Inauguração da “Exposição de Documentos Históricos das Leprosarias de Macau”
- Reabertura da Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó

Data de Publicação: 06/11/2021
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Com o objectivo de apresentar ao público os resultados da recuperação, valorização e revitalização de edifícios patrimoniais, o Instituto Cultural (IC) organizou “Lugar de Esperança - Exposição de Documentos Históricos das Leprosarias de Macau” - Reabertura da Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó, cuja cerimónia de inauguração teve lugar no dia 6 de Novembro (Sábado), na Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó, presidida pela Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U; pelo Director do Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, Wan Sucheng; pelo Bispo do Diocese de Macau, Stephen Lee Bun Sang; pela Presidente do Instituto Cultural, Mok Ian Ian; pelo Presidente do Instituto de Acção Social, Hon Wai; pelo Presidente do Serviços de Saúde, Alvis, Lo Iek Long e pelo Presidente da Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau, Augusto Nogueira. Estiveram presentes ainda na cerimónia as assessoras do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Lo Hou Chi; as vice-presidentes do Instituto Cultural, Leong Wai Man e Cheong Lai San e a Chefe da Divisão de Cultura e Desporto do Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, Bai Bing. A exposição está patente a partir deste dia numa base permanente, sendo bem-vinda a visita do público.

A Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó é a única antiga leprosaria ainda existente em Macau. O governo de Macau mandou construir aqui uma leprosaria em 1885, que originalmente consistia apenas em um ou dois edifícios de tijolo. Na década de 30 do séc. XX, foi concluída a obra de ampliação, com a construção de cinco novos pavilhões para alojamento, assim como da Capela de Nossa Senhora das Dores. Posteriormente, mais algumas instalações foram adicionadas para fazer face às necessidades. Uma nova igreja dedicada a Nossa Senhora das Dores foi construída em 1966 e a antiga capela foi convertida numa sala recreativa. Em 1963, a Sociedade de São Francisco de Sales destacou o padre italiano Gaetano Nicosia para prestar serviços na leprosaria. Em conjunto com os utentes da leprosaria, o padre decidiu mudar o nome do local para Vila de Nossa Senhora, invocando a protecção da Virgem Maria. Com a evolução da tecnologia médica, o Instituto de Acção Social de Macau converteu as casas de pacientes femininas num lar de idosos recuperados em Ká-Hó em 1992, e a Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó suspendeu a sua missão em cuidados de saúde.

Antes do restauro e revitalização da Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó, as cinco casas e o antigo espaço recreativo encontravam-se em diferentes graus de degradação e envelhecimento, devido a terem estado desocupados e com falta de manutenção durante muitos anos. Após a realização dos exames e análises estruturais, o IC procedeu ao reforço das estruturas para garantir a sua segurança, tendo concluído o restauro do primeiro edifício, posteriormente continuando com os trabalhos de restauro de forma faseada a partir de 2016, tendo em vista a recuperação global da Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó, o que permitiu a abertura parcial da Vila ao público em 2019. Emaditamento, no final do ano passado, o IC iniciou o procedimento de classificação do 3.º grupo dos bens imóveis de Macau, incluindo a Vila de Nossa Senhora (Antiga Leprosaria de Ká-Hó, e a Igreja de Nossa Senhora das Dores), incluindo também o antigo espaço recreativo, tendo divulgado mais recentemente que os referidos bens imóveis foram agora inscritos na Lista de Bens Imóveis Classificados do Património Cultural.

A fim de utilizar melhor e revitalizar os edifícios patrimoniais e de aumentar o conhecimento do público sobre a Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó, o IC leva a cabo “Lugar de Esperança - Exposição de Documentos Históricos das Leprosarias de Macau” no antigo centro de actividades e na casa adjacente, apresentando quase uma centena de arquivos selecionados e materiais relacionados das colecções do Arquivo de Macau. A exposição apresenta um estudo sobre o desenvolvimento das instalações de tratamento da lepra em Macau, delineando a história do tratamento da lepra no território e fornecendo referências importantes para pesquisas futuras os mesmos. A exposição procura ainda evidenciar o papel pioneiro assumido pela sociedade de Macau na promoção de acções de assistência a pacientes leprosos e na difusão do humanitarismo em Macau. A exposição está dividida em duas secções, incluindo a exposição permanente na Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó, que está aberta ao público a partir de 6 de Novembro e encerra à Quarta-feira, e outra exposição na Arquivo de Macau, que está patente de 6 de Novembro a 6 de Maio de 2022 e encerra à Segunda-feira e feriados. O horário de funcionamento de ambas secções é das 10:00 horas às 18:00 horas.

Organizado conjuntamente pelo Instituto de Acção Social e por equipamentos sociais, o programa de estágio profissional alusivo ao tema “Hold On To Hope” foi lançado nas restantes quatro casas, com o apoio técnico e equipamento disponibilizado pelo Instituto de Acção Social e a gestão de operação da responsabilidade das equipamentos sociais. O programa oferece planos personalizados de reabilitação vocacional para toxicodependentes reabilitados, incluindo formação profissional na área de visitas guiadas, comércio, reparação, marketing e gestão, entre outras, e respectivas oportunidades de estágio, que contribuem para a gradual reinserção dos toxicodependentes reabilitados na sociedade. Para o estágio, as opções podem variar entre cafés “Hold On To Hope”, galerias de arte “Hold On To Hope” e espaços de actividades recreativas e lazer familiar, onde os toxicodependentes reabilitados, ao prestarem serviços de visitas guiadas em exposições ou actividades culturais e recreativas, ou simplesmente ao oferecerem serviços comerciais, como venda a retalho ou restauração, são ajudados a desenvolver as suas habilidades na área cultural e artística e competências profissionais em diferentes áreas. Actualmente, existe um total de 35 os toxicodependentes em reabilitação que participam neste programa, entre os quais 16 estão integrados no estágio. Neste momento, o volume médio semanal de visitantes é de cerca de 600 pessoas, enquanto nos feriados públicos este número atinge entre as 800 a 1000 pessoas.

Além disso, a fim de promover a apreciação e a participação do público na cultura e nas artes, revitalizar e criar uma atmosfera cultural na comunidade e fornecer mais plataformas performativas para os profissionais artísticos e culturais locais, o “Programa Excursionando pelas Artes” oferece um Ponto de Busking na Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó a partir de 7 de Novembro, permitindo que os Buskers envolvidos em artes visuais e artesanato criativo mostrem os seus talentos. Os buskers interessados em utilizar o local de actuação podem consultar as orientações do “Programa Excursionando pelas Artes”.

O IC tem acompanhado de perto a situação da pandemia, colaborando activamente com as orientações emitidas pelos Serviços de Saúde e adoptando medidas correspondentes em tempo oportuno. Os residentes que desejem aceder aos recintos ou participem nas actividades culturais, por sua vez, devem respeitar o controlo do fluxo de pessoas no recinto das actividades, assim como estar munidos de máscara própria, submeter-se à medição da temperatura corporal e apresentar o respectivo Código de Saúde pessoal do dia. Além disso, o IC também apela à população para que se desloque às instalações culturais em diferentes períodos e, após a entrada nas mesmas, preste atenção à higiene pessoal e ambiental, a par de manter o distanciamento social adequado com outras pessoas.

Para mais informações, é favor visitar a página electrónica do Arquivo de Macau www.archives.gov.mo, seguir a página “IC_Art” no Facebook ou assinar a conta oficial do IC “IC_Art_Macao” no WeChat.