António Manuel Couto Viana (1923-2010) é autor de uma assinalável e vasta obra literária, tendo-nos deixado um legado que vai desde o teatro, à poesia e aos contos (para crianças e adultos).
O autor assume que desde a infância desenvolveu um fascínio pelo Oriente, influenciado sobretudo pelos livros de Wenceslau de Morais, que habitavam nas estantes da casa paterna, pelas histórias que o pai lhe contava e pelo negócio do avô, que o punha em contacto com vários artefactos orientais.
O seu fascínio pelo Oriente atraiu-o para Macau, onde residiu e desenvolveu actividade no campo cultural, servindo-lhe de inspiração para a escrita de um conjunto de poemas sobre a sua vivência e as marcas que foi encontrando da presença portuguesa em terras orientais. O próprio autor afirma que este foi um período de grande fecundidade poética. Apesar de nutrir um profundo amor pela Pátria, o desgosto pelo regresso “forçado” a Portugal acompanha-o durante os últimos anos da sua vida, transformando-se em tema de confidências (Conferência de 2007 na Delegação Económica de Macau, Lisboa) nas quais, repetidamente, confessa que esta era a terra onde poderia ter ficado até à morte (primeiro poema escrito após a chegada a Macau / Cemitério Chinês da Taipa).
Apesar do relevo da sua obra, a pesquisa por nós desenvolvida mostra que esta não está devidamente estudada, existindo apenas biografias e entrevistas com o autor bem como breves resenhas dos seus livros, publicadas em jornais, revistas e catálogos de lançamentos de livros e iniciativas similares.