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Introdução


Prefácio


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Jao Tsung-I é um académico com uma obra multidisciplinar que atravessa diversos ramos do saber como a história, a arqueologia ou a literatura. Educador, calígrafo e pintor, Jao é um profundo conhecedor de diversos géneros de arte. Jao é fluente em várias línguas, nomeadamente em inglês, francês, japonês, alemão, hindi e árabe iraquiano, sendo um estudioso de línguas antigas como o sânscrito e a escrita cuneiforme. O conhecido letrado Ji Xianlin enalteceu Jao como o epítome par excellence dos nossos tempos nas áreas da literatura, história, filosofia e artes chinesas, bem como do universo da Sinologia. Nos círculos académicos Jao Tsung-I é conhecido como “o orgulho das civilizações asiáticas”.

Nascido no seio de uma família de letrados de Chaozhou, província de Cantão, Jao Tsung-I mudou-se para Hong Kong já adulto. Foi professor numa série de Universidades nomeadamente na Universidade de Hong Kong, na Universidade Nacional de Singapura, na Universidade de Yale nos Estados Unidos da América, na Academia Sínica de Taiwan. Pelos seus significativos contributos à academia recebeu importantes condecorações, como o prémio Stanislas Julien, a medalha das Artes e Letras atribuída pelo ministério francês da Cultura e a medalha Grande Bauhinia pelo governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong. Foi professor convidado da antiga Universidade da Ásia Oriental (actual Universidade de Macau) durante os anos 80, período ao longo do qual desenvolveu uma grande amizade com Macau. Foi nessa época que fundou o departamento de História e Literatura chinesa, do qual foi Director. Em 2004 a Universidade de Macau conferiu-lhe o grau Honoris Causa em Humanidades

Jao Tsung-I desenvolveu uma estreita e profunda amizade com o Museu de Arte de Macau, sob a égide do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, tendo prestado um apoio inestimável ao Museu na promoção da cultura tradicional chinesa. Em 2001, o Museu de Arte de Macau organizou a exposição Caligrafia e Pintura de Jao Tsung-I e em 2006 Lótus Imortal – Pintura e Caligrafia de Jao Tsung-I em celebração do seu 90º Aniversário, onde foram apresentadas diversas obras-primas da pintura e caligrafia de Jao. Dada a sua plena confiança no Museu e em reconhecimento pelo papel relevante do Museu na divulgação da cultura chinesa, Jao cedeu ao MAM a custódia permanente de cerca de 30 pinturas e caligrafias produzidas em várias fases da sua carreira.

Este ano um grupo de figuras públicas de Macau, membros da Jao Tsung-I Petit École Fan Club – entre os quais Chui Sai Cheong, Lao Nagai Leong and Lei Loi Tak – sugeriram a Jao Tsung-I que doasse o seu espólio ao Museu de Arte de Macau. A entrega desta colecção demonstra uma inegável confiança no Museu de Arte de Macau e na sua capacidade de promover a cultura chinesa. É assim que o Museu de Arte de Macau organiza esta mostra especial Aspirações Convergentes: Uma Exposição de Pinturas e Caligrafias doadas ao MAM por Jao Tsung-I, apresentando 21 pinturas e 13 caligrafias produzidas entre os anos 70 e a actualidade, bem representativas da obra de Jao e particularmente preciosas. Estamos em crer que todos os visitantes terão a oportunidade de apreender mais profundamente o estilo de um artista letrado que atingiu a excelência em ambas as culturas, a chinesa e a ocidental, para além dos estudos académicos e expressão artística da própria exposição. Em nome do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, gostaria de manifestar nesta ocasião a minha profunda gratidão a Jao Tsung-I pelo seu apoio e encorajamento ao nosso trabalho. O MAM ser-lhe-á eternamente devedor por trazer a Macau um património cultural tão raro e precioso!




Tam Vai Man
Presidente
Conselho de Administração do Instituto