Antologia Documental

CONQUISTA DAS ILHAS MOLUCAS*

Bartolomé Leonardo de Argensola

O espanhol Bartolomé Leonardo de Argensola (1562-1635)teve uma bri-lhante carreira eclesiástica, que complementou com valiosos incursos no domínio das letras. Uma das suas mais destacadas produções foi a Conquista de las Islas Malucas, redigida a instâncias do presidente do "Consejo de Indias" de Espanha e publicada em Madrid em 1609. Nela descreve o autor as complica-das relações entre as Molucas e a Europa no período anterior a 1606, dedicando particular atenção à geografia e à etnografia dos povos desse arquipélago. Bartolomé Leonardo recorreu abundantemente a materiais de origem portuguesa existentes nos arquivos reais de Sevilha, parafraseando igualmente tex-tos de vários dos nossos cronistas, e nomeadamente de João de Barros (cf. supra, pp. 57 - 65), de António Galvão e de Diogo do Couto.

A Conquista foi a primeira obra impressa na Europa sobre as Molucas, longínquo arquipélago oriental que desde 1512 era regularmente frequentado pelos navios portugueses, e que foi durante muitas décadas objecto de intensa disputa entre as coroas ibéricas. Esta obra, que foi preparada com amplo recurso a fontes de origem portuguesa, é pouco conhecida em Portugal, mesmo entre o público especializado, não tendo até à data sido objecto de qualquer tradução parcial ou total. O trecho que aqui se transcreve refere--se de forma sintética à China, uma das regiões orientais que nunca deixaram de estar na mira dos con-quistadores espanhóis, sobretudo depois da colonização das Filipinas.

Fonte utilizada: ARGENSOLA, Bartolomé Leonardo de, Conquista de las Islas Malucas, Madrid, Miraguano & Polifeno eds., 1992, pp. 146-151. Tradução do castelhano. As palavras entre parênteses rectos foram acrescentadas para clarificar determinadas passagens menos claras do texto.

Carta de António Sanches,1641, in MARQUES, Alfredo Pinheiro, A Cartografia Portuguesa do Japão (Séculos XVI-XVII), Lisboa, Fundação Oriente, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, Imprensa Nacional-Casa da Moeda,1996, p.223.

DESCRIÇÃO DA CHINA.

Histórias latinas e vulgares de diversas línguas trataram este mesmo assunto; por isso, em prol da brevidade, cumpriremos com a nossa obrigação.

A região dos sinas, a que chamam chinas, é a últi-ma das terras da Ásia. Pelo oriente e pelo meio-dia é cercada pelo oceano a que os antigos chamaram Sérico;1 pela parte de ocidente toca nos confins da Índia ulterior; pela parte setentrional [confronta com] os masságetas e os citas.2 Terem os chineses dilata-do o seu império a mais augustos limites, é referido pelos seus anais, suas letras e suas antigas tradições; com isto se conformam os vestígios de ilustres edifí-cios, não só nas ruínas em que ainda hoje se mani-festa a sua antiga soberania, mas também em cida-des que o tempo conservou desabitadas e aparecem agora nas províncias que excluíram do seu domínio.3 Muitas são as [cidades] que se intitulam e confes-sam ser descendentes da China.

Mas como aquele imenso império se sentisse fati-gado de seus trabalhos e agravado de sua grandeza -- o mesmo conselho se lê terem tomado os cartagineses, achando-se em igual estado e pelas mesmas razões --, como prudente enfermo, para evitar maior dano, aliviou as veias, castigou e refor-mou a louçania do sujeito, estreitou-se a mais breves limites, proporcionados com o cuidado humano, para que a luz de seu príncipe pudesse alcançá-los e co-municar-se a todos, coisa que não se consegue quan-do a área abrangida excede a actividade possível. Promulgaram então, contra quem saísse da China sem autorização de seus magistrados, éditos não dispen-sáveis; desampararam extensíssimas províncias, as quais, permanecendo expostas à tirania e à infideli-dade, depois de largas guerras, foram cedidas aos mais poderosos. Daqui começaram os reis da Índia, obrigados a nunca deixar as armas, a não guardar a fé, para se sustentarem uns contra os outros, até que outro maior poderio os avassalasse.4

Existem na China quinze reinos, ou províncias de suma grandeza, cada qual com sua metrópole ou capital; a maior parte deles são mediterrâneos.5 A terra [da China], por estar quase toda situada dentro dos limites do clima temperado e receber no seu puro e aberto seio os raios vitais do sol, goza de céu saudá -vel e de suaves ares serenos. Estes favores proporci-onam-lhe tanta fertilidade, que responde cada ano com duas e três colheitas. A fecundidade é ajudada pela suma indústria dos cultivadores, que são em número infinito, como gente que se multiplica mui-to de dia para dia, e também por lhes ser proibido saírem para províncias alheias. Nem entre tão copio-sa turba de homens é lícito a quem quer que seja viver ocioso, não somente com privada afronta e por injúria aos vizinhos, senão também por costumes e leis públicas ser castigada a ociosidade.

Assim, os lavradores nem a mínima parcela do campo consentem inculta: os vales e desfiladeiros criam vides e pinheiros; os campos planos arroz, ce-vada, trigo e outras colheitas necessárias; ainda que não se pisem as uvas como entre nós, para sacar o vinho, guardam-nas para comer. E da erva chamada chia 6destilam um saudável licor quente, que bebem igualmente os japoneses, já que os preserva de catar-ros, enxaquecas e humores lacrimais, fazendo-os vi-ver longas vidas sem enfermidades. Algumas destas regiões carecem de oliveiras; mas não lhes faltam plantas que lhes fornecem licores para se ungirem. Pastos, jardins, frutas [e] flores abundam em todos os tempos.

Rios navegáveis, que suportam grandes navios e estão repletos de maravilhosos peixes; ribeiras ves-tidas de verduras, com portos capacíssimos e comér-cios de todas as coisas humanas; aves de variada plu-magem, para as quais existem pastos substanciais e aprazíveis; veados grandes e muitos; capacíssimos lagos, bosques [e] montanhas; metais de ouro, prata, e ferro e todos os demais, que de suas minas extra-em; pérolas e pedras [preciosas]; o seu barro inimitável (as porcelanas); peles preciosas contra o frio; sedas, lãs, algodão, linho; açúcar, mel, âmbar, vermelhão e lacre... Quem poderá enumerá-los? O almíscar, de que não se encontra menção entre escri-tores gregos nem latinos, abunda na China, mais que em outras partes.

É a gente que mais aprecia as dádivas e os praze-res dos sentidos. Só eles se limitam a vender sempre todas as coisas, não comprando nada do que a natu-reza e a arte dão para seu mantimento e vestidos, com excepção de alguma matéria cheirosa para as roupas e pimenta da Índia. Nem haveria lugar para o comércio alheio, se não predominasse entre os chi-neses uma incrível sede de prata e de ouro; todo o que sacam das entranhas das minas escondem cui-dadosamente; e todo o que trazem de remotas pro-víncias, acumulam e sepultam.

Narração infinita motivariam os seus edifícios pú-blicos e privados. Possuem mais de duzentas cida-des de insigne grandeza; as inferiores, vilas e caste-los, são em muito maior número; as aldeias são de mais de três mil famílias cada uma, edificadas de ladrilhos de barro ou massa de porcelanas. São cer-cadas de selva continuada, de fontes e de rios, torres com soberbos capitéis, casas de campo. [Têm] tem-plos, embora daquela informe pintura, mas custo-sos, com feias e variadas imagens, que correspondem a demónios; isto não em todas as partes, porque muitas não conhecem deuses nem religião.

Dizem que a vida foi sempre dom comum e uni-forme para todos os seres vivos; que os homens, nos seus alvores, beberam sangue humano e come-ram carnes cruas; depois, o uso da razão sobrepôs-se à necesidade e ao gosto, inventando-se os cozi-nhados e a preparação da comida ao fogo, em vasi-lhas e outros instrumentos. O mesmo [dizem] ter-lhes acontecido no que respeita à nudez humana. De maneira que apenas a si próprio deve o homem aquilo de que goza, e quem lhes impôs o jugo da religião e o reconhecimento de causa superior à natureza apenas pretendia abafar e tiranizar a sua liberdade. Com esta ímpia credulidade e pestilente ateísmo resistem à eterna salvação a que as nossas armas e os nossos pregadores os incitam.

Apenas respeitam os progenitores, embora com algumas distinções; as mães de família fazem o matrimónio legítimo; prezam-se as matronas de suma honestidade; as concubinas são sustentadas em casas apartadas. Não faltam comédias nem re-presentações, pois gostam de ver nos teatros as suas histórias tradicionais, fabulosas ou verdadeiras. Não seria difícil referir neste lugar, se tal viesse a pro-pósito, os seus convites, as suas mesas, os seus as-sentos de ébano e de outras matérias preciosas; os seus navios, os seus espectáculos, os seus carros e liteiras; os seus exercícios de armas e cavalos; e, finalmente, os seus costumes privados.

Diremos algo dos costumes públicos e políticos, para inteligência de alguns sucessos das Filipinas, de onde se iniciou nestes tempos a recuperação das nossas Molucas.7 Chamam loitias8 aos grandes; de entre estes elege o rei os juízes e conselheiros. Os magistrados inferiores, que aplicam a força e a au-toridade reais, até nos casos mínimos, são em nú-mero quase infinito. Em cada povoação são cinco os de maior poder, e oriundos de outras províncias, para que julguem mais libertos de qualquer paixão. O superior de todos chama-se tutão, 9 sendo equi-valente ao vice-rei na Europa. O segundo lugar em dignidade é atribuído ao ponchaci, 10 [que] cuida dos tributos reais; guarda os tesouros, não sem gran-de número de escrivães e outros ministros; os salá-rios e mercês passam-lhe pela mão. Segue-se o anchaci, 11 [que] preside a causas criminais graves. O aitão12 [preside] a todas as obras de guerra: re-gista os exércitos, provê ao fabrico dos navios e a sua primeira ocupação é velar para que nenhum estrangeiro entre nas povoações mediterrânicas.13 O aitão está próximo em dignidade ao lutici, 14 que há-de ser homem versado na guerra, pois dela o encarrega amiúde o aitão. Bem sei que existem outros magistrados, embora cale propositadamente os seus nomes e dignidades. Todos, com excepção do lutici, guardam grande majestade. Do conselho [real] fazem parte dez escolhidos, ainda que desi-guais em autoridade. Cinco têm assento à direita [do rei], os demais da outra parte.

Muitas vezes se mistura o rei, em vestuário dissi-mulado, entre os juízes e litigantes, para se infor-mar das causas e dos juízos, e entender ambas as coisas em face da própria verdade. E costuma, quan-do assim o entende, dar-se a conhecer. E quando se manifesta, todos guardam um enorme silêncio, cheio de veneração e de terror, aguardando as suas ordens. Logo repreende e louva uns e outros, pre-miando e castigando antes de abandonar o tribunal.

Os seus mandarins e ministros superiores são tratados com tanto respeito que ninguém ousa olhá-los na cara; e eles mostram-na sempre tão severa, que seria uma suma descompostura que-brar esta severidade nem que fosse com um pe-queno sorriso. Assim fazem quando passam pe-las ruas à vista do povo. Entre eles a maior dis-tinção é trazer um alfange guarnecido de ouro e um chapéu amarelo. Quando o presidente [do conselho] morre, sucede-lhe o juiz mais anti-go. Estes [mandarins] visitam as províncias e reformam-nas, e todos trazem a insígnia do rei nos ombros e uma serpente tecida de ouro so-bre os peitos. Quando viajam [para as provín-cias], limitam o aparato para diminuírem as despesas. Ao serem eleitos, quando tomam pos-se do magistério, costumam sair no meio de es-quadrões de infantaria e de cavalaria, com todo o género de música e de pompas. As ruas e edifícos mostram [essa pompa] nas colchas e adornos com que são decoradas. Toda a despe-sa dos pleitos judiciais, dos tribunais e demais requisitos, são pagos do tesouro real. Os mandarins são governadores e vice-reis, não havendo na China duques, marqueses ou con-des, nem reconhecem qualquer dignidade que não seja inferior à do seu rei.

Ainda que na parte que confina com a Cítia as gentes sigam a Maomé,15 em todas as de-mais [partes da China] se idolatra, consideran-do-se e tratando-se Deus como uma matéria trivial. Acreditam que os seres brutos e os ho-mens têm a mesma vida e a mesma morte. Com pretexto político de terem por suspeitosa qual-quer novidade, em nada atentam tanto como em impedir qualquer religião peregrina [de lá se difundir], oferecendo especial resistência à ver-dadeira [religião], aborrecendo o que ignoram, e temem-na como se os ministros dela fossem pregá-la com armas na mão e ao som de tam-bores, em exércitos formados. Uns homens des-calços e quase nus, que professam a pobreza e predicam virtudes morais e sobrenaturais, fun-dadas na humildade e na paz, atemorizam-nos; e causam-lhes tal horror, que se o intento que seguimos o permitisse, ou não andassem já [im-pressas] relações destas coisas, contaríamos não poucos casos, como prova deste ódio cego. Daqui se deve inferir quanta maior necessida-de de socorro do céu têm estas nações, assim como as [nações a esta] vizinhas, que podem ser postas em perigo ou contagiadas por esta obstinação.

O leitor deve ainda considerar que, ainda que ao ministério da pregação evangélica se mis-turem por vezes a cobiça e outros excessos dos nossos capitães e soldados, semelhantes dema-sias não fazem menos justa a razão. Deve igual-mente considerar que, dando-se o caso de, por excelente razão de estado, querer Sua Majes-tade, como dissemos que já se aventou, desam-parar aquelas partes da Ásia -- tal como fize-ram os chineses -- e estreitar o âmbito [geo-gráfico] da sua monarquia, a causa da fé não o permitiria. Os nossos reis são ministros dela, e filhos da Igreja Católica, e qualquer guerra que em defesa do Evangelho se faça, é importan-tíssima e de sumo proveito, ainda que seja para adquirir províncias desertas.16 Além do mais, a experiência das Filipinas tem mostrado quão dóceis são os seus naturais e quão bem apro-veitam o exemplo e a companhia dos espanhóis; os sinais de afecto com que têm recebido a fé [católica]; a ajuda que têm dado aos religiosos que tentam estendê-la e levá-la para a China, o Japão, o Camboja, Mindanau,17 as Molucas e outras [regiões] onde perdura a idolatria ou amizade aos demónios, que os antigos donos lhes deixaram, quando as excluíram dos seus domínios, ou as ficções de Maomé que depois admitiram.18

Este é o principal motivo que justifica a conser-vação daquelas províncias, pois as rendas e rique-zas que nelas se disfrutam, e muitas mais ainda, se consomem nos socorros e aprestos que Espanha fornece para o sustento e segurança dos ministros eclesiásticos. E também porque, com as mudan-ças dos tempos, mudaram muitas vezes na China os conselhos, mostrando depois arrependimento de terem encurtado a extensão territorial do impé-rio.

Não passa nenhum ano [nas Filipinas] que não haja ameaças de exércitos chineses;19 nem que se alistem as nações; nem que se fabriquem navios [na China] consagrados e dedicados com soleni-dade a seus deuses esculpidos, ou ao sol, lua ou estrelas, que em algum lugar adoram, declarando e pedindo [os chineses], em suas vãs orações, vi-tória contra os espanhóis que ocupam aquelas ter-ras que eles abandonaram por imprudência.20

Casal de mercadores chineses de Manila. Gravura retirada de South China in the Sixteenth Century, de Charles Ralph Boxer, Londres, 1953; in LACH, Donald F., VAN KLEY, Edwin J., A sia in the Making of Europe, Chicago, 1993, vol. 3, L. 1. est. 31.

NOTAS

*1.a edição: Madrid, 1609.

1 O autor, como bom humanista, utiliza a terminologia geográ-fica clássica, de raiz ptolomaica. Os "seres" têm sido identi-ficados com os chineses e a Sérica, ou "terra da seda", com a China.

2 Os masságetas e os citas, de acordo com a geografia clássica, habitavam regiões da Ásia compreendidas entre o mar Negro e o lago Aral.

3 Argensola refere-se decerto a antigos vestígios das gran-des navegações chinesas de inícios do século xv, que se encontravam um pouco por toda a Ásia, como vários au-tores portugueses de Quinhentos não deixaram de referir. Teria também em mente algumas monumentais cidades de-sertas da Indochina, como Pagam e Anguecor (Angkor), que também foram mencionadas pelos nossos escritores (cf. supra, pp. 57 - 65).

4 Referências algo hiperbólicas às grandes viagens marítimas chinesas de inícios do século xv, durante as quais os juncos imperiais visitaram -- mas não conquistaram -- numerosos potentados orientais, desde o litoral da Indochina até à costa oriental de África.

5 Isto é, "situam-se no interior".

6 Referência ao chá.

7 Na época em que a obra de Argensola foi publicada, os espa-nhóis baseados nas Filipinas, com a colaboração dos portu-gueses de Malaca e de Macau, travavam acesa disputa com os holandeses na Insulíndia. Após um ataque holandês a Tidore em 1604, as forças luso-espanholas haviam conquis-tado parcialmente as antigas posições naquele remoto arqui-pélago.

8 Loitia ou loutia (laodie): literalmente, "venerável pai", um dos títulos atribuídos aos mandarins chineses.

9 Tutão (chinês dutang): vice-rei ou governador geral de uma província.

10 Original: "poncasio". Trata-se do buzhengshi, tesoureiro provincial.

11 Original: "ancasio". Trata-se do anchashi, juiz provincial.

12 Aitão (chinês haidao): comandante da guarda costeira.

13 Isto é, "do interior".

14 Original: "luitisio". Trata-se do ludusi, comandante do exér-cito.

15 A Cítia clássica localizava-se nas regiões que se estendem para norte do mar Negro, desde a foz do Danúbio até ao mar de Azove, de acordo com o historiador grego Heródoto (sé-culo v a. C.). Nos séculos xvII e xvII, contudo, este topónimo era utilizado na literatura geográfica europeia para designar as áreas mais remotas da Ásia Central, muitas das quais, de facto, estavam islamizadas.

16 Argensola parece defender a importância de conquistas territoriais no Extremo Oriente, escudado em razões evangé-licas. Por estes anos, apareceram em Espanha variadíssimos projectos para a conquista da China, que acabaram por ser recusados pela Coroa.

17 Grande ilha do sul das Filipinas, onde a conquista espanhola teve de enfrentar alguma resistência armada, ao contrário do que sucedeu em quase todas as outras do arquipélago.

18 O autor sugere, erroneamente, que todos estes territórios haviam est ado sob domínio chinês. De facto, a influência civilizacional chinesa abarcou todo o Extremo Oriente, mas sem ter ocorrido uma conquista territorial formal. Em princí-pios do século xvII, como sugere Argensola, muitas regiões da Insulíndia estavam islamizadas.

19 Era frequente, por esses anos, correrem rumores nas Filipi-nas sobre a possibilidade de uma invasão chinesa do arqui-pélago, que poria fim ao domínio espanhol.

20 Bartolomé Leonardo mostra-se um intransigente de fensor da presença espanhola nas Filipinas, revelando nas entreli-nhas da sua apologia imperial a existência em Espanha de correntes de opinião que preconizavam o abandono dessas longínquas possessões.

desde a p. 137
até a p.