A epopeia camoniana revela um poder de atracção, quer centrípeto quer centrífugo, sem igual dentro da literatura portuguesa. Para ela convergem inúmeras experiências literárias, nomeadamente subsequentes à sua publicação, em 1572, sendo notável a sua capacidade de ser objecto de reapropriações, reescritas, e mesmo paródias. Este artigo ocupa-se de algumas instâncias dessa sobrevida histórica e simbólica do poema épico camoniano, dentro da literatura portuguesa, caracterizando-o como um caso único no quadro de uma longa história da literatura.