A ópera cantonense experimental Adeus Minha Concubina não só constitui uma produção recentemente adaptada, como também desempenha um papel importante na preservação desta tradição artística. A produção é encenada em forma de “teatro experimental”, sobretudo com o objectivo de permitir ao público apreciar de perto a beleza da ópera cantonense. Sem recorrer a uma cenografia demasiado sofisticada ou ao sistema dos “Seis Pilares” (seis papéis principais), a peça inclui apenas três personagens: Xiang Yu, Yuji e um noivo (soldado), que apresentam, por meio de técnicas performativas, o passado, o presente e o futuro da ópera cantonense, respectivamente. Tal adaptação não só reflecte as expectativas da nova geração de artistas de ópera cantonense de Hong Kong em relação ao futuro desta arte tradicional, como também expressa a finalidade desta produção: dar a conhecer ao público a evolução e o desenvolvimento da ópera cantonense com base num clássico.
Esta peça experimental é uma ópera de pequena dimensão, mas com uma visão de grande amplitude. Não se trata meramente de uma comovente história de amor entre Xiang Yu e Yuji, em que se retrata a batalha por interesses nacionais e pessoais, pois a ópera debruça-se também sobre a vibrante história da evolução da ópera cantonense, a qual é revelada através do enredo, do canto, da música e da coreografia de movimentos. Por outro lado, esta produção abre ainda uma nova porta para a preservação da ópera cantonense em Hong Kong.
Por Yang Min-wei
Professora auxiliar adjunta, no Departamento de Literatura Chinesa na Universidade de Cultura Chinesa
Excerto de um artigo escrito originalmente em chinês