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Coleccionar significa reunir, preservar e classificar objectos de valor, antigos ou novos. Trata-se de uma actividade humana universal e inata que tem evoluído ao longo da história. As formas de coleccionar variam com a localização geográfica e com a época. Os antigos egípcios, por exemplo, construíram enormes palácios e bibliotecas em Tebas (no actual Egipto Central) onde se guardavam livros e objectos preciosos de todo o mundo conhecido. Durante a Idade Média, o mundo cristão preservou cuidadosamente relíquias de santos e mártires em refinados cofres de ouro e prata.
Durante a Renascença, os Medici, uma das mais influentes famílias de Florença, assim como uma série de Papas, foram apaixonados coleccionadores de arte e pioneiros de encomendas directas de obras de arte a famosos artistas europeus, criando, assim, uma tradição de mecenato artístico que se mantém entre os coleccionadores de arte contemporâneos. Coleccionar significa manter as obras de arte em boas condições, mas também assistir financeiramente os artistas e a criação artística. Por outro lado, dado que o gosto dos coleccionadores cria tendências, a colecção de obras de arte tem um papel fundamental no desenvolvimento artístico.
Na China, a história da colecção de obras de arte começa no período das Três Dinastias (Xia, Shang e Zhou) com objectos rituais, embora o auge da colecção de arte venha das épocas Tang e Song, quando altos oficiais e letrados começaram a desfrutar da colecção de objectos raros e preciosos, dedicando-se, ao mesmo tempo, a actividades de lazer com eles relacionadas e fazendo da colecção uma arte em si própria. A maioria das obras de arte existentes foi conservada e transmitida por coleccionadores ao longo do tempo, sendo uma manifestação do espírito, cultura, estética e moral de diferentes períodos na China.
Esta exposição apresenta mais de 100 peças (conjuntos) emprestadas por coleccionadores privados de Hong Kong e Macau, incluindo Wu Qi Lou, Xin Suo Yu Zhai, Zhen Qin Zhai, Ho Su Kei, Yi Qing Xuan, Le Zhai, Wong Yue Kai (Eddie), Rita e Henry Ma, Wan Hua Tang, Lai Veng Lok, Han Mo Xuan. Estarão patentes caligrafias e pinturas, mas também peças de porcelana, bambu e madeira, os chamados “tesouros do estúdio” (refinadas obras de arte vindas dos estúdios dos letrados), e bronzes. Cada uma destas peças de valor cultural único é um testemunho das tradições milenares da arte chinesa. Esperamos que este evento possa proporcionar uma oportunidade aos visitantes de apreciar estas preciosas obras raramente vistas, oferecendo-lhes uma visão da profunda e vibrante cultura chinesa e consciencializando-os para a necessidade de conservar e transmitir a arte tradicional.
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