No presente texto são equacionadas, tendo por base a sua correspondência, algumas vertentes menos conhecidas da biografia e da obra de Camilo Pessanha: a sua empatia pela língua e pela cultura chinesa; a sua colecção de arte oriental, laboriosamente recolhida ao longo de muitos anos; os esforços desenvolvidos em defesa do Liceu de Macau, ameaçado pela visão economicista do Leal Senado, que o queria encerrar; a sua tradução das oito elegias chinesas e a sua oposição à extradição de um mandarim de Cantão, solicitada ao governador de Macau, em 1904, pelo vice-rei de Cantão.