Este texto parte de um estudo de caso, o da missionação do jesuíta Rodrigo de Figueiredo na região de Ningbo, na primeira metade do século XVII, para lançar um olhar sobre as estratégias jesuíticas para a evangelização da China. Desta forma, pretende-se avaliar a eventual compatibilização do cristianismo com o sistema cultural e filosófico do confucianismo. A este nível são abordadas questões como a cosmologia e cosmogonia chinesas, as ideias de transcendência, Criação e do problema do Mal. Face a estas questões, pretende-se compreender a estruturação de um método missionário jesuítico assente na aculturação, ou seja, na capacidade de compatibilizar a mensagem evangélica com a cultura e mundividência chinesas.
Aborda-se ainda a questão dos ritos chineses, quer do ponto de vista do olhar europeu sobre a cultura confuciana, quer integrando-a nas lutas teológicas e culturais que decorriam então na Europa, e que foram determinantes para o eclodir da crise.