Jesuítas na China

FERDINAND VERBIEST, S. J. (1623-1688)
E O DEPARTAMENTO DE ASTRONOMIA, EM BEIJING

Noël Golvers*

Ferdinand Verbiest, jesuíta belga; notável calculador de efemérides astronómicas, corrigiu os erros docalendário chinês, tendo sido director do Tribunal das Matemáticas entre 1669 e 1688. Extraído de: DU HALDE — Description de la Chine, vol. 3, p. 87 (pormenor). AH/LR 49.2

Talvez a faceta mais característica da presença jesuíta na China, no séc. XVII, seja a sua relação com o calendário imperial e o Departamento de Astronomia.

Isto é particularmente notório desde a criação, em 1629, de um Liju (Departamento de Calendários) para a introdução do conhecimento do calendário ocidental contemporâneo com a inclusão de todas as suas ciências auxiliares, matemáticas e mecânicas. Isto conduziu, em 1644, à aceitação do xifa (método ocidental), como o único autorizado, graças a Johann Adam Schall von Bell, S. J., que veio a ser o primeiro director do Departamento deAstronomia, em Beijing.

Foi ele que, em 1660, convidou Ferdinand Verbiest, então com 37 anos, para Beijing, para ser instruído nos vários aspectos da Direcção e, eventualmente, suceder-lhe. A principal razão para a escolha de Schall poderá ter sido a reputação que Verbiest tinha de ser um bom matemático, graças a muito estudo particular, fundamentalmente durante o seu professoradoem matemática, no Colégio Jesuíta de Artes, em Coimbra. Também não é de excluir que uma certa predilecção de A. Schall por colegas de países que falassem Alemão ou queestivessem culturalmente ligados à Alemanha possa ter sido um factor decisivo na escolha.1

Seja como for, é durante os anos de 1660-1665 queVerbiest é preparado para assuas múltiplas obrigações, por A. Schall, ele próprio bem versado nesta funçãohá cerca de vinte anos. As evidências directas da actividade de Verbiest, nestes anosde formação, são escassas.

No entanto, das informações existentes, nota-se que foi bem preparado para defender a posição ortodoxade Director do Departamento de Astronomia contra os ataques quer da Europa, quer dos seus colegas na China; isto é demonstrado no seu pedido de desculpas a A. Schall.2 No mesmo campo, duas décadas mais tarde, em Fevereiro de 1685, ele declara, em termos inequívocos, ter sido o autor do Minli bujiehuo, publicado em 1661/1662, sob o nome e autoria de A. Schall.3

A um nível mais técnico, ele já é mencionado como o ajudante de Schall, durante um trabalho mecânico difícil, por volta de 1661 (e novamente em1663), ainda antes de iniciar as suas várias tarefas de engenharia, em nome do Imperador, à margem do leque dos trabalhos normais de um Director de Departamento.

No entanto, o testemunho mais notório do seu crescente conhecimento sobre astronomia prática é uma introdução recentemente encontrada aos desenhos do seu Yixiangtu de 1674, já datado de 1664; isto prova que o futuro sucessor de Schall progrediu rapidamente no campo da construção de instrumentos, e pode-se inferir que a criação de um novo observatório astronómico, com instrumentos de tipo europeu (ou seja, na tradição de Tycho Brahe), já estava preparada e planeada ainda antes de 1664. Esses planos, se realmente se fizeram numa data tão antiga, foram brutalmente interrompidos pelo episódio Yang guangsheng (1665 até ao início de 1669), que obrigou, entretanto, a um recuo temporário ao antigo calendário chinês e aos seus métodos de cálculo.

Durante o julgamento jesuíta, no dia 16 de Janeiro de 1665, Verbiest já demonstra a sua liderança na área de previsão de eclipses, parcialmente instruído pelo seu mestre A. Schall.4 Quando, entre o Natal de 1668 e Fevereiro de 1669, vários testes gnómonos e previsões astronómicas demonstravam claramente, outra vez, a superioridade técnica do conhecimento ocidental sobre a astronomia, em relação aos seus parceiros chineses contemporâneos, Verbiest e os seus dois colegas foram libertados, tendo ele sido nomeado, após um complexo processo burocrático, para o lugar de Director do Departamento de Astronomia, tendo em consideração o precedente no cargo: A. Schall.

Antes de apresentar as várias tarefas desta importante função, gostaria de expressar, com brevidade, o verdadeiro significado do título de Verbiest e a sua posição no seio do Departamento, com base na informação fornecida nas petições recentemente reveladas pela pesquisa de W. Vande Walle. Ao que parece, após a primeira proposta do Libu (Ministro das Cerimó-nias) ter sido negada pelo Imperador, foi formulada uma nova proposta, em 23 de Março de 1669, solicitando a promoção de Verbiest ao posto e categoria de Jianfu (Subdirector) do mesmo Departamento.

VERBIEST, Ferdinand, S. J. Compendium latinum proponens XII posteriores figuras Libri Observationum nec non priores VII figuras Libri Organici. Obra em duas partes: Liber organicus astronomiae europaeae, Beijing, 1668; Astronomia europaea, Beijing, 1674. O trabalho traz ilustrações dos instrumentos astronómicos instalados no observatório de Pequim, sob a supervisão de Verbiest, incluindo uma vista geral do observatório e cada um dos seis instrumentos. O texto descreve os métodos e os princípios mecánicos utilizados na construção dos instrumentos e do edifício. Verbiest foi um dos únicos quatro missionários autorizados a permanecerem em Pequim quando, após a morte do Pe. Schall, os demais foram expulsos da capital e virtualmente confinados em Cantão. Este período coincide com a tentativa de eliminar toda a influência e precisão ocidentais do calendário chinês. Os erros daí resultantes foram suficientemente patentes que acabaram por chamar a atenção do Imperador, Kangxi, que, a seguir, nomeou Verbiest Director do Gabinete de Astronomia.

Esta proposta, aprovada pelo Imperador em 23 de Março de 1669, foi, eventualmente, transformada numa nomeação, pelo Ministro do Pessoal, em título honorífico de grau "9", de Subdirector, responsável pelos assuntos do Departamento, e ratificada em l de Abril de 1669. No entanto, por razões ligadas aos seus votos como padre jesuíta, Verbiest não pôde aceitar nem mesmo este cargo semi-oficial e tentou recusar o título, o qual, veio a ocupar, três meses mais tarde,5 em 12 de Julho de1669, quando o Imperador, numa atitude burocrática quase sem precedentes, o encarregou dos assuntos do Departamento, sem a categoria oficial, que naturalmente o cargo obrigava. O Gabinete era designado por Zhili lifa, "(Responsável pelo) método de cálculo do calendário".

Aparentemente, esta situação manteve-se até ao fim da sua vida, apesar de várias tentativas do Imperador, e apesar também de algumas referências, pouco claras, a esta promoção nos últimos tempos.

Nos artigos para os leitores europeus encontramos vários ecos deste complexo processo burocrático, mas o resultado final, com a delicada diferença entre a autoridade real e a formulação burocrática, foi simplificado pelo termo resumido praefectus, após o precedente de A. Schall.

Este termo genérico adopta — sempre depois do mesmo modelo — uma outra designação; ou Tribunalis Astronomici, referindo-se ao Departamento de Astronomia, ou Academiae Astrono-micae, privilegiando uma referência à Escola de Astronomia Ocidental, evitando contudo o termo tribunal, relutantemente aceite com todas as indesejáveis associações jurídicas.6 Com esta nomeação, Verbiest torna-se responsável por todo o Departamento de Astronomia, que, por tradição, dependia do Libu, mas que, no seu tempo, se tornou independente,7 embora o significado desta observação esteja ainda por clarificar.

É também possível que algumas áreas do Departamento, por exemplo, a área de geomancia, na Secção de Cronologia (cf., § 4), trabalhassem independentemente do Director.

Quanto à estrutura do Departamento, deve ser basicamente a mesma que a dos últimos tempos da dinastia Qing, como descreve J. Porter; por outro lado, vários funcionários menores são ocasionalmente mencionados,8 não aparecendo na heráldica de Porter; outras variações deste modelo são também possíveis.

O comportamento de Verbiest para com o seu pessoal, a quem tinha que integrar (novamente) no "método ocidental", é caracterizado pela preocupação de uma boa remuneração e perspectivas de promoção (petições), porque só assim, no seu ponto de vista, eles ficariam motivados para uma cooperação frutuosa (cf., § 5). Por outro lado, a respos ta do pessoal a este apelo não era igual: vários funcionários foram cristianizados, mas outros aguardavam silenciosamente por uma oportunidade para desacreditar a posição do seu director ocidental e o seu método, como ficou provado por. altura do eclipse lunar de 1681.9

Nos parágrafos seguintes, irei descrever as obrigações normais de Verbiest dentro do Departamento, fundamentalmente baseadas em fontes europeias, como por exemplo, os seus tratados (Astronomia europaea) e outras provas latinas, ocasionalmente completadas com informações chinesas, principalmente os requerimentos de Verbiest.

§l. OS CALENDÁRIOS

A produção, promulgação e distribuição do(s) calendário(s) anual(is) estavam totalmente sob a fiscalização da Shixian ke, ou Li ke (Secção de Calendários). Através da qualificação Zhili lifa, o calendário e a sua correcção faziam parte das primitivas tarefas de Verbiest; a sua nomeação obrigava-o a voltar aos métodos ocidentais para os cálculos do calendário — introduzidos em 1644 e novamente abolidos durante o período Yang guangsheng — e a repetição do treino de funcionários, nesse sentido (cf., § 5).

Daqui para o futuro, o calendário seria produzido nos edifícios da Liju (Escola Ocidental), ao lado da residência de Xitang:10. Isto não era certamente apenas por razões práticas, mas também um gesto de alto valor simbólico: dificilmente se encontra maior prova do controlo dos jesuítas sobre o calendário chinês do que a localização topográfica do seu centro de produção.

O trabalho consistia principalmente na adaptação — através de conversões e derivações matemáticas — das tabelas europeias. Estas tabelas podiam ser encontradas, por exemplo, na famosa edição de Argoli, explicitamente indicada como a base para os calendários de Verbiest11 e cuja cópia utilizada — conforme testemunham as marcas do utilizador — ainda existe;12 além das contidas nesta edição, várias outras tabelas foram usadas.

A parte principal dos cálculos tinha um carácter repetitivo, o que nos permite presumir que Verbiest confiara esta tarefa aos funcionários trei-nados, da Secção de Calendários, intervindo ele, apenas, na verificação final. Isto, pelo menos, é o que ele diz ter feito com o Calendário perpétuo.13

Anualmente, produziam-se vários tipos distintos de calendários; de acordo com a apresentação do próprio Verbiest, especialmente na Astronomia europaea. Estes calendários podem ser catalogados tal como se segue:

(1) O Calendarium vulgare, tradução do Minli: este é o nome vulgar do calendário oficial Huangli, do início da dinastia Qing, até ao reinado do Imperador Qianlong (1736-1799) quando, por razões sagradas, foi substituído pelo nome Shixianshu.14 A descrição de Verbiest15 contém um interessante vestígio da designação original. Esta descrição refere-se apenas à primeira parte deste calendário, chamada lifa: é estritamente a parte que diz respeito ao calendário, mas omite qualquer referência à segunda parte, chamada buzhu, com a "selecção dos dias (não) auspiciosos", ou porque não era da sua responsabilidade (cf., § 5), ou para evitar reacções violentas dos seus leitores europeus. O envolvimento dos jesuítas nesta parte da produção do calendário era, na realidade, o assunto de maior discussão, pelo menos desde o tempo de A. Schall. Este calendário era feito para uma distribuição generalizada.

(2) O Calendarium planetarum, uma transposição do Qizhengli, totalmente descrito na Astronomia europaea;16 de acordo com o seu primeiro rascunho — o Compendium historicum, datado de 1675/76.17 Este calendário era apenas distribuído aos cortesãos e ministros de Beijing. Em 1680, uma exigência oficial do Departamento, para uma distribuição mais generalizada — por forma a contrariar o impacto do Tongshu (Calendário não oficial)18 — foi negada.

(3) O terceiro calendário, apenas manuscrito, era oferecido exclusivamente ao Imperador.19 Este calendário, não há dúvida, é o Shangli,20 ou Shangweili.21

Os três calendários, descritos num texto de 1679/80 — do qual o primeiro rascunho data de 1675/76 — ajustam-se à descrição de C. Morgan, baseada num texto oficial de 1699, publicado no Taqing huidian.22 Isto faz lembrar o caso de outro texto oficial, publicado no mesmo Taqing huidian,23 que se confronta com o procedimento da promulgação e distribuição dos calendários no primeiro dia do décimo mês do ano da corte que, por outro lado, parece, na generalidade e até em vários pormenores, prefigurado pela descrição na Astronomia europaea.24

Em ambos os casos, é demonstrável que Verbiest estava próximo dos textos oficiais, de algumas décadas mais tarde; assim, uma versão anterior à última pode ter sido o substrato dessas descrições latinas, conferindo a estes capítulos de Verbiest um valor semi-documental.

O ritmo da produção do calendário é descrito na Astronomia europaea25 onde, novamente, confere substancialmente com os preceitos de 1699 do Taqing huidian.26 Em ambas as partes é dito que:

(a) no primeiro dia do segundo mês de cada ano, um modelo do calendário Minli, do ano seguinte, tem que ser mostrado ao Imperador, para controlo;

(b) no primeiro dia do quarto mês de cada ano, serão enviados a cada província um ou mais exemplares deste Minli autorizado, para serem copiados e impressos;

(c) no primeiro dia do décimo mês, o calendário impresso é distribuído na corte e nas capitais provinciais; em Beijing, uma cópia manuscrita do chamado Shang(wei)li é reservada apenas ao Imperador.

Os preparativos desta distribuição incluíam também a tradução dos calendários: enquanto os mandarins chineses recebiam a versão chinesa, os mandarins manchus recebiam a versão manchu e os funcionário mongóis, a edição em Mongol.27 Estas traduções eram feitas por equipas separadas de tradutores, no Departamento de Astronomia, tendo uma vez A. Schall mencionado os tradutores manchus.28 Somente depois de ter completado com sucesso os seus estudos de Manchu é que Verbiest pôde exercer uma certa supervisão sobre este processo de tradução.

Eventualmente, a impressão dos calendários, pelo menos os da corte e da área de Beijing, também era da responsabilidade da Secção de Calendários e do seu Director. Isto acontecia antes do quarto mês do ano anterior,29 ou nesse mesmo mês.30 Os outros calendários eram produzidos nas respec-tivas províncias com base num exemplar (impresso?) do Minli. Teoricamente, também estes eram da responsabilidade do Departamento de Astronomia e do seu Director mas, ocasionalmente, Verbiest expressou a sua frustração a propósito da ausência de controlo de falsificações, produzidas e distribuídas pelas províncias.

Relativamente às quantidades, só tenho uma informação indirecta: os 2.340.000 exemplares mencionados por C. Morgan,31 comparados com os 2.300.000 de R. J. Smith,32 devem certamente incluir os exemplares oficialmente autorizados em todo o império chinês. Ocasionalmente, obtemos informações vagas sobre os custos de toda a operação: assim, em 1667, o Imperador pagou 800 taéis pelo papel necessário para imprimir o calendário do ano seguinte.33 Por outro lado, em 1670, do orçamento para impressão, seriam 30 taéis para o Director do Departamento.34 Ambos os valores devem referir-se apenas ao calendário para a corte de Beijing.

Produziram-se cerca de 18 calendários anuais sob a responsabilidade de Verbiest (1670-1688). O primeiro calendário desenhado por ele e oficialmente aceite foi o do nono ano do reinado de Kangxi (com início em 21 de Janeiro de 1670), que ele assinou, como Jianfu, sem ainda ter disso conhecimento;35 foi impresso normalmente em KX 8/4 (reinado de Kangxi, ano 8, mês 4, ou seja, Maio de 1669), apenas dois meses após ser nomeado "(...) responsável pelo calendário!" De acordo com o que sei, este calendário desapareceu. Os aspectos de que tenho conhecimento podem ser descritos e provisoriamente classificados, como se segue:

a) Cópias do calendário Minli: um exemplar do Minli de 1673, em Londres;36 uma versão manchu do calendário de KX 9 (1680/81), em Berlim;37 outro calendário manchu de KX 21 (1682/83), também em Berlim.38

Parece existir uma versão em Mongol do calendário Minli, em Copenhaga;39 a sua caracterização como um Minli provém dum original com a capa escrita à mão (provavelmente pela mão do próprio Verbiest), em Latim: "Hic liber/ exhibet Ingressum solis in 12 signa et/ semisigna zodiaca ad determinatos/ dies cujusque mensis lunaris juxta characteres et idioma Tartarorum (...)".40 No título, em Mongol, a determinação cronológica é situada, mais precisamente, em KX 19 (1680/81).

b) Exemplares do Qizhengli (Calendário do planeta ou efemérides): o calendário bilingue do planeta de KX 10 (1671/72) é mencionado por L. Pfister,41 sem referência, como é o caso do chinês de KX 13 (1674/75),42 de KX 15 (1676/77)43 e o de KX 18 (1679/80);44 a versão chinesa do calendário de KX 22 (1683/84) está em Berlim;45 o de KX 23 (1684/85), na Universidade de Indiana, Biblioteca Lilly;46 finalmente, o Qizhengli chinês de KX 25 (1686/87) está em Munique47e na Biblioteca Real de Bruxelas.48

A maior parte destes especímenes tem a página de rosto assinalada em Latim; o mais elaborado deles encontra-se nas efemérides chinesas e manchus de 1686: "Ephemerides Tartaricae 7 planetarum anni 1686 Tartarice, id est cujusque longitudo, latitudo, hora et minutum, ingressus in novum signum, directio, statio, retrogratio, hora aspectuum praecipuorum, dies apparitionis et occultationis tam matutinae quam vespertinae, distantia eorum ab apogaeo et nodis etc. Summa calculata ad mediam noctem praecedentem sub meridiano Pekinensi a R. P. Ferdinando Verbiest, Societatis Jesu, in regiâPekinensi astronomiae praefecto".

Os textos latinos nos últimos anos, por exemplo, 1678, são muito mais curtos; talvez a mudança de uma pequena fórmula para outra muito mais elaborada, oferecendo pormenores técnicos detalhados, esteja relacionada com a chegada do padre A. Thomas a Beijing e ao seu envolvimento no trabalho do Departamento de Astronomia. De qualquer modo, a sua presença em Beijing é anterior ao envio da cópia do calendário de KX 23 (1684) para Douai (este exemplar está agora na Universidade de Indiana) e de outra versão chinesa e manchu enviada em KX 26 (1686) para a residência jesuíta, em Paris (que está agora em Bruxelas).

c) O Liber conjunctionum lunae cum planetis et planetarum inter se... de KX 13 (1674/ 75), guardado em Paris,49 deveria mostrar uma cópia de um Shang(wei)li; de acordo com L. Van Hee e H. Bosmans.50 Devido ao seu péssimo acabamento, este último põe em causa se este exemplar terá sido, alguma vez, apresentado ao Imperador.

Por último, mas não menos importante, o Kangxi yongnian lifa (Calendário perpétuo) tem que ser mencionado. Tem a ver com uma questão invulgar, cuja iniciativa pertenceu ao próprio Imperador, numa altura que se desconhece, no princípio dos anos 70. Outro incitamento foram as insinuações dos funcionários chineses de que ele não estaria a querer transmitir os pormenores do seu conhecimento.51 O seu único intento era continuar as tabelas astronómicas dos 7 planetas, publicadas como parte do Xinfa lizhu, durante os próximos 2.000 anos, garantindo a estabilidade do império manchu, ad infinitum. Também neste caso, Verbiest delegou os cálculos repetitivos no seu pessoal;52 acabado em 1674, foram necessários outros três ou quatro anos para a impressão, e foi tudo apresentado em 27 de Agosto de 1678, Quan 32.53

A partir deste segundo calendário, Verbiest assinou todos os calendários na qualidade de (Zhili) lifa. Depois do precedente de Schall,54 esta assinatura era colocada no fim do calendário55 restringindo, claramente, sua responsabilidade aos aspectos relacionados com a produção, afastando-se da sua área astrológica, buzhu; a seguir, vinham os nomes dos seus colaboradores.56

§ 2. PREVISÃO

A previsão dos eclipses solares e lunares reSultava de cálculos, por isso, estava sob a alçada da Secção de Calendários.57 O aparecimento de cada eclipse tinha que ser revelado com 6 meses de antecedência,58 através de um rigoroso processo burocrático; os outros preparativos também estavam perfeitamente definidos.59 A distribuição de um mapa de eclipse na capital e províncias, no sentido de visualizar a evolução do eclipse previsto, foi, provavelmente, uma inovação de Verbiest; pelo menos não possuo informações sobre exemplares anteriores. Apesar das suas antigas experiências neste campo,60 todas os especímenes existentes foram publicados depois da nomeação de Verbiest, como "Director", a saber:

(1ō) um mapa de um eclipse solar, de 29 (30) de Abril de 1669, na Biblioteca Real de Bruxelas61 e em Munique;62

(2ō) dois mapas de um eclipse lunar: o de 25 de Março de 1671 e o de 6 de Junho de 1686, ambos em Munique.63

Estes três mapas são bilingues (Chinês e Manchu), com a capa em Latim. Os três foram calculados a partir de Beijing (ad meridianum Pekinensem); só recentemente, N. Halsberghe descobriu uma descrição do eclipse de 11/2/1683, calculado em Shengjing a 42ō de latitude, ou seja, Mukden. Apesar de não parecer, nada disto está directamente relacionado com a viagem de Verbiest pela Tartária Ocidental, no mesmo ano.

Em cima: Instrumento construído por Verbiest, em 1669, para ser utilizado como auxiliar nas explanações ao Imperador Kangxi. Extraídode: China: hemel en Aarde, Brussels, 1988, p. 395.
Ao lado: Pormenor do instrumento demonstrativo de Verbiest, onde se pode ler: "Kangxi, 8ō ano, Verão. Produzido por seu súbdito FerdinandVerbiest, e outros". Extraído de: China: hemel en Aarde, Brussels, 1988, p. 395.

Quanto às previsões meteorológicas, o Yutui jiyan (Notas sobre as verificações das previsões) de Verbiest deve ser referido novamente, já que esta brochura contém não só as previsões do tempo de Verbiest, mas também uma importante nota final do funcionário responsável, declarando que, após veri-ficação, todas as previsões estavam aprovadas; em seguida eram arquivadas nos Anais.

A atenção dos observadores era também dirigida a outras "anomalias" nos céus,74 não distinguindo entre fenómeno "celestial", como por exemplo, manchas solares e ocorrências meteorológicas, tais como, auréolas solares.75

Todas as observações nocturnas, feitas na ausência de Verbiest pelos quatro turnos de 5 observadores (ou 5 turnos de 4 observadores, cada?), tinham que lhe ser relatadas, com precisão, todas as manhãs, num livro próprio, assinado pelos respectivos observadores.76 Com base nesta informação, Verbiest tinha que decidir se o fenómeno era suficientemente importante para requerer ou não ao Imperador77 que fosse guardado nos arquivos.

Nada disto parece ter sido preservado, à excepção de algumas observações meteorológicas, ocasionalmente anotadas nas margens de vários livros da Biblioteca Jesuíta de Beijing.78

§ 4. ANOTAÇÃO DO TEMPO, ESCOLHA E CÁLCULO ASTROLÓGICO

Estes aspectos eram o trabalho do Louke ke (Relógio de Água ou Secção Cronológica) do Departamento. A responsabilidade dos seus funcionários consistia na manutenção dos relógios de água da corte; por exemplo, na altura de um eclipse, e na indicação do tempo, noite e dia, no palácio e noutros locais da cidade.79 Além disso, uma outra parte estava envolvida na indicação dos dias auspiciosos e não auspiciosos ("escolha") para qualquer tipo de acções humanas, e para outras decisões de geomancia.80

Muita da mais recente informação foi incorporada no calendário anual, especialmente na 2a parte do Minli, chamada buzhu. Embora esta secção "geomântica" provavelmente trabalhasse independente da responsabilidade do Director,81 Verbiest, desde 1661, exibia os caracteres lifa, depois da assinatura do chefe do Departamento de Astronomia Jesuíta, restringindo explicitamente a sua responsabilidade apenas à área de calendários;82 além disso, no seu já mencionado Minli bujiehuo de 1661, tentou retirar os aspectos supersticiosos do buzhu, inseridos no calendário.83

Logicamente, pouco tempo depois de ter sido nomeado para a cimeira do Gabinete, Verbiest tentou acabar com estes e outros elementos de superstição, como a prática houqi, com uma petição feita em 26 de Julho de 1669. Nesse mesmo ano, voltou a tratar deste tópico em três tratados, ou seja, o Wangzhanbian (Refutação da falsa astrologia), Wangzebian (Ensaio sobre a escolha dos dias favoráveis) e Wangtui jixiong zhibian (Repúdio de predições astrológicas).84

"Voyages du Pere Verbiest..." Extraído de: DU HALDE — Description de la Chine, vol. l, p. [95]. AH/LR 49

§ 5. INSTRUÇÃO

Quase imediatamente a seguir à sua nomeação e plenamente de acordo com as suas novas res-ponsabilidades, Verbiest começou a instruir os funcionários e os estudantes do Gabinete nos segredos do novo método (ocidental), por que era grande a necessidade de pessoal competente. Até tentou reintegrar antigos funcionários que tinham sido despedi-dos durante o período Yang guangsheng (petições). Uma primeira referência clara ao número de pessoal encontra-se numa carta de 23/01/1670, onde o número é calculado em "100 ou mais".85

Um ano depois, em 1/1/1671, foi criada uma nova situação com a promoção de oitenta manchus Tianwen sheng, ou alunos da Secção de Astronomia, 10 de cada Banner School, graças a uma intervenção de Verbiest junto ao Imperador. O manuscrito da Biblioteca da Ajuda,86 provavelmente a fonte de maior informação sobre estas promoções, também contém muitas outras informações interessantes sobre a organização destas lições; eram dadas no Liju, ao lado da residência de Xitang, aos estudantes de cada sector, separadamente, em rotação, isto é: 4 vezes por mês, num dia fixo. Nessa altura o número de estudantes era de 300!

Este número demonstra o extraodinário reflorescimento dos estudos astronómicos e o seu novo interesse, graças aos esforços de Verbiest e também à posição e remuneração do seu pessoal. Contudo, alguns anos depois, o número baixou para um mais razoável — 160/200 em 167787. — o que está quase de acordo com o número usual de cerca de 130, dado por J. Porter88 para a antiga situação Qing.

De facto, todos estes tratados chineses sobre ciência ocidental podem ter tido o objectivo pedagógico, implícito ou explícito, de preservar o seu conhecimento para gerações futuras. Além disso, em algumas ocasiões, tal como a realização do Calendário perpétuo (cf., § 1), os chineses incitavam-no, avidamente, a pôr o melhor do seu conhecimento à disposição deles.

Considerações pedagógicas podem ter tido um peso especial no caso do seu Yixiangzhi (com as ilustrações no Yixiangtu), que garantia o impacto ocidental no observatório astronómico chinês.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalmente, esta panorâmica pode demonstrar que Verbiest tinha um controlo eficaz nas principais actividades do Departamento, apesar de uma sempre atente oposição, à espera de uma oportunidade para o desacreditar e de obrigá-lo a respeitar algumas ins-ituições chinesas, embora com desagrado. Afinal, ele era responsável pela Secção de Astronomia e de Calendários, o que lhe assegurava a sua posição na corte, bem como o cargo da Missão na China.

A sua influência missionária é limitada ao corpo de pessoal do Departamento, onde, de facto, vários membros proeminentes foram cristianizados; esta é a base, quer da sua compreensão das sensibilidades chinesas, quer da sua preocupação com as angústias espirituais deles na Questão dos Ritos e a sua posição naquele debate. Isto, no entanto, pode ser demonstrado numa outra contribuição.

Traduzido do Inglês

GLOSSÁRIO

Buzhu

Buzhu                 

補註

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Houqi                 

候氣

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Huangli               

黄曆

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Jianfu                

監副

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Kangxi yongnian lifa

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康熙永年曆法

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Libu                  

禮部

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Lifa                  

曆法

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Liju                  

曆局

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Li ke                 

曆科

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Lingtai               

曆臺

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Louke ke              

漏刻科

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Minli                 

民曆

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Minli bujiahuo        

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民曆補解惑

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Qianlong              

乾隆

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Qizhengli             

七政曆

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Shangweili            

上位曆

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Shengjing             

盛京

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Shixian ke            

时憲科

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Shixiangshu           

时憲書

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Taichangsi            

太常寺

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Taqing huidian        

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大清會典

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Tianwen ke            

天文科

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Tianwen sheng         

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天文生

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Tianxiang             

天象

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Wangtui jixiong zhibian

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妄推吉凶之辯

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Wangzebian            

妄擇辯

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Wangzhanbian          

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妄占辯

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Xifa                  

西法

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Xinfa lizhu           

新法曆註

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Xitang                

西堂

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Yang guangsheng       

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楊光生

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Yixiangtu             

儀象圖

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Yixiangzhi            

儀象志

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Yutui jiyan           

預推紀驗

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Zhili lifa            

治理曆法

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BIBLIOGRAFIA

FONTES MANUSCRITAS:

AJ: Biblioteca da Ajuda (Lisboa)

ARSI: Archivum Romanum Societatis Iesu (Roma)

BL: British Library (Londres)

BN: Bibliothèque Nationale (Paris)

KB: Koënig Bibliothek (Copenhaga)

UB: Universitätsbibliothek (Munique)

FONTES IMPRESSAS:

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VERBIEST, F. — Astronomia europaea sub imperatore artare-sinicoCam-hyappelato, Dilingae, Bencard,1687.

NOTAS

1 GOLVERS, Noël — The astronomia europaea of Ferdinand Verbiest (Dillingen, 1687), Nettetal, Steyler Verlag, 1993, pp. 18-19 (Monumenta serica monograph series, 28).

2 JOSSON, H.; WILLAERT, L. — Correspondance de Ferdinand Verbiest, S. J., directeur de l'observatoire de Pékin, Bruxelles, Palais des Académies, 1938, p. 41ss.

3 AJ, JA 49-IV-63, fō 458r.

4 GABIANI, G. — Incrementa sinicae ecclesiae, Viennae, typis L. Voigt, 1673, p. 228ss.

5 JOSSON, H.; WILLAERT, L. — Op. cit., p. 161.

6 GOLVERS, Nöel — Op. cit., p. 215, nota 4.

7 VERBIEST, Ferdinand — Astronomia europaea sub imperatore tartare-sinico Cam-hy appelato, Dilingae, Bencard, 1687, p. 13.

8 JOSSON, H.; WILLAERT, L. — Op. cit., pp. 162,164.

9 Idem, pp. 355-356.

10 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., p. 21.

11 Idem, p. 23.

12 BERNARD, H. — F. Verbiest, continuateur de l'oeuvre scientifique d'A. Schall, "Monumenta serica", Bonn, (5) 1940, p.111.

13 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., p. 23.

14 MORGAN, C. — De l'authenticité des calendriers Qing, "Journal asiatique", Paris, (271) 1983, p. 372.

15 VERBIEST, Ferdinand —Op. cit., p. 22.

16 Idem, p. 23.

17 GOLVERS, Nöel — Op. cit., pp. 28-29.

18 HUANG Yilong — L'attitude des missionnaires jésuites face à 1'astrologie et a la divination chinoises, in: "L'Europe en Chine: mémoires de l'Institut des Hautes Études Chinoises", Paris, I. H. E. C., 1993, vol. 34, p. 94.

19 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., p. 23.

20 MORGAN, C. — Op. cit., p. 372.

21 SMITH, R. J. — Fortune-tellers andphilophers: divination in traditional Chinese society, Boulder, Westview Press, 1991, p.76.

22 Taqing huidian,1908'sreprinted., Taipei, Shangwu, [s. d.], cap. 161, pp. 2a-4a.

23 Idem, cap. 36, pp. 4b-5a.

24 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., pp. 25-26. Cf., GOLVERS, Nöel — Op. cit., p. 222, nota 1.

25 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., pp. 22-23, 25.

26 MORGAN, C. — Op. cit., p. 370ss.

27 SMITH, R. J. — Op. cit., p. 75.

28 SCHALL, J. A. — Relation historique, texte latin avec traduCtion française du P. P. Bornet, S. J., Tientsin, Hautes Études, 1942, p. 167.

29 Idem, p. 25.

30 JOSSON, H.; WILLAERT, L. — Op. cit., p. 161.

31 MORGAN, C. — Op. cit., p. 374.

32 SMITH, R. J. — Op. cit., p. 75.

33 PIH, I. — Le Père Gabriel de Magalhães, Paris, Fundação Calouste Gulbenkian, 1979, p. 196.

34 JOSSON, H.; WILLAERT, L. — Op. cit., p. 163.

35 Idem, p. 161.

36 BL, 15298 a.29. Cf., MORGAN, C. — Op. cit., p. 383.

37 FUCHS, W. — Chinesische und mandjurische handschriften und seltene Drucke, Wiesbaden, F. Steiner Verlag, 1966, nō 240.

38 Idem, nō 241.

39 KB, Mong. 522. Cf., HEISSIG, W.; BAWDEN, Ch. — Catalogue of Mongol books: manuscripts and xylographs in the RoyalLibrary, Købnhavn, Koënig Bibliothek, 1971, p. 183.

40 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., pp. 22-23.

41 PFISTER, L. — Notices biographiques et bibliographiques sur lesjésuites de l'anciene mission de Chine, 1552-1773, Chang-hai, Imprimerie de la Mission Catholique, 1934, vol. l, p. 356, nō 20.

42 Idem, nō 21.

43 Idem, nō 22.

44 Idem, nō 23. Cf., CARTON, C. — Notice biographique sur le Père F. Verbiest, Bruges, 1839, pp. 71-72. Vagamente referido em Paris.

45 FUCHS, W. — Op. cit., nō 125.

46 CROUCH, A. R. — Christianity in China, New York, 1989, IN-15/1. Cf., PFISTER, L. — Op. cit., vol. l, pp. 356-357. Com a sua tradução manchu, anotada, sem referência.

47 UB, 2ō P. Oriental 17.

48 VAN HEE, L. — Ferdinand Verbiest, écrivain chinois:1623-1688, Bruges, L. de Planche, 1913.

49 BN, cap. 4926. Cf., VERBIEST, Ferdinand— Op. cit., p. 23.

50 VANHEE, L. — Op. cit., pp. 16-17. Cf., BOSMANS, H. Les ecrits chinois de Verbiest, "Revue des questions scientifiques", Bruxelles, (74) 1913, p. 279-280.

51 ARSI, JS 109 II, pp. 127-128. Ignatius Dunyn-Szpot, S. J. é o compilador dos manuscritos consultados, depositados no ARSI, e que são parte integrante da colecção Japonica sinica (JS).

52 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., p. 33..

53 GOLVERS, Nöel — Op. cit., pp. 236-237, notas 12-14.

54 VAETH, A. — J. A. Schall von Bell S. J.: neue auflage, Nettetal, Steyler Verlag, 1991, pp. 271-272 (Monumenta sericamonograph series, 25). Cf., JOSSON, H.; Willaert, L. — Op. cit., p. 73.

55 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., pp. 19-20.

56 MORGAN, C. — Op. cit., p. 367. Cf., FUCHS, W. — Op. cit., n° 240, 242.

57 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., p. 32.

58 Idem, p. 30.

59 Idem, p. 31.

60 GABIANI, G. — Op. cit., p. 229ss.

61 VAN HEE, L. — Op. cit., 31074 C/LP.

62 UB, 2ō P. Oriental 32, 33.

63 UB, 2ō P. Oriental35, e UB, 2ō P. Oriental34; respectivamente.

64 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., p. 29.

65 ARSI, JS 104, f 206r.

66 Idem, JS 45a.

67 HUANG Yilong — Op. cit., p. 100.

68 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., p. 29.

69 KONNINGS, P. — Astronomical reports offered by F. Verbiest S. J. to the Chinese Emperor, in: INTERNATIONAL CONFERENCE ON THE HISTORY OF SCIENCE IN CHINA, 6, Cambridge, 1990 — Oral communication.

70 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., pp. 48-49.

71 Idem, p. 31.

72 Idem, p. 32.

73 JOSSON, H.; Willaert, L. — Op. cit., pp. 355-356.

74 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., p. 48.

75 Idem, pp. 93-94.

76 Idem, p. 48.

77 Idem, ibidem.

78 BERNARD, H. — Op. cit., p. 111.

79 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., p. 33.

80 Idem, ibidem.

81 VAETH, A. — Op. cit., p. 273.

82 JOSSON, H.; WILLAERT, L. — Op. cit., p. 65ss.

83 VAN HEE, L. — Op. cit., pp. 35-36.

84 Idem, pp. 37-44.

85 JOSSON, H.; WILLAERT, L. — Op. cit., p. 162.

86 AJ, JA 49-V-16, nō 89, fō 41 lv.

87 VERBIEST, Ferdinand — Op. cit., p. 49.

88 PORTER, J. — Bureaucracy and science in early modern China: the Imperial Astronomical Bureau in the Ching period, "Joumal of oriental studies", Hong Kong, (18) 1980, p. 64.

*Doutorado em Filologia Clássica. Membro do Projecto Verbiest e investigador da Fun\-dação Verbiest, ambos sob o controle da Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica.

desde a p. 193
até a p.