuítas de Macau em 1762, tendo o Papa abolido a Companhia de Jesus em 1773.

8 Ta-Ssi-Yang-Kuo: Archivos e Annaes do Extremo Oriente Português, Lisboa, Antiga Casa Bentrand — José Bastos,1899-1900.

* Licenciado em História; especialista em Ciências Documentais; Director da Biblioteca Nacional de Macau.

desde a p. 120
até a p.