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A cidade e o porto de Damão nos Séculos XVIII e XIX

Carlos Xavier*

Rua principal de Damão(in "A India Portuguesa"A. Lopes Mendes, Lx. I. N.-1886).

A Cidade de Damão fica na margem esquerda do rio Damanganga entre 20° 24' 40" de lat. N. e 72° 49' 10" de longitude E. Greenwich.

É banhada ao norte pelo acima referido rio e pelo poente pelo Golfo de Cambaia do oceano Índi-co, a cuja entrada se situa. A leste e ao sul tem um fosso que a defendia, em outros tempos, dos ataques inimigos(1).

Em 1522, Diogo de Melo que vinha provido em Capitão de Ormuz e para lá seguia na nau "Concei-ção", não achando tempo favorável, foi arrastado até Cambaia e dali para Damão. Ele e os seus homens foram os primeiros portugueses, que chegaram a Da-mão (2).

Em 1530, António da Silveira chegou a Damão e vendo uma fortaleza de pedra de quatro torres e a porta coberta de chapas de cobre, a qual tinha por ca-pitão um abexim com muita gente dentro dela e mil homens a cavalo fora dela, os quais davam mostras de não temerem os portugueses, desembarcou com toda a sua gente e dividindo-a em dois esquadrões, um sob o seu comando e outro sob o comando de Manuel de Sousa e Sepúlveda, avançou contra a cavalaria abexim que sofreu pesadas perdas. O capitão abexim com os seus homens, não se sentindo seguros dentro da for-taleza abandonaram-na; António da Silveira mandou então remover as chapas de cobre e queimar a por-ta, derrubar os muros onde ela estava e também as ameias com que toda a fortificação ficou destrui-da (3). Em seguida embarcou na armada e regressou a Chaúl.

Em 1559 o Vice Rei D. Constantino de Bra-gança partiu de Goa para Damão com uma armada de cem navios à qual se juntaram mais em Chaúl e Ba-çaim. A 2 de Fevereiro de 1559, dia de festa da Nossa Senhora de Purificação fez a sua aparição em Damão. O exército desembarcou dividido em cinco colunas cada uma sob o comando de um capitão experimenta-do. A coluna da vanguarda era comandada por Dom Diogo de Noronha que foi, mais tarde, o primeiro Capitão Governador de Damão.

Os abexins e os turcos sob o comando de Sidi Bofetá, Sidi Rana e Sidi Kornabek, receando que as comunicações com a fortaleza fossem cortadas, bate-ram em retirada sem disparar sequer um tiro (4).

O primeiro português a entrar na cidade e a ar-vorar nela a bandeira regimental, na muralha, foi Ma- nuel Rolim. Vendo isto, o Vice-rei que se achava a bordo da Armada ordenou que todos os navios en-trassem no porto e dessem a salva real. Dom Diogo de Noronha não permitiu que o exército entrasse na for-taleza sem o Vice-Rei. Assim, logo após o desembar-que, Dom Constantino entrou triunfalmente na for-taleza sendo recebido por Dom Diogo .

Após a entrada na fortaleza o Provincial dos Je-suitas, Gonçalo de Silveira, celebrou uma missa so-lene na mesquita abissínia e foram feitas cruzes de madeira para denotar que a conquista fora feita para uma nação cristã.

O dia 2 de Fevereiro passou a ser celebrado em anos subsequentes na Sé Catedral que, como o Sena-do, deve a sua origem ao conquistador de Damão. Nesse dia o Senado distribuía velas pela assistência. A cidade de Damão também passou a ser conhecida como Cidade de Nossa Senhora da Purificação de Damão. D. Constantino de Bragança ordenou, por isso, que a imagem da Senhora de Purificação fosse colocada na Sé e na Igreja dos Jesuítas que ficava no local da Mesquita abissínia (5).

O local histórico da fortaleza antiga era o bas-tião que ficava no canto sudoeste onde no dia 2 de Fe-vereiro de 1552 o capitão abexim Sidi Bofetá, antes de abandonar a fortaleza, mandou decapitar os princi-pais cidadãos de Damão por suspeitar que estivessem em ligação com os portugueses traindo assim os se-nhores da fortaleza (6).

Os portugueses uma vez senhores da fortaleza estenderam a sua jurisdição até ao rio Bulsar, ao nor-te, e ao sul até Agashi, ficando deste modo sob a juris-dição de Damão os distritos de San jan, Danu, Tara-por e Kelve-Mahim.

Os jesuítas passaram a ser senhores de cerca de dois terços da área da cidade onde tinham a Igreja de S. Paulo, o Colégio das Onze mil Virgens, a Casa da Moeda e a Capela de S. João Baptista que era privada do Governador. Os franciscanos tinham a sua casa junto dos muros do forte muito perto da porta seten-trional. A sua Igreja era dedicada ao Espírito Santo. A sua torre tinha a altura de 90 pés. Este era o único convento que tinha cisterna e duas salas subterrâneas onde eram alojadas as vítimas da Inquisição de Da-mão entre as quais figurava Monsenhor Delon. O Convento tinha uma Capela de S. Nicolau, toda abo-badada. No dia da festa do Santo benziam-se nesta capela inúmeros bolinhos feitos com todo o esmero, brancos como a neve, denominados bolinhos de S. Nicólau. Os frades distribuíam-nos pelos grandes da cidade. Estes bolinhos eram muito procurados pelos habitantes da cidade que os davam de comer aos seus doentes que ficavam curados devido à intercessão do Santo.

O Convento de Santo Agostinho era, também, muito grande. Estavam, também, estabelecidos na ci-dade os dominicanos cujo convento era o maior de Damão e os religiosos de S. João de Deus (7).

Após a queda de Baçaim em 1739 os maratas vi-toriosos entraram na Jurisdição de Damão. No mesmo ano Surenaja Pant atravessou os Gates à testa de dez mil homens (2.000 cavaleiros e 8.000 soldados de infantaria). Os portugueses que haviam perdido em Baçaim 800 homens não puderam resistir ao ata-que marata cujos exércitos vitoriosos capturaram su-cessivamente as fortalezas de Tarapor, Danu, Um-bargaum e Catalvará. Em Sanjan travou-se a mais fe-roz batalha. O Governador de Damão, Filipe de Va-ladares Souto Maior, não obstante a bravura das suas tropas e do batalhão parse comandado pelo Capitão Dagi Jasanga, teve de ceder entregando o forte. Os soldados e os habitantes cristãos correram então p-ara o norte onde se refugiaram na grande fortaleza de Da-mão. As tropas maratas que foram em sua persegui-ção não tiveram coragem de atacar a fortaleza que se achava bem defendida (8).

Em 1744, não obstante o tratado celebrado an-teriormente, os maratas cercaram Damão que se res-sentiu logo da falta de provisões. De Goa não vinha também qualquer auxílio. Era ao tempo Governador e Capitão da Cidade D. António de Castro, o qual perante esta situação aflitiva foi a 15 de Dezembro da-quele ano ao convento dos dominicanos e pediu ao seu Vigário que mandasse abrir as portas da Igreja. Então dirigindo-se direitinho ao altar da Nossa Se-nhora do Rosário e subindo os seus degraus depôs, piedosamente, aos pés da Senhora o bastão do Go-verno e, na mão da imagem que tinha o rosário, colo-cou um documento escrito que foi denominado cé-dula memorial no qual prometia resgatar o bastão por 200 xerafins no caso de ser levantado o cerco. O Go-vernador voltou ao seu palácio e em 23 de Março do ano seguinte escrevia ao Senado que o perigo havia passado - isto é, o cerco fora levantado (9).

Em 1751 era precária a situação dos moradores da Praça muitos dos quais tinham morrido de fome por as suas fazendas terem sido tomadas pelos mara-tas (10).

Após a queda da Província Portuguesa do Norte a jurisdição de Damão ficou reduzida a apenas vinte aldeias que ficaram mantidas para a subsistência da Praça de Damão. A produção dessas aldeias não era suficiente para a manutenção por mais de quatro meses dos habitantes da Praça que tinham de buscar géneros nas terras do marata que punha todas as difi-culdades. A situação era tal que tendo falecido muitos oficiais as suas mulheres tinham de pedir esmola para dar enterramento aos cadáveres pois os soldos eram pequenos e não davam para uma vida decente (11).

A 10 de Junho de 1783 foi tomada posse de 62 aldeias de Praganã Nagar-Aveli cedidas pela Casa de Punem. Assim, ficou bastante ampliada a jurisdição de Damão (12).

Estamos já no século XIX. A 5 de Novembro de 1801 chegavam a Damão, a bordo do navio Mar- quis of Cornvalis tropas inglesas sob o comando do Capitão White as quais foram alojadas no Senado, no Hospital Militar e no Convento de Santo Agostinho cujos frades protestaram enérgicamente contra esta arbitrariedade que os impedia de cumprir os deveres monásticos. Do protesto não surtiu efeito algum e as tropas continuaram alojadas no Convento. Era ao tempo Governador de Damão, o Chefe da Divisão, Cândido José Mourão Garcês Palha que não era muito favorável à aceitação do socorro inglês que era enviado a pretexto de presumíveis ataques dos fran-ceses. Porém, perante a atitude do Governo de Goa, não teve Garcês Palha outra alternativa senão aceitar o socorro prontamente (13).

Os soldados ingleses estiveram em Damão durante oito anos e só se retiraram em 1808. Gran-de parte dos soldados do contingente inglês adoe-ceu (14).

Foi durante o governo deste ilustre oficial que Damão progrediu bastante, tendo a esse tempo o seu porto tido um movimento extraordinário. A cidade de Damão que parecia ir decaindo cada vez mais des-pertava da modorra em que se achava (15).

Largo da Sé da Cidade de Damão (in "A India Portuguesa" A. Lopes Mendes, Lx. I. N.-1886).

Em 1821 passou a governar Damão, Julião José da Silva Vieira, miguelista ferrenho mas um Governa- dor dinâmico. Mandou construir o magnífico e só-lido cais usando os materiais dos muros do Convento de S. Paulo e do Colégio das Onze Mil Virgens, man-dou construir a Secretaria do Governo e o fortim S. Miguel, uma demonstração de fidelidade ao Infante D. Miguel a cujo partido pertencia.

Dispunha de recursos financeiros derivados do comércio do ópio. Políticamente era um verdadeiro déspota pois perseguiu todos os que pertenciam ao partido constitucional (16).

Mandou cunhar, em honra de D. Miguel, uma medalha comemorativa (17).

Julião saíu de Damão no dia 1 de Fevereiro de 1834 e foi residir em Tarapor. Por decreto de 9 de Maio daquele ano foi demitido. De Tarapor seguiu para Europa indo ter com D. Miguel que se achava no exílio (18).

Em 1835 veio nomeado para Prefeito dos Esta-dos da Índia o goês Dr. Bernardo Peres da Silva. Era a primeira vez que um goês era nomeado para o mais alto cargo da administração do Estado Português da Índia. Liberal declarado, Bernardo Peres esteve exi-lado no Brasil onde viveu dando lições das primeiras letras no Rio de Janeiro (19).

Instalado o Governo Constitucional foi Ber-nardo Peres despachado para a Índia como Prefeito.

Foi efémero o seu Governo em Goa, pois tendo tomado posse a 14 de Janeiro de 1835 foi preso a I de Fevereiro e embarcado na corveta "Infanta Regente".

As causas foram a reacção de um sector do exér-cito às medidas adoptadas pelo Prefeito como a subs-tituição de alguns oficiais e funcionários. Bernardo Peres, porém, tinha o apoio da tropa europeia mas não obstante isto teve de ceder perante as maquina-ções do Governador Militar, Fortunato de Melo que ele próprio trouxera de Portugal. Tendo-se homi-siado na Índia Inglesa e preparado uma expedição em Bombaim, esta fracassou devido a um temporal e Bernardo Peres não teve outro recurso senão ir à Praça-de Damão donde governou durante dois anos os distritos do Norte (20).

Havia assim na Índia dois governos: um legal, o de Bernardo Peres e outro, em Goa, dos que se ha-viam rebelado contra o Prefeito.

Para Damão também se deslocaram inúmeros refugiados políticos leais ao Prefeito.

Durante a permanência do Prefeito em Damão a Praça foi fortificada receando-se uma invasão das tropas de Goa contrárias ao Prefeito.

O Prefeito entrou em Damão a 29 de Junho de 1835 e logo tratou da defesa da Praça para o que havia as seguintes forças (21):

- uma Companhia de árabes e patanes

- força volante da guarnição de Tiracol

- Batalhão da Praça

- Corpo auxiliar

- destacamento de Artilharia

- Companhia de veteranos

- Brigada real da Marinha.

Além disto pretendia-se alargar os efectivos com mais gente. Para tanto tinham vindo a Damão o filho de Zoibá Ranes, leal ao Prefeito e o Mapxencar, os quais prometeram trazer para a Praça 400 sipais correndo as despesas por conta do Estado (22).

As diversas companhias existentes em Damão tinham os seus aquartelamentos nos seguintes baluar-tes (23):

lḁ Companhia, no Baluarte da Barra;

2ḁ Companhia, no Baluarte de S. Domingos;

3ḁ Companhia, no Baluarte de S. Miguel;

4ḁ Companhia, no Baluarte de S. Martinho;

5ḁ Companhia, no Baluarte de S. Tiago;

6ḁ Companhia, no Baluarte de S. Inácio;

7ḁ Companhia, no Baluarte de S. Sebastião.

As outras unidades (Patanes, Auxiliares, etc.) estavam aquarteladas nos Baluartes de S. Jorge, Ma-dre de Deus e S. Francisco.

Foi durante o Governo de Prefeito que se esta-beleceu a primeira tipografia em Damão cujo tipo foi mandado vir de Bombaim tendo custado 520 rupias e 13 réis. Nela foi publicado o primeiro jornal de Da-mão "O PORTUGUÊS DE DAMÃO" (18 de Julho a 8 de Agosto de 1835) (24).

O Governo do Prefeito em Damão norteou-se todo no permanente receio que tinha de uma invasão a ser levada a efeito por tropas adversas vindas de Goa.

O Prefeito cessou de exercer as suas funções com a vinda do Barão do Sabroso para Governar a Ín-dia, o qual tomou posse deste seu cargo em 23 de No-vembro de 1837. A saidado Prefeito de Damão reves-tiu-se de protestos e contra-protestos tendo muitos exigido a sua prisão. Mas o Prefeito saíu incólume tendo viajado por terra para Bombaim (25).

A primeira casa monetária de Damão fora fun-dada em 1611. As moedas nela cunhadas traziam a marca D. A última moeda da Província do norte é uma peça de tutenaga com a marca D-B (Damão-Ba-çaim) (26).

A segunda casa monetária foi fundada pelos je-suítas em 1617. Quase sempre o metal para a cunha- gem era trazido de Surrate. As moedas eram batidas no Colégio das Onze Mil Virgens e eram péssima-mente cunhadas e bastante quebradiças. A sua cu-nhagem foi iniciada em 1617 e foi até 1759.

A terceira casa monetária foi a do adjunto que começou a bater a moeda - bazaruco de tutenaga - em 1769 e continuou a batê-la até 1799. Era mais perfeita esta moeda que as anteriores (27).

De 1817 a 1837 Damão alcançou uma prosperi-dade única devido ao comércio do ópio. Importava-se este produto do Sinde sendo reexportado através de Damão para a China.

O comércio de ópio dava vida ao porto de Da-mão e era uma imensa fonte de receita para a Alfânde-ga, que cobrava, aproximadamente, dois laques de xerafins ao ano (28).

Os primeiros comerciantes que introduziram o comércio de ópio em Damão foram o baniane dama-nense Mulchande Irá e o capitão do barco "Príncipe Regente" Faustino Coelho dos Santos (29).

Comprava-se o ópio em Cambaia, Malwa, Cutch e Karachi e era reexportado para Macau, Ali-bag e Malaia. Era acondicionado em caixas de um pico, que correspondia a 4 arrobas.

Os direitos que se pagavam na Alfândega eram de 4% ao princípio e 2,5% mais tarde.

O ópio foi exportado para Macau pela primeira vez em 29 de Abril de 1823 pelo navio CASTRO do comando do capitão Ângelo António Fernandes.

As quantidades embarcadas foram as seguintes:

Ópio de 1° qualidade........ 827 caixas

Ópio de 2° qualidade........ 124 caixas

Ópio de 3° qualidade........ 132 caixas

Total............................1.083 caixas (30).

No período de 1822 a 1824 foram reexportados 5.051 picos 1 arroba e 11 arráteis de ópio avaliado em Rupias 6.048.126:10:00 (31).

Porta e Baluarte de S. Jerónimo em Damão.

No período de 1 de Outubro de 1826 a 30 de Junho de 1827 (nove meses) foram reexportados para Alibag Bavanagar e Macau, 1.719 picos, 26 arráteis e 3 onças de ópio (32).

Em 1833 foi levada para Lentia a seguinte quantidade de ópio (33):

Pelo navio "D. Manuel de Portugal"

726 caixas avaliadas em....................... Rs.422.532:00:00

Pelo brigue "Amélia" 652 caixas

avaliadas em............................... Rs. 379.464:00:00

Total...................................... Rs. 801.996:00:00

O comércio de ópio cessou em 1838 após a to-mada do Sinde pelos ingleses que proibiram a expor-tação do ópio.

O porto de Damão era considerado o melhor da costa de Cambaia. Não obstante a barra estreita e comprida, que na baixa-mar não permitia a entrada do mais pequeno barco, era frequentado por embarcações de grande calado.

O porto mantinha ligações com Lisboa, Rio de Janeiro, Moçambique, Diu, Goa, Bengala e Macau além de Karachi e outros portos da costa do Guzera-te.

Era também um porto piscatório pois era grande o número de embarcações de pesca nele regis-tadas. Os pescadores de Damão conhecidos como machins eram destemidos e iam em barcos pequenos - Galvetas - a pontos distantes para a pesca de bombi-lim, pâmpanos e darás, que secavam para exportação.

O porto não pode ser demandado durante a monção devido à corrente caudalosa do rio, pois as suas águas turbulentas tudo arrastam.

O cais fica na margem esquerda do rio, mesmo em frente da porta do mar da fortaleza de Damão. Foi mandado construir nos princípios no segundo quar-tel do século XIX pelo Governador Julião José da Silva Vieira usando os materiais do Convento de S. Paulo cujas paredes tiveram de ser bombardeadas de-vido à sua solidez. É uma construção pesada e sóli-da que resistiu até ao presente às fortes correntes do rio (34).

Havia um barco de Moçambique que fazia uma ou duas carreiras regulares para aquele porto, como havia um barco de Goa e outro de Diu. Além disto o porto mantinha ligações com Macau para onde ex-portava ópio. De tempos a tempos tocavam este porto barcos vindos de Lisboa.

Em 1801 houve ainda barcos que vieram da América (Boston e Filadelfia) com mercadorias pa-ra serem vendidas em Damão e houve tentativas para estabelecer relações comerciais com portos america-nos (35).

Foi durante o governo do Chefe da Divisão Cândido José Mourão de Garcês Palha que o porto prosperou muito, pois o seu movimento aumentou deveras.

O barco de Moçambique levava para lá tecidos fabricados em Damão. Estes tecidos foram em 1.800 isentos do pagamento de direitos de saída como fica-ram isentos de pagamento de direitos de entrada a li-nha e outras materiais importados para o fabrico de tecidos (36).

Era através deste porto que se importavam dou-tros portos do Guzerate os géneros destinados ao consumo dos habitantes de Damão. -

Em 1801 veio um navio americano para levar te-cidos de Damão e após uma demora de três dias par-tiu para Boston. O Governo de Damão entrou em ne-gociações para virem até quatro embarcações de América para Damão estabelecendo o seguinte re-gime preferencial: pagarem 4% de direitos de entrada de géneros trazidos da América e 1% pelas patacas e 2% de direitos de saída pelas mercadorias levadas de Damão (37).

Este ajuste foi aprovado pelo Governo de Goa com a recomendação de proceder com toda a prudên-cia para evitar os ciúmes dos ingleses. É que o inglês procuraria por todos os meios evitar que Damão in-crementasse o seu comércio para evitar que os portos ingleses na Índia, especialmente o de Bombaim, so-fressem (38).

Os escravos eram outro artigo de importação de Moçambique. Um cafre estava avaliado em 200 xe-rafins, uma negra 160 xerafins e cafrinhos e negrinhas 140 xerafins, cada. Em média vinham em cada viagem 8 cabeças (39). De Moçambique também vinham marfim, doblas de ouro, pontas de abada, patacas es-panholas. Os preços do marfim por candil eram: marfim grosso, 1.200 xerafins, marfim meião, 1.000 xerafins e marfim miúdo, 400 xerafins, nos princípios do século XIX (40).

A pataca espanhola valia 4 xerafins e 4 tangas.

O porto teve o seguinte movimento de 1839 a 1842 (embarcações entradas) (41):

1839............276

1840............272

1841............344

1843............200

1844............201

Para amostra vai a seguir o rendimento da Al- fândega de Damão durante cinco anos (42).

                    x t r
    1849............18.448:3:31
    1850............19.421:3:583/4 
    1851............ 9.189:0:543/4 
    1852............ 8.211:2:553/4 
    1853............ 7.583:3:043/4

A diferença para menos que se verifica nos últi-mos três anos é porque as mercadorias importadas por mar passaram a ser importadas por terra.

A decadência do porto começou com a prospe-ridade do porto de Bombaim. Os artigos que os bar-cos de Moçambique levavam trazendo em retorno marfim, pontas de abada e outros diferentes géneros que, depois, eram por baldeação levados por barcos costeiros a Bombaim, deixaram de vir, pois os barcos passaram a estabelecer ligações directas com aquele porto (43).

As embarcações construidas não ficavam todas em Damão mas eram levadas para vários outros por-tos. Em 1841 estavam registadas em Damão duas pa-las, um brigue, quatro batelões, um mangerim, um patmarim, 35 galvetas de transporte e 130 galvetas de pesca. Já não era pouco (44).

Em 1846 o porto tinha registadas as seguintes embarcações (45):

     2 Brigues 
     1 Palinha 
    10 Batelões
     4 Patmarins
    37 Galvetas de carga e transporte 
    97 Galvetas de pesca 
    37 Almadias
     2 Mangerins

Todas estas embarcações tinham uma tripula-ção totalizando 764 marinheiros, cifra razoável para um porto pequeno como Damão.

Em 1849 o porto tinha as seguintes embarca-ções que se empregavam nas viagens de longo curso: Brigues ESTRELA DE DAMÃO, QUATRO DE ABRIL e AMISADE, palinha RUPAVEL e barca XEC ALAMQ. As embarcações que se empregavam no comércio de cabotagem eram 35 e os barcos de pesca eram 96, estes empregando cada um cinco indi-víduos além de um tandel(46).

Entre os produtos que se importavam através do porto de Damão contam-se açúcar, aço, amên-doas, arroz, bagagem, batatas, canela, chumbo, cerveja, coentro, cera bruta, cobre, estanho, espingar-das, ferro, legumes, laranjas de Moçambique, louça, madeira, óleo de rícino, passas, pontas de abada, roupa de Diu, sândalo, tâmara etc. A isto havia a acrescentar marfim, doblas de ouro, patacas espanho-las e escravos (47).

Entre a carga saída mencionaremos: areca branca e vermelha, acas de tubarão, dito de viola, bu-xos de peixe, bambus, coco, canasw jagra, louça de barro, castanha de cajú, madeira, potravalis, perús, pontas de veado, pimenta longa, panha, relógios, ro-lhas de cortiça, raízes cheirosas, sal, solans de brin-dão, madeira, tabaco em pó, vinagre, etc. (48).

Em 1860, o rendimento da Alfândega de Da-mão foi de 35. x476:21:44rs 1/2 (49).

As taxas que os navios pagavam no porto de Damão eram de 7 rupias pela entrada e de 7 rupias pela saída de navios nacionais e 50 rupias pela entrada e 50 rupias pela saída de navios estrangeiros de três mastros e 40 rupias pela entrada e saída de navios es-trangeiros de dois mastros (50).

Os artigos de exportação para Moçambique eram lunguis de linha de seda, lenços, sapatos de gen-tios, dontins, zuartes, legumes, arroz, calaim, topis de mouro, canequins, chela, savai quiny, etc. (51).

De Moçambique vinham escravos negros, pon-tas de abada, marfim doblas de ouro, patacas espa-nholas, pó de ouro etc..

Os importadores de marfim eram os comer-ciantes Ibramo Mamode, Racique Valobo, Jamcerey Beramogy, Naranabay Draramo, Cipriano Sousa, Calanchande Juachande, Mussagy Ismalgy, Ratan-chande Irachande, Caetano Sousa, Amarchande Dramchande, Gulamo Mamode, Durchande Arigy, Gulamo Mamode, Mulchando Daramchande e Ca-lamchande Irachand (52).

Como se vê a maioria era constituída de banea-nes, uma classe comercial do Guzerate, figurando na lista, também, uns poucos maometanos e dois católi-cos apenas. Sabido que o comércio do marfim era muito rendoso pode-se dizer que os comerciantes acima mencionados eram de fartos cabedais.

D amão deveu também a sua prosperidade aos seus estaleiros onde se faziam construções de excelentes barcos.

Nos séculos XVIII e XIX foi febril a actividade dos seus estaleiros tendo-se neles construido inúme-ros barcos.

Além dos estaleiros do Governo ou propria-mente do Arsenal, Damão tinha estaleiros particula-res. Enquanto aqueles se achavam situados na mar-gem esquerda do rio, junto da muralha da Praça, estes ficavam na margem direita, um deles ali onde hoje fica o salão D. Luís.

Os estaleiros do Governo não tinham pessoal permanente além do construtor e uns poucos mestei-rais, mas os operários eram recrutados segundo a ne-cessidade das construções encetadas neles. Este factor e mais a circunstância de salários baixos e excelentes madeiras baratas que se podiam adquirir nas proximi-dades do porto, davam aos seus estaleiros uma situa-ção de vantagem em relação aos estaleiros de Bom-baim e aos de Goa.

Em 1773 o Marquês de Pombal que reorgani-zou o Arsenal e a Ribeira das Naus de Goa dizia que enquanto em Goa durante o último século não se ti-nham construído senão três barcos, nos estaleiros de Damão o célebre construtor Caliana havia feito sozi-nho muito mais do que toda a corporação marítima de Goa e, por isso dava-lhe o cargo de construtor ré-gio (53).

Chegamos a anotar as seguintes construções feitas no terceiro quartel do século XVIII:

Quatro manchuas fabricadas no Arsenal de Da-mão que foram enviadas para Goa pela Fragata S. Francisco Xavier em 25 de Novembro de 1783 (54). Em relação a estas manchuas (duas de penão e duas de gávea) dizia-se que estavam bem feitas com os seus lambarins à inglesa, cinco portinholas de cada banda, duas à popa e uma à proa (55).

Em 1784 fabricou-se uma manchua de 35 pés de quilha.

No mesmo ano fabricou-se uma chalupa de mastro (56).

Em 1790 foram enviadas para Goa as duas cha-lupas e uma manchua construídas no Arsenal de Da-mão (57).

No mesmo ano foram construídas quatro gal-vetas sem coberta.

Em 1793 foram construídas seis galvetas das quais quatro destinadas a Goa (58).

Nesse mesmo ano ficou pronta a corveta que o armador Jacinto Domingues mandara construir e um batelão com tamanho e forma de chalupa como, tam-bém seis chatas; também foram lançados ao mar um navio de casco de 116 pés, outro de 80 pés e uma pali-nha muito bonita (59).

Em 1799 foi construído o navio "Veiga Ca-bral", dois navios consignados a José Harding e duas embarcações encomendadas por ingleses (60).

No século XIX pudemos registar as seguintes construções:

De 1814 a 1816 foram construidos 7 navios, 1 brigue, 1 galea e 1 pala (61).

De 1820 a 1841 foram construidas nos estaleiros de Damão 149 embarcações sendo 3 navios, 2 corve-tas, 27 batelões, 7 brigues, 8 daus, 1 catraia, 1 falea de guerra, 1 barca de aguada, 4 patmarins, 5 paraus, 1 lancha e 89 galvetas (62).

Nos três anos que vão de 1842 a 1844 construi-ram-se 2 barcaças, 10 galvetas e 1 batelão (63).

Em 1841 o pessoal do Arsenal de Damão era o seguinte (64).

1-1° construtor

1-2° construtor

1 - mestre carpinteiro

1 - mestre calafate

1 - sarangue mor

1 - mestre mocadão do escaler da Praça.

Com tão diminuto pessoal permanente os esta-leiros de Damão obravam verdadeiros milagres cons-truindo barcos numa intensidade de pasmar, barcos cuja construção era muito apreciada devido à sua traça e boa qualidade.

A madeira usada nas construções era o sâg (teca) essência florestal muito consistente e durável (Tectona granclis, Lin.) que abundava nas matas de Nagar-Aveli e nas redondezas do território inglês. Era barata e de fácil transporte. Os operários vinham das aldeias circunvizinhas e das do território inglês próximas da fronteira que mudavam temporária-mente a sua residência para as proximidades dos esta-leiros retirando-se quando não houvesse trabalho.

Os construtores eram filhos da terra ou das cir-cunvizinhanças excepto no segundo quartel do sé-culo XIX em que houve europeus. Mencionarei entre eles os seguintes:

1774 - Sadassiva Caliana (65)

1781 - Sadassiva Quenso (66)

1805-JadoSamoji(67)

1842 - Gangaramo Jado (68)

1852 - José Nicolau Rodrigues (69)

1855 -José Victor Moreira (2° tenente construtornaval(70)

1866- O mesmo.

O Arsenal de Damão foi extinto por Portaria de 11 de Agosto de 1871 e, consequentemente, cessaram de existir os estaleiros de Damão.

NOTAS DA REDACÇÃO

Acas - Barbatanas.

Anás - Tangas.

Areca - Uma espécie de fruto.

Arroba- 32 arratéis.

Bazaruco - Antiga moeda da Índia Portuguesa.

Buxos - Interiores de peixes.

Carlaim - Espécie de metal branco.

Canasw jagra- Açúcar de cana não refinado.

Candil- 4 quintais (peso indiano; 1 quintal = 4 arrobas).

Canequins- Tecido de algodão.

Chela- Tecido de algodão.

Dontins - Um pedaço de pano de cor branca usado pelos homens indianos ao redor da cintura e enrolando em forma de calça.

Laques- Duzentos mil.

Lungis - Um pedaço de pano aproximadamente de 3 me-tros de comprimento de qualquer tecido e cor usado pelos homens indianos enrolado ao redor da cintura.

Panha- Algodão.

Patanes- Tribos do noroeste da Índia.

Pontas de Abada - Chifres de rinoceronte.

Pico -4 arrobas.

Quiny- Pilão.

Rupias, Tangas e Reis - Unidades monetárias da antiga Ín-dia Portuguesa. Rupia é equivalente a 16 Tangas ou 192 Reis.

Savai- Rede de pesca.

Sipais - Soldados indígenas da Índia.

Solans de brindão - Fruto ácido, quando seco é usado para cozinhar em vez de vinagre.

Tandel- Piloto de barco; Capitão.

Topis de Mouro - Uma espécie de chapéu de cor vermelha usado pelos homens muçulmanos, também chamado bar-rete turco.

Tutenaga - Metal.

Xerafins - Rupias; Antiga moeda de prata da Índia Portu-guesa.

Zuarte- Uma espécie de fazenda amarela da China.

NOTAS

(1)Anuário da Índia Portuguesa, 1953. Goa, Imprensa Nacional, p. 45.

As coordenadas são do farol que fica na fortaleza.

Toda a cidade compreendida nesta é muito pequena.

A sua população era a seguinte:

1745-2.524 hab. 1797-433 hab. 1887-377hab.

1751-1.432 hab. 1845-153hab. 1900-385hab.

1756-1.540 hab. 1881-572 hab.

(2)Gaspar Correia, "Lendas da Índia", Liv. II, p. 730 a 756.

(3)Francisco de Andrada-Crónica de D. João III. Parte II, Cap. LVI, cit. por Bragança Pereira.

(4)In the Mission Field. The Diocese of Daman, p. 491 e segs.

Os portugueses entabularam negociações com o Shah de Cuzerato para a cedência de Damão, porém, não obstante o desejo do Shah e dos regentes da corte de Amedabad em ceder, isso não era possível porque o Capitão abexim da fortaleza não acataria as ordens da corte. Foi por isso que houve necessidade de se usar força.

(Vide "Ancient Rulear of Daman", por V. T. Gunê).

(5)António Francisco Moniz - Notícias e documentos para a história de Damão - Vol II, p. 58.

A festa da N. Sra. da Purificação começou a ser cele-brada posteriormente na Câmara Municipal de Da-mão onde, num nicho, estava a imagem da Senhora.

Após 1961 cessou essa prática para ser recomeçada poucos anos mais tarde. Consta, porém, que no cor-rente ano não houve essa solenidade na Câmara.

(6)Cit. In the Mission Field.

(7)A. B. de Bragança Pereira - História de Damão, p. 405 eseg.

(8)Cit "In the Mission Field" e Gerson da Cunha-Notes on the history and antiquities of Chaúl and Bassein, p. 148 e 149.

Cit. "Notícias e Documentos" Vol II, p. 90.

(9)António Francisco Moniz - Cit. Notícias e Docu-mentos, p. 405 e seg.

(10)Idem, idem, Vol II, p. 44.

(11)Idem, idem, p. 86.

(12)Idem, idem, Vol IV, p. 245.

(13)Idem, idem, Vol III, p. 37 e seg.

(14)Idem, idem, Vol II, p. 268.

Damão n° 8. Mss. n° 1063 do Arquivo Histórico de Goa, fls. 133.

(15)António Francisco Moniz - Cit. Notícias e Docu-mentos, Vol II, p. 108.

(16)Idem, idem, Vol I, p. 46 e seg.

(17)Idem, idem, p. 49.

(18)Idem, idem, p. 55.

(19)António Anastásio Bruto da Costa - Goa sob a domi-nação portuguesa - Margão - 1897, p. 137 e seg.

(20)Idem, idem, p. 142 e seg.

(21)Damão n° 31. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 16 v e 37.

(22)Idem, idem, fls. 24.

(23)Cit. Notícias e documentos, Vol. III, p. 189, e Vol. IV, p.121.

(24)Idem, idem, Vol II, p. 15.

(25)Idem, idem, p. 241.

(26)Numismática Indo-Portuguesa, por H. T. Grogan, p. 40;

Contribuição para o estudo da numismática indo--portuguesa, por I. Gerson da Cunha, p. 134 e 136.

(27)Cit. Notícias e Documentos, Vol III, p. 318 e 319.

(28)Damão n° 38. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 284.

(29)Cit. Notícias e Documentos, Vol II, p. 174.

(30)Idem, idem, p. 174 e 175.

(31)Idem, idem, fls 256 (mapa).

(32)Damão n° 42. Mss. do Arquivo Historico de Goa, fls. 182.

(33)Cit. Notícias e Documentos, Vol. IV, p. 82.

(34)Idem, idem, Vol I, p. 47.

(35)Damão n° 6. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 195-195 v.

(36)Idem, idem, fls. 102.

(37)Idem, idem, fls. 195.

(38)Idem, idem, fls. 198.

(39)Livro de receita dos direitos do barco de Moçambique da Alfândega de Damão, n° 6. Mss. do Arquivo His-tórico de Goa, p. 21.

(40)Alfândega de Damão n° 4. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 36.

(41)Damão n° 43. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 363.

(42)Damão n° 54. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 271.

(43)Idem, idem, fls. 209 v. e 210.

(44)Damão n° 38. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 432 a 433.

(45)Idem, n° 44. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 280.

(46)Idem, n° 47. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 378.

(47)Idem, n° 51. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 338.

(48)Idem, idem.

(49)Idem, n° 62. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 62.

(50)Idem, n° 65. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 120.

(51)Livro de receita dos direitos do barco de Moçambique da Alfândega de Damão, n° 6. Mss. do Arquivo His-tórico de Goa, fls. 21.

(52)Idem, idem, n° 4.

(53)Instruções de El Rei D. José I ao Governador e Capi-tão General e ao Arcebispo Primaz do Oriente, anota-das por C. Lagrange Monteiro de Barbuda.

(54)Damão n° 2.'Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 11.

(55)Idem, idem, fls. 31.

(56)Idem, idem, fls. 183.

(57)Idem, idem, n° 5. fls. 11.

(58)Idem, idem, fls 150 e fls. 278.

(59)Idem, idem, fls. 303 v. e fls. 334.

(60)Idem, n° 6. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 41 e 42.

(61)Idem, n° 11. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 90 e seg.

(62)Idem, n° 38. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 421 v. e 433.

(63)Idem, n° 46. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 70.

(64)Idem, fls. 107.

(65)Cit. Notícias e documentos, Vol. IV, p. 237.

(66)Damão n° 2. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 92.

(67)Idem, n° 11. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 260 v.

(68)Idem, n° 40. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 276.

(69)Idem, n° 48. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 332.

(70)Idem, n° 58. Mss. do Arquivo Histórico de Goa, fls. 59.

*Professor. Antigo Director dos Serviços de Educação de Goa.

desde a p. 49
até a p.