Nos séculos XIX e XX verificou-se um avanço imperialista das potências ocidentais, que colocaram em causa as capacidades de manutenção territorial de Portugal. Entre os espaços que este dominava, Macau ficou também envolvido nas pretensões de outros países. A França ficou especialmente interessada neste território, na continuação da sua expansão de interesses na China e na Indochina.
Este artigo explora as várias formas usadas pelos franceses para alargarem a sua presença em Macau. Além das referências a uma possível aquisição do território, procuraram esse alargamento através do estabelecimento de instituições de saúde e industriais, o que foi impedido pelas autoridades portuguesas, receosas de uma usurpação da sua soberania. Além disso, esta possibilidade também se encontrou nos meios políticos ingleses, que queriam impedir o estabelecimento de uma potência rival.
Uma outra forma de alargamento encontrou-se na religião, onde portugueses e franceses rivalizavam no espaço à volta de Macau. Os acordos entre as respectivas autoridades mostraram-se difíceis, pelos interesses comuns na sua expansão. O acordo final a que chegaram definiu o território do Padroado português na China durante o período que se seguiu.