Pode-se dizer que a literatura ocidental se desenvolveu em dois grandes eixos, representados pela escrita poética, por um lado, e a escrita prosaica, por outro. Embora o desenvolvimento estilístico na literatura clássica aponte para uma contínua mediação e integração entre a poesia e a prosa, é bem verdade que tinham diferenças de utilização, manifestados precisamente nas suas diferentes funções e práticas sociais. A experiência chinesa é peculiar por nela não existir um modelo tipológico que separe nitidamente a poesia da prosa. Na China Antiga, não só a língua escrita e a língua vernacular eram menos contínuas do que as suas contrapartes ocidentais, como também não havia uma distinção em termos de funções e performances que destacasse as diferenças substanciais entre “poesia” e “prosa” chinesas.