Desde o início da Segunda Guerra Sino-Japonesa até ao fim da Segunda Guerra Mundial (1937–1945), Macau manteve-se neutral. Essa neutralidade não impediu que algumas das terríveis decorrências dessas guerras se fizessem sentir profundamente em todo o Território. De toda uma série longa de efeitos, destacam-se como mais dramáticos as imigrações em massa de refugiados de guerra e os esforços feitos para alimentar e abrigar um tão grande e repentino surto de pessoas.
Na imensa luta travada para alcançar tais objectivos toda a Cidade do Santo Nome de Deus se empenhou, desde o Governo até ao anónimo cidadão, passando por instituições, agentes económicos e personalidades com fortuna e poder. Tudo isso num
contexto de grande adversidade, posto que a colónia portuguesa permaneceu a maior parte do tempo cercada por forças japonesas. Com paciência, com habilidade, com diplomacia e com capacidades inventivas para engendrar meios de pagamento lá se foram vencendo dificuldades e ultrapassando obstáculos.
Os resultados dessa luta, tendo em conta as muito difíceis condições em que a mesma se desenhou, não podem deixar de a consagrar como um registo épico, primeiramente da História de Macau e em segundo lugar da História de Portugal.