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José Joaquim Leite (1764-1853), natural de Vi-la Nova dos Infantes, Gui-marães, foi enviado como missionário a Macau. Mes-tre do seminário local e, durante 46 anos, superior do Colégio de S. José das Missões. Foi membro da Sociedade Asiática Britânica e Cavaleiro da Ordem de N. Sra. da Conceição. Escreveu Lusitana, ou luso-latina, isto é, gramática portuguesa e latina, a que acede mitologia e versificação portuguesa. Cartilha macaense e Modo de aprender a ler em poucos dias,47 além de obras devocionais. Quando morreu, em 1853, uma Oraçãofú-nebre em sua homenagem foi publicada em Cantão.
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A obra foi publicada em Coimbra, em 1828, com a seguinte folha de rosto: Memória sobre Macáo por José de Aquino Guimarães e Freitas, Natural da Província de Mi-nas Gerais, Coronel de Artilharia, ex-Procurador da mesma Cidade, e actualmente Governador da de Coimbra. Na Real Imprensa da Universidade. 1828. Com Licença da Real Comissão de Censura.51 Os temas abordados nessa pu-blicação são os seguintes: posição geográfica, extensão, natureza do solo, agricultura, ictiologia, fontes, porto, clima, moléstias, aspecto topográfico, edifícios, população cristã, população sínica, caráter físico dos habitantes cristãos, fisionomia moral dos mesmos, caráter físico e moral dos Chins, origem do estabelecimento, governo, comércio, re-ceita pública, consuno público, fortificações, tropa, estabe-lecimentos de instrução, estabelecimentos de filantropia, atitude política do estabelecimento.
O coronel José de Aquino publicou em Lisboa, em 1826, outro trabalho que interessa à história de Macau: Elogio do Sr. Miguel de Arriaga Brum da Silveira.52
Diz Sacramento Blake que José de Aquino "faleceu em Coimbra, segundo penso, pelo ano de 1835, sendo go-vernador militar desta cidade".
A CIDADE DO NOME DE DEUS EM 1880, VISTA POR UM BRASILEIRO: HENRIQUE C. R. LISBOA E SUAS RECORDAÇÕES DE VIAGEM
Henrique C. R. Lisboa, Secretário da Missão Especial do Brasil à China, "encarregada de abrir as re-lações entre os dois impérios antípodas", escreveu um interessante livro intitulado A China e os Chins, publi-cado em Montevideu, em 1888.53
Na introdução, datada de Janeiro desse ano, o autor, que pertencia à Sociedade Central de Imigração, informa que visava dois fins ao dar a público a obra: descrever suas impressões sobre o Império do Meio, e "concorrer, na medida de minhas forças e de conformidade com minhas convicções, para a resolução do árduo problema que há alguns anos conserva em crise permanente a sociedade brasileira: a transformação do trabalho".
Ele era apologista da imigração chinesa para o Brasil, assunto que na época provocava acirrada polé-mica: de um lado os partidários de colonos europeus, e de outro os de colonos chineses.
"Depois de uma penosa navegação de três meses, avistei finalmente, numa bela tarde do mês de Junho de 1880, as costas da China Florida, daquela terra que se tornava para mim da promissão, pelo anhelo de deixar o incomodo barco que me transportava, e satisfazer a curiosidade, desde a infância alimentada, de conhecer a pátria dos pacientes fabricantes de mil admiráveis arte-factos."
Começa assim a obra que é, seguramente, um dos primeiros livros de viagem brasileiros sobre a China.
Macau mereceu de Henrique Lisboa uma interes--sante descrição.
Os aspectos urbanísticos e arquitetônicos esta-beleciam um vivo contraste entre a Cidade do Nome de Deus e as cidades chinesas. Suas "ruas escabrosas", com escadinhas, lembravam as velhas calçadas lisboetas. As casas eram ornadas de "balcões de madeira verde, estilo árabe, ou de janelas engraçadas". As numerosas igrejas e os conventos empoleirados em montes, o contínuo repique dos sinos e o retumbar dos tambopres da guar-nição davam a Macau uma fisionomia que a diferençava das outras cidades, "onde predomina o espírito prático dos ingleses e em que a atividade comercial absorve to-das as outras manifestações de vida".
Não poderiam faltar referências à Gruta de Ca-mões e aos principais edifícios.
O empenho dos janotas em se trajarem à européia era outra originalidade macaense: em nenhuma outra cidade da China ocorria o mesmo.
Henrique Lisboa, depois de discorrer sobre a mú-sica chinesa, aborda a pintura, e faz referência ao pintor inglês Chinnery, que estabeleu em Macau no início do século XIX, uma escola "da qual sairam alguns chins verdadeiros artistas".
Dois aspectos da vida macaense mereceram comentários desfavoráveis do autor: o jogo, sobre o qual se alonga por 5 páginas em descrições e considerações moralistas, e os bairros pobres chineses, que já o haviam surpreendido em Hong-Kong.
Passemos, portanto, a palavra a C. R. Lisboa,54 para que nos descreva o que de mais interessante viu na Cidade do Nome de Deus.55
A CIDADE DO NOME DE DEUS
A "Cidade do Nome de Deus Não Há Outra Mais Leal"** occupa a parte sul da pequena península que termina a ilha de Hiang-Chang. Nove morros a dominam do lado do mar, erguendo-se em quatro deles outras tantas fortalezas armadas de antiga artilharia. O bairro onde se albergam 4.000 europeus que vivem em Macáu acha-se situado na parte leste da cidade e apresenta um alegre aspecto, com suas construcções pintadas de vivas e variadas cores, seus seculares conventos e igrejas e seu belo passeio a beira mar, que recordou-me a "Prome-nade des anglais" de Niça ou a praia de Botafogo.
A "Praia" é o nome desse passeio onde, à tarde, saem a respirar a suave brisa do mar morenas européias ou amarelas mestiças, trajando vistosas saias que procu-ram imitar as modas um pouco atrasadas de Paris.
Carros antiquados, cadeirinhas e pedestres cru-zam-se constantemente em uma e outra direcção, paran-do de vez em quando para permitir alguns cumprimentos ou confidências de amor, arte a que se dedicam assidua-mente os mancebos de Macau por não encontrarem, tal-vez, outra ocupação. Não se pode, porém, negar que empreguem grande engenho para ostentar uma toilette sempre cuidada. Nada mais interessante do esses moços de fisionomia chinesa e cabelo naturalmente lustroso, trajando elegantes fraques, com os pequenos e bem for-mados pés apertados em brilhantes botinas e o pescoço encerrado em altos e duros colarinhos rodeados de colo-ridas gravatas. É Macau a única cidade da China em que se mantém a pretenção dos trajes europeus ainda que adulterados pelo gosto e a distância e pela espe-culação do commércio, que encontra aí cômodo mercado para os artigos passados de moda. Em outras partes, os residentes estrangeiros adaptam o seu traje à como-didade de movimentos ou às condições do clima; Macau, porém, conserva aquela originalidade, que não deixou de produzir-me grata impressão, ainda que certa estra-nheza, depois, que os meus olhos se tinham habituado, na minha longa viagem desde o istmo de Suez, a só ver como excepção a comprida sobre-casaca e o chapéu de copa.
É verdade que os ingleses nunca abandonam a casaca e a gravata branca para sair à noite; mas, durante o dia chegam a suprimir a camisa e só usam daquele chapéu de formas extravagantes que chamam a atenção dosflaneurs da nossa rua do Ouvidor, quando aporta ao Rio de Janeiro algum vapor da Austrália.
Não são, porém, somente os janotas e as ele-gantes de Macau que lhe dão um cunho especial entre as cidades da China. As suas ruas escabrosas, com suas escadinhas que lembram as velhas calçadas lisbonenses; as suas casas de construcção irregular, ornadas de bal-cões de madeira verde, estilo árabe, ou de janelas engra-dadas; as numerosas igrejas e os conventos empoeirados, residências de padres que circulam gravemente, como quem tem consciência da sua influência, vestindo amplas batinas e deitando a bênção sobre os transuentes; o con-tínuo repique dos sinos e o retumbar dos tambores da guarnição, tudo dá a Macau uma fisionomia que contrasta com a das outras cidades, onde predomina o espírito prático dos ingleses e em que a actividade comercial absorve todas as outras manifestações da vida. Mas o comércio de Macau está em constante decadência e não parece longe de limitar-se às necessidades locais. Em vinte anos, o número anual das saídas de navios do seu porto caiu de 1000 a 200, sendo estes, pela maior parte, embarcações de cabotagem que transportam a Hong-Kong o chá ainda exportado da colônia portuguesa no valor de dois mil e quinhentos contos. (...)
Mas, a estas reflexões do economista podem-se opor, e talvez com vantagem, as do moralista. A imensa ri-queza comercial que, a custo de ingente trabalho e de uma vertigiosa ambição, atesouram anualmente Hong-Kong e outros centros europeus na China, poderá por acaso com-pensar o ideal bem estar em que vivem os modestos habi-tantes de Macau, à sombra dos seus pitorescos morros, no gozo de um clima privilegiado e embalados pelas gloriosas recordações do passado? Esta pergunta faz meditar o filó-sofo sobre o verdadeiro sentido da palavra felicidade. Onde encontrá-la no judeu ávido de ouro, a quem o afã de amontoar faz desprezar aqueles mesmos gozos que lhe poderia proporcionar o cobiçado metal, ou no sentimento trovador, cuja pró-pria miséria exalta as inefáveis expansões d'alma! É este um problema que não é dado à humanidade resolver a menos de admitir que a felicidade re-side aí onde cada um julga encontrá-la; mas, nos próprios europeus que habitam aquelas longínquas regiões temos um exemplo de que não há quem esteja contente da sua sorte. Com efeito, os moradores de Macau vivem sonhando com a sua mudança para Hong-Kong e, em compensação, muitos residentes desta última cidade só almejam enriquecer para retirar-se a Macau. Al-guns já aí se estabeleceram definitivamente, outros pos--suem na colônia portuguesa bonitas chácaras, onde vêm passar o verão, muito mais suave do que em Hong-Kong.
Não são, entretanto, somente os europeus os que dão merecido apreço às qualidades de Macau; muitos chins acomodados aí fixam sua residência, seja para procurar o amparo do pavilhão português contra as tendências acapa-radoras das autoridades imperiais ou para entregar-se à sua paixão favorita, o jogo.

"Henrique C. R. Lisboa em traje chinês" LISBOA, Henrique C. R., A China e os Chins: recordações de viagem, Montevideo, Typographia a Vapor de A. Godel-Cerrito, 1888, [pp. 238-9].
A GRUTA DE CAMÕES E OUTROS MONUMENTOS
Acha-se situada essa gruta dentro de uma pro-priedade particular, cujo dono tem prazer em fran-quear acesso ao pitoresco sítio onde, à sombra de frondosa vegetação, cantava o vate lusitano as glórias da pátria ingrata. Numa cavi-dade, entre dois rochedos, vê-se um busto do autor d'Os Lusíadas, rodeado das inscrições com que os visitantes prestam justa ho-menagem a uma glória hoje universalmente recon-hecida. Obtém-se daí uma esplêndida vista de Macau e da sua plácida baía e compreende-se que se pres-tasse esse ameno refúgio a tão sublimes inspirações. Ainda depois, os modernos poetas e pintores que o des-tino atira a essas praias frequentam carinhosamente esse delicioso retiro, seja pa-ra respirar nas perfumadas auras da tarde os eflúvios da poesia ou para roubar com o pincel, no esplendor de um tropical por de sol, os encan-tos dessa natureza privilegiada. (...)
O Palácio do Governo de Macau é um vasto edifício cuja arquitectura nada tem de notável. A mobília que o guarnece merece, porém, atenção dos amantes de cousas antigas, e algumas peças obteriam, certamente, como tais, preços fabulosos em Paris ou Londres. Também admirei ali o magnífico serviço de porcelana chinesa antiga, com a qual ofereceu o amável Governador Graça um ban-quete à Missão de que eu fazia parte.
Entre outros edifícios, sinão elegante, ao menos respeitáveis pela sua idade, notam-se a Catedral, o Paço municipal, o Senado e a igreja de São Paulo, cons-truída em 1594. Esses edi-fícios estão ornados exte-riormente de estátuas de mármore e granito, defor-madas pela intempérie, e interiormente, de pinturas a fresco, quasi destruídas pela incúria. Ao sair desses monumentos seculares. acorda o viajante como de um sonho, sentindo-se na China, depois de ter sido transportado em espírito a alguma antiga basílica de Portugal ou Hespanha.
A CIDADE CHINESA
Deixando esse lado da península, onde se ostentam como funebre me-mento as recordações da passada glória lusitana, chega-se, depois de uma marcha de dois quilômetros à cidade chinesa. Não é gradual, como em Hong-Kong, a transição de uma cidade à outra; Macau, com sua construcção européia, suas ruas calçadas de pedra, suas igrejas, conventos e imensos quartéis, não parece estar na China. Si, encostado à muralha do cais, numa das extremidades do arco de circulo descrito pela Praia, deixa-se absorver o viajante pelas reflexões que lhe sugere a contemplação dessa relíquia dos séculos, não é sem sobresalto que verá interrompida a sua meditação pela fantástica aparição de um san-pan em forma de ovo, resvalando mansamente sobre o espelho das aguas, ao esforço de uma estranha mulher coberta de enorme chapéu pontudo. Os carregadores de cadei-rinhas, interpelando-se vivamente em gutural dialecto, não lhe parecerão, nesse momento, menos fenomenais hóspedes caidos do céu ou do in-ferno. Mas, atravessada a estreita superfície que ocupam essas velhas ruas, galgadas as escadinhas e ladeiras e transpostas as chácaras, que vão escas--seando pouco a pouco, entra-se de repente em outro mundo, em outra at-mosfera.

"Teatro popular chinês"
In: LISBOA, Henrique C. R., A China e os Chins: recordações de viagem, Montevideo, Typographia a Vapor de A. Godel-Cerrito, 1888, [pp. 162-3]
Não é somente no sentido figurado que se sente essa variação do ambiente. Os viajantes que têm percorrido as regiões da terra terão notado os cheiros especiais que se desenvolvem nas aglome-rações de população dos diversos paises que visi-tam. Atribui-se, e com ra-zão, essa particularidade às emanações dos artigos de maior uso ou consumo. Ouvi dizer a alguns chins que os europeus não escapam à regra geral a esse respeito, nem é extraordinário que assim suceda e que o hábito nos inabilite a reconhecê-lo praticamente. Tive disso uma incômoda prova quando, em excursões que fiz nas cidades chinesas, fui insistentemente olfateado e perseguido por ladridos e ameaças de cães, que não se deixavam lograr pelo escrupuloso traje chinês que eu ostentava com a dignidade de um letrado.
A densidade da população da China estende mesmo aos campos o seu cheiro composto de almíscar, ópio, verniz, azeite, peixe, esterco e provavelmente mui-tos outros ingredientes menos voláteis. Em toda a China sente-se esse cheiro especial que ainda se nota nos objetos chineses que chegam ao Ocidente. No bairro europeu de Macau porém, é ele menos pronunciado, por se confundir, talvez com o forte cheiro português antigo, e isso permite ao viajante antecipar a sua chegada à ci-dade chinesa onde os hábitos pouco asseados da popula-ção e a sua principal ocupação, a pesca, dão preferente desenvolvimento às emanações das duas últimas maté-rias primas que citei.
Nada de especialmente curioso tem essa parte de Macau. As mesmas ruas tortuosas e estreitas de Cantão, sem as ricas lojas ou os interessantes edifícios daquela cidade, casas baixas e amontoadas em uma irregularidade que perturba a vista pelos inúmeros páus, táboas, roupas, cordas e utensílios de toda sorte, dispos-tos nas fachadas ou através das ruas.
A PINTURA CHINESA E A ESCOLA DE CHINNERY
Em idênticas circunstâncias acha-se a pintura. As composições desse gênero ressentem-se de uma falta absoluta de perspectiva linear ou aérea, e apenas são notáveis pelo seu brilhante colorido que não apresenta, contudo, sinão mui vagas noções do claro-escuro. Nas cópias são porém exímios. Do mesmo modo que aquele alfaiate de Macau citado por alguns viajantes, o qual, devendo fazer um par de calças pelo modelo de outro usado, copiou até os remendos, assim o pintor chinês re-produzirá escrupulosamente os próprios defeitos da tela.
A especialidade do retrato é antiquíssima na China e não dá tanto lugar à crítica, principalmente depois que os que a ela se dedicam puderam observar e imitar os processos dos pintores europeus que frequen-taram aquele Império. Entre estes, merece ser citado o retratista e paisagista inglês Chinnery, que se estabeleceu em Macau no princípio deste século e ali fundou uma escola da qual sairam alguns chins verdadeiros artistas.
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NOTAS
** " Inscrição que figura na fachada do Paço do Senado desde 1654." (HCRL)
1 LISBOA, Henrique C. R., A China e os chins, pp. 66-7.
2 O autor foi, provavelmente, o primeiro pesquisador a estudar, sistematicamente, as relações entre Macau e o Brasil. De seu trabalho resultaram várias publicações em Portugal, em Macau e no Brasil.
Várias tratam também das relações de Macau com o Japão. Esses trabalhos realizados quando integrava os quadros do Centro Brasileiro de Estudos Portugueses, da Universidade de Brasília, sob a direção do ilustre Mestre Agostinho da Silva, não puderam ter prosseguimento em virtude da extinção desse Centro. Na Bibliografia deste artigo relacionamos as principais publicações dessa fase de estudos. Julgamos da maior oportunidade a retomada dessas pesquisas.
3 Cf. MOURA, Carlos Francisco, Relações entre o Brasil e Macau no início do século XIX segundo as Mémorias para servir à história do Brasil, pp. 261-70.
4 SANTOS, Luís Gonçalves dos, Memórias para servirà história do reino do Brasil, 1825, vol. 1, p. 350.
5 Idem, pp. 331-2.
6 Idem, pp. 351-2.
7 Idem, vol. 2, p. 619.
8 Idem, p. 651.
9 Idem, pp. 651-2.
10 RIO BRANCO, Barão do, Efemérides brasileiras, p. 138.
11 SANTOS, op. cit., vol. 1, pp. 300-2.
12 Idem, p. 303.
13 ABREU, Luís de, Botanica, pp. 16-8.
14 Idem, ibidem.
15 MOURA, Carlos Francisco, Colonos chineses no Brasil no reinado de D. João VI, pp. 185-91.
16 SPIX, Johann von; MARTIUS, Karl Friedrich Philipp von; Viagem pelo Brasil: 1817-1818, vol. 1, p. 75.
17 Idem, ibidem.
18 RUGENDAS, Johann Moritz, Viagem pitoresca através do Brasil, p. 153.
19 Idem, p. 156.
20 SEIDLER, Carl, Dez anos de Brasil, p. 57.
21 Idem, ibidem.
22 GRAHAM, Mary, Diário de uma viagem ao Brasil, 1956, pp.179-80.
23 MOURA, Colonos chineses...
24 Caixa 507, doc. 57, datado de 3 de Setembro de 1814. Ministério do Reino, Real Fazenda de Santa Cruz, Arquivo Nacional, Rio de Janeiro.
25 Idem, doc. 19, 24 Dez. 1814, p. 81. O café já era cultivado em Santa Cruz pelo menos desde os fins do século XVIII, como refere documento datado de 12.03.1795.
26 Idem, doc. 1.
27 Idem.
28 Idem.
29 Idem, doc. 28.
30 Idem, doc. 58.
31 Idem, doc. 14.
32 Idem, doc. 15, 1816, p. 86.
33 SPIX; MARTIUS, op. cit., p. 96.
34 Idem, ibidem.
35 Idem, p. 97.
36 POHL, Johann Emanuel, Viagem ao interior doBrasil, p. 55.
37 Idem, pp. 55-6.
38 GRAHAM, op. cit., p. 324.
39 MOURA, Carlos Francisco, Os chineses do Rio deJaneiro requerem a D. João VI um cônsul e intérprete, p. 5.
40 Códice 370, Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, vol. 1, fls. 178 v. O livro Registro de estrangeiros, Rio de Ja-neiro, Arquivo Nacional, 1960, que publica as informações contidas nesse códice, dá a chegada erroneamente em Setembro: "Vieram 4 chineses de Caravelas no dia 10.09.1814, cód. 370, livro 1, fls. 178 v". O códice regista Agosto.
41 WIED-NEUWIED, Maximiliano, príncipe de, Viagem ao Brasil: 1815-1817, p. 182.
42 WIED-NEUWIED, Maximiliano, príncipe de, Acréscimos, correções e notas .... p. 280.
43 RÖDER, Josef; BALDUS, Herbert, Maximiliano, Príncipe de Wied: Viagem ao Brasil, p. 35.
44 MOURA, Os chineses do Rio de Janeiro... op. cit., 1974, pp.75-82.
45 LEITE, Joaquim José, Gramática filosófica, "O Patriota", Rio de Janeiro, (5-6) Maio-Jun. 1813.
46 LEITE, Joaquim José, Discurso sobre as palavrasnovas, "O Patriota", Rio de Janeiro, (5) Set.-Out. 1814.
47 LEITE, Joaquim José, Lusitana, ou luso-latina, istoé, gramática portuguesa e latina, a que acede mitologia e versificação portuguesa, Lisboa, na Typographia de José Baptista Morando, 1833.
LEITE, Joaquim José, Cartilha macaense, Lisboa, Imprensa Nacional, 1850.
LEITE, Joaqum José, Modo de aprender a ler em poucos dias, Lisboa, lmprensa Nacional, 1852.
48 BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento, Diccionario bibliographico brazileiro, vol. 4, p. 13.
49 INOCÊNCIO, Francisco da Silva, Diccionario bibliographico portuguez, t. 12, pp. 240-1.
50 FREITAS, José de Aquino Guimarães e, Memoria sobre Macáo, Lisboa, BNRJ, 76 p., manuscrito, 1-28, 28 (Coleção Matias).
51 FREITAS, José de Aquino Guimarães e, Memoria sobre Mácao, Coimbra, na Real Imprensa da Universidade, 1828.
52 FREITAS, José de Aquino Guimarães e, Elogio do Sr. Miguel de Arriaga Brum da Silveira, Lisboa, António Rodrigues Galhardo, 1826. Cf. INOCÊNCIO, op. cit., t. 12.
53 LISBOA, op. cit.
54 Os trechos agrupados por nós, para facilidade de leitura, em subtítulos, foram extraídos das seguintes páginas da obra citada em 53: "A cidade do Nome de Deus" - pp. 108-12; "A Gruta de Camões e outros monumentos" - pp. 118-20;"A cidade chinesa" - pp. 120-1; "A pintura chinesa e a escola de Chinnery" - p. 165.
55 O objectivo da missão, como se disse, foi o estabelecimento de relações entre o Brasil e a China, com a assinatura do primeiro tratado. A este assunto voltaremos em outra oportunidade.
* Arquitecto, professor e investigador; membro da Academia Portuguesa da História e da Academia da Marinha de Lisboa. Trabalhou no Centro Brasileiro de Estudos Portugueses, da Universidade de Brasília, sob a direcção do Prof. Agostinho da Silva. Especialista da presença portuguesa no Oriente, publicou, entre outros: O descobrimento do Japão pelos portugueses: 1543, Rio de Janeiro, 1943; Nagasaki: cidade portuguesa no Japão, Lisboa, 1969; Notícias da visita feita a algumas terras do Alentejo pela primeira embaixada japonesa à Europa (1584-1585), Évora, 1969; Roteiros do Japão I: o primeiro roteiro de Nagasáqui, Évora, 1970; O galego Pero Diez, um dos primeiros europeus que descreveram o Japão, Vigo, 1971; Os roteiros do Japão do Códice Cadaval, Lisboa, 1972; Tristão Vaz da Veiga, capitão-mor da primeira viagem Macau-Nagasáqui (Ⅳ centenário 1571-1971), Macau, 1971; Macau e o comércio portu-guês com a China e o Japão nos séculos XVI e XVII, Macau, 1973; O Namban-ji, Templo dos Bárbaros do Sul, de Kyoto, Macau, 1976.