Não tem recebido muito atenção por parte da crítica as referências de Camilo Pessanha ao Oriente anteriores a 1894, apontando para a presença de um pensamento orientalista anterior à sua primeira viagem para a China. Na verdade, encontramos um orientalismo de escola como parte da sua bagagem literária, revelado nas cartas e nalguns poemas. Seguiremos este caminho de análise quanto algumas referências das cartas e de outros textos dedicados à China, mas também a outros espaços asiáticos, onde aparecerão algumas questões como a conexão entre morte e erotismo e os tópicos da desilusão e da suposta impenetrabilidade do “outro” oriental, o que será lido segundo o pensamento de Edward Said e de Victor Segalen.