Este ensaio pretende olhar para o Echo Macaense enquanto projecto colectivo levado a cabo por um grupo de macaenses, empenhados política e civicamente, e defensores de uma ideia reformista para a renovação de Macau, num quadro administrativo profundamente inspirado no modelo britânico e reclamando o direito de cidadania e de intervenção activa para uma elite chinesa empreendedora e ocidentalizada. Salientando-se o pioneirismo e a singularidade da publicação de um ”Semanario Luso-Chinez” em 1893, oferece-se uma sumaria panorâmica de Macau a época, ilustrando-a pontualmente com as paginas do Echo Macaense, ao mesmo tempo que se intenta reconstituir um pouco da historia do próprio jornal, intervenção dos seus colaboradores e sua teia de relações, levantando mais hipóteses e pistas para novas abordagens, do que oferecendo respostas. Terão elas de passar por um necessário diálogo com a historiografia chinesa sobre o assunto e a época em apreciação, aqui não contemplado.