O fenómeno da World Literature inverte a lógica das literaturas nacionais ocidentais, afirmando o inglês como língua franca, mediadora entre diversas tradições literárias. Isso relativiza a tradição ocidental pela existência de um “mercado” supostamente “transcultural” que se lhe sobrepõe, enquanto a deslegitima como “eurocêntrica” e “imperialista”. Porém, na experiência global comparada, o conceito de “império” é mais correctamente aplicado às ordens políticas milenares do Oriente, por definição multiétnicas e multilinguísticas, mas organizadas sob um cânone oficial. Embora a experiência ocidental seja dinâmica, tendo vivenciado hegemonias políticas e culturais, a realidade histórica sempre foi a de uma pluralidade de focos culturais e linguísticos autónomos