Aproxima-se a altura mais aprazível do ano. Aguardamos, serenamente, a chegada do Outono dourado e da música alegre.

Este ano, o Festival Internacional de Música de Macau chega à sua 32.ª edição. Ao longo destes 30 anos, o Instituto Cultural continua a cumprir o objectivo com que o Festival foi criado - "construir um mundo melhor através da música!". Fico comovida quando vejo as longas fila de espera para comprar bilhetes no dia em que estes são colocados à venda. Tal facto demonstra o aumento da qualidade dos espectáculos e o poder que a cultura tem na cidade. Efectivamente, o Festival de Música tornou-se o evento cultural mais esperado para os amantes da música, sendo também o mais consolidado na região da grande China.

Há um ditado entre os mitómanos que diz: assista à ópera, beba vinho tinto e prove a deliciosa culinária de Macau. A cidade de Macau é conhecida por acolher visitantes de todo o mundo com a sua música e comida deliciosa, pelo que em 2017 foi designada Cidade Criativa da UNESCO em Gastronomia. "Os meus convidados são maravilhosos; os alaúdes estão prontos e o órgão é tocado para eles".

É essencial experimentar a música no momento. Mozart passou 14 dos seus 36 anos de vida na estrada a dar concertos. Diz a lenda, que o genial compositor tocava para os funcionários da alfândega de cada vez que atravessava a fronteira. Conseguia, deste modo, juntar as pessoas através da música. Ao longo dos anos, não nos podemos esquecer do extraordinário concerto da Filarmónica de Viena no Centro Cultural de Macau, dos recitais de música de câmara no Teatro Dom Pedro V, da inspiradora Cantata do Rio Amarelo nas Ruínas de São Paulo ou dos eventos comunitários que levam a música aos diferentes cantos da cidade. Estes acontecimentos tecem em nós memórias inesquecíveis.

O tema deste festival é "Viver - O Momento na música", na esperança de que o público seja capaz de aproveitar o momento e de sentir a alegria e a satisfação que a música traz à nossa alma. O reportório é rico e diversificado: óperas alegres e divertidas, grandes produções de música tradicional, melodias latinas que exaltam a vida e concertos românticos de Schumann.

Para comemorar o 170.º aniversário da morte do compositor Gaetano Donizetti, a Grande Abertura traz-nos a ópera cómica em dois actos L'Elisir d'Amore,uma das obras mais representadas no seu tempo. Com Il Signor Bruschino, celebramos o 150.º aniversário da morte de Gioachino Rossini. Nesta farsa em um acto, o público vai conhecer o humor e a sagacidade do genial compositor. A Camerata Salzburg, orquestra da cidade natal de Mozart, brinda-nos com o mais puro timbre de Viena e a Staatskapelle Dresden, orquestra alemã entre as 10 melhores do mundo e com mais de 400 anos de história, apresenta o autêntico som da Alemanha.

Dois quartetos com elementos da mesma família - Los Romero e o Quarteto Hagen -  exibem o seu talento em grande harmonia. Em Rima Cantonense da Rota da Seda, a Orquestra Nacional de Cantão embarca numa viagem musical para admirar o esplendor do mar. Stile Antico, grupo coral do Reino Unido, revive o mundo da música renascentista com vibrantes actuações. A Orquestra de Macau e a Orquestra Filarmónica de Xangai guiam a audiência pelo universo da Sinfonia n.º 8 em Dó Menor de Bruckner. O singular grupo português, Sangre Ibérico, ao combinar a rumba com o fado, apimenta uma sensacional noite latina.

É um esforço infrutífero descrever, por palavras, a magnificência da música. Desejo, sinceramente, que o Festival de Música de Macau nos proporcione a todos memórias inesquecíveis. Junte-se a nós e venha "Viver - O Momento na música"!

Mok Ian Ian
Presidente do Instituto Cultural do Governo da RAEM