O Reencontro

COMÉRCIO PORTUGUÊS ENTRE O JAPÃO E O SIÃO NOS SÉCULOS XVI E XVII

Conceição Flores*

Os primeiros contactos dos Portugueses com o reino do Sião datam do início do século XVI, mais precisamente do ano de 1511, na altura do cerco a Malaca levado a cabo, como se sabe, pelo governador Afonso de Albuquerque. De facto, sabendo que o Sião era no momento o estado mais importante da região e que, além disso, se encontrava em guerra com o sultanato de Malaca, antigamente seu vassalo e em rebelião desde o último quartel do século XV, Afonso de Albuquerque determinou enviar de imediato um emissário à capital siamesa, à cidade de Ayuthya, de forma a estabelecer relações amigáveis entre Portugal e o Sião e a conquistar o apoio deste estado à empresa portuguesa de Malaca.

Tal missão foi confiada a Duarte Fernandes e, para além dos objectivos políticos, possuiu também desde o início uma finalidade comercial, pois esse era um dos principais motivos que levara os Portugueses a procurarem o Oriente, e o Sião afigurava-se à primeira vista como um bom parceiro comercial em perspectiva.

A embaixada de Duarte Fernandes foi bem recebida pelo Rei do Sião, no momento Ramathi-bodi II (1491-1597), que tendo percebido de imediato que os Portugueses, bem apetrechados com armas de fogo, constituíam uma nova força a levar em conta no mundo asiático e com a qual convinha ter boas relações, resolveu enviar um embaixador siamês a Malaca, em retribuição da iniciativa portuguesa.

A boa disposição de Ramathibodi II foi aproveitada imediatamente por Afonso de Albuquerque para enviar nova missão diplomática a Ayuthya no início de 1512, desta feita constituída por sete portugueses sob a chefia de António de Miranda de Azevedo.

Esta embaixada teve também bom acolhimento pela parte do Rei do Sião que aceitou as propostas de amizade e comércio apresentadas pelos Portugueses.1

Estabelecido o bom entendimento luso-sia-mês estava aberto o caminho ao desenvolvimento das relações comerciais. O Rei do Sião foi o primeiro a tomar a iniciativa enviando a Malaca um junco carregado com arroz em 1513. O capitão daquela cidade, Rui de Brito Patalim, aproveitou de imediato a oportunidade e mandou ao Sião três juncos armados pelo bendara e pelo tumungão de Malaca.2

Todavia, as autoridades portuguesas depressa se aperceberam que o trato com Ayuthya não era tão vantajoso como a grandeza daquele reino havia levado de início a pensar. De facto, o Sião era um estado predominantemente agrário, encontrando-se as actividades comerciais pouco desenvolvidas e cerceadas pelo monopólio régio, principalmente no que respeitava ao trato internacional. Além disso, o Sião não era um estado produtor de mercadorias valiosas, como as especiarias, que eram aquelas que mais interessavam à Coroa portuguesa. Com efeito, as mercadorias siamesas limitavam-se a mantimentos (principalmente arroz), benjoim, lacre, lenho aloés, madeira de sapão, almíscar, estanho, chumbo, algum ouro e prata, marfim, peles de veado e tecidos de seda, que eram produtos pouco importantes para o tráfico inter-continental em que a Fazenda Régia estava envolvida.

Assim, passado o período da consolidação do estabelecimento português em Malaca, as autoridades portuguesas depressa se desinteressaram do comércio de Sua Alteza com o Sião, deixando o trato com este reino à livre exploração de mercadores particulares.

Se o trato das ricas especiarias constituiu o principal motivo que levou a Coroa de Portugal a interessar-se pelo Oriente, o comércio de mercadorias asiáticas tornou-se igualmente o principal objectivo dos Portugueses que viajaram até às Índias. Realmente, todos estes homens depressa começaram a desenvolver interesses comerciais, tanto em acumulação com o desempenho de cargos régios ou outras funções, como dedicados em exclusivo às actividades mercantes.

Para estes Portugueses, cujos interesses se limitavam exclusivamente aos circuitos asiáticos, o trato com o Sião apresentava bastantes atractivos. Assim a abertura deixada pelas autoridades portuguesas, sobretudo depois da substituição de Afonso de Albuquerque por Lopo Soares de Albergaria no governo da Índia em 1515, seria rapidamente aproveitada pelos mercadores privados que, logo em 1516, começaram a afluir a terras siamesas, onde foram bem recebidos pelo respectivo monarca, para quem a sua presença constituía um meio de acesso às desenvolvidas técnicas bélicas utilizadas pelos Portugueses.

Mau-grado a falta de documentação, tudo indica que a presença portuguesa no Sião foi crescendo ao longo da primeira metade do século XVI, tanto relacionada com o tráfico praticado a partir dos portos da costa ocidental siamesa onde se destacavam Tenasserim, Tavai e Iunçalão (Phuket), como com a costa Oriental virada à chamada enseada de Sião.

As actividades comerciais dos Portugueses na costa oriental, abrangendo principalmente as cidades de Ayuthya e Lugor (Nakhom Si Thammarat), encontravam-se intimamente relacionadas com o trato da China. Os comerciantes chineses sempre haviam frequentado o reino do Sião onde vendiam as apetecidas sedas e porcelanas do Celeste Império e adquiriam estanho, marfim e madeira de sapão. As mercadorias trazidas pelos Chineses não eram, claro está, consumidas na sua totalidade pelos Siameses, sobrando sempre alguma quantidade que poderia ser adquirida por intermediários de outras proveniências. Os comerciantes portugueses, desejosos também eles de adquirir as preciosas mercadorias chinesas, cedo se aperceberam da posição privilegiada do Sião no que dizia respeito a esse trato. Assim, fosse para adquirir mercadorias chinesas, ou para adquirir as fazendas siamesas a negociar depois na China, os mercadores portugueses começaram a demandar os portos da costa oriental do Sião.

A acreditar na narrativa de Diogo do Couto, seria em resultado de uma fracassada viagem de comércio à China a partir do porto de Sião (Ayuthya), devido a condições climatéricas adversas, protagonizada por António da Mota, Francisco Zeimoto e António Peixoto, que os Portugueses atingiriam pela primeira vez o Japão em 1542. Esta viagem acidental revelar-se-ia bastante proveitosa pois os três Portugueses fizeram boa veniaga em terras nipónicas, dirigindo-se posteriormente a Malaca com a notícia do seu sucesso.3

A partir desse momento os Portugueses tomaram conhecimento do rico trato que podiam efectuar com o Japão, cuja principal mercadoria era a prata, metal muito importante para o comércio com a China, e viram confirmada uma notícia que já circulava por certo entre os comerciantes privados, ou seja, de que as fazendas siamesas, nomeadamente, a madeira de sapão, o marfim e as peles de veado, conheciam boa aceitação no império nipónico.4

A difusão desta notícia entre os comerciantes portugueses provocou sem dúvida o crescimento do trato com os portos orientais da costa siamesa, atestado pela presença de mais de uma centena de indivíduos em Ayuthya no final da primeira metade do século XVI.5

Roteiro do Japão, de Vicente Rodrigues e Pilotos. É o primeiro roteiro do Japão impresso em Portugal.

As notícias concretas àcerca do trato português entre o Japão e o Sião são infelizmente bastante escassas. De facto, foi possível detectar apenas duas referências a este comércio. A primeira, narrada por Fernão Mendes Pinto, diz-nos que o autor da Peregrinação se encontrava em Ayuthya cerca de 1547, vindo de Sunda na companhia de dois portugueses que seguiram para o Japão, e lhe haviam emprestado cem cruzados com os quais adquiriu fazendas siamesas que projectava ir negociar ao império nipónico juntamente com mais seis ou sete compatriotas seus.6 A segunda refere a estadia em 1563, no porto japonês de Yokoseura, de um grande junco português proveniente do Sião e comandado por Gonçalo Vaz de Carvalho.7 Esta falta de informações é contudo compreensível porque se tratava de tráfico particular e por isso raramente referido na correspondência oficial.

O aparecimento da ameaça birmana sobre o Sião a partir de meados do século XVI não parece ter diminuido o interesse dos Portugueses pelo trato com Ayuthya, e seria só com a queda deste reino, na posse dos Birmanos em 1569, que as actividades nos portos da costa ocidental siamesa sofreriam algum abalo. De facto, a destruição e as deportações efectuadas pelos Birmanos provocaram instabilidade e geraram por certo dificuldades na recolha e produção das mercadorias para o trato nipónico, o que terá afugentado temporariamente os mercadores portugueses dos portos do Sião.

Esta situação viria a modificar-se durante a década de oitenta quando o príncipe Naresuan tomou conta do poder no Sião levando a cabo uma campanha de libertação que culminaria com o afastamento da tutela birmana em 1593. Os mercadores portugueses terão aproveitado rapidamente o ressurgimento do Sião para voltar a traficar nos seus portos. Apesar da falta de informações, este movimento é indirectamente atestado pela posição da Coroa que, talvez numa tentativa para regulamentar o comércio português entre o Sião e o Japão, vai criar uma carreira entre Malaca e Ayuthya inserida no regime de viagens concessionadas.8

O concessionário da viagem ao Sião partia de Malaca com um navio carregado com roupas do Bengala e cauris das ilhas Maldivas, mercadorias que eram trocadas em Ayuthya por madeira de sapão, chumbo, peles de veado, seda solta colorida e outras fazendas, dirigindo-se em seguida para o Japão.9

A viagem ao Sião transformou-se rapidamente num importante complemento à grande carreira que se efectuava todos os anos entre Goa, Macau e o Japão, sem dúvida a mais lucrativa das linhas de comércio exploradas pelos Portugueses no Extremo Oriente, pois permitia apresentar um mais vasto leque de mercadorias nos portos nipónicos, e por tal, quando não se verificava o seu provimento, era o capitão-mor da segunda que se encarregava de a mandar executar. A viagem ao Sião rendia cerca de mil e quinhentos cruzados e podia ser vendida pela soma de quinhentos cruzados, caso o respectivo concessionário não tivesse interesse ou meios para a mandar efectuar.10

Foi possível encontrar quatro provisões de viagens ao Sião entre 1584 e 1588 nos livros das Chancelarias Régias, embora seja provável que tenham sido feitas várias outras concessões no Oriente, pois tratava-se de uma viagem que podia ser provida pelo vice-rei na Índia, cujos registos não chegaram a Portugal.11

<B>--PROVISÕES DE VIAGENS AO SIÃO--</B>

--PROVISÕES

DE VIAGENS AO SIÃO--

(AYUTHYA)

 

NOME

DO CONCESSIONÁRIO

ANO

Nº DE VIAGENS

Diogo Pereira Tibao

1584

2

Luis Borges

1584

3

António Ribeiro

1586

3

Pedro Alves

1588

2

 

A chegada de novos europeus ao Extremo Oriente nos últimos anos do século XVI, principalmente no que respeita aos Holandeses, viria modificar radicalmente esta situação. De facto, é sabido que os Holandeses, alegando que Portugal se tornara num inimigo da Holanda devido à sua inclusão na Coroa espanhola em 1580, começaram a manobrar para se apoderarem das rotas comerciais exploradas pelos Portugueses no Oriente, incluindo o tráfico com o Japão. Compreendendo a importância das mercadorias siamesas para o comércio com o império nipónico, os Holandeses trataram imediatamente de ganhar acesso aos portos do Sião, logrando estabelecer uma feitoria em Ayuthya no ano de 1608.

A presença dos Holandeses na costa ocidental siamesa e no golfo do Sião veio perturbar o desenvolvimento das viagens portuguesas entre Malaca, Ayuthya e o Japão que, ao que tudo indica, deixaram de se realizar nos começos do século XVII.12 Duas décadas mais tarde, em 1625, e a instâncias do Rei do Sião, no momento Song Tham (1610-1628), que não apreciava muito o domínio crescente dos Holandeses nos mares da região, a Coroa portuguesa tentou restabelecer as viagens a Ayuthya.13 Este esforço não terá conhecido todavia muito êxito, porque não se apresentaram candidatos para a respectiva execução, certamente com receio de perderem as suas fazendas às mãos dos Holandeses,14 não havendo notícia da realização de qualquer viagem até 1639, quando a administração nipónica encerrou o Japão aos Portugueses por motivos religiosos.

Quanto ao comércio privado entre o Sião e o Japão também ele não escapou por certo às interferências holandesas e terá sido abandonado durante os primeiros anos do século XVII.

Os mercadores portugueses que se encontravam sediados em Ayuthya preferiram dedicar-se a rotas mais curtas e menos expostas ao chamado "inimigo da Europa". Na segunda metade do século XVII, após a assinatura do Tratado de Paz entre Portugal e as Províncias Unidas em 1669, os comerciantes portugueses do Sião começariam a traficar regularmente com os Holandeses em Batávia.

O encerramento do Japão aos comerciantes portugueses não veio lançar no esquecimento a importância das mercadorias siamesas no trato nipónico. As autoridades portuguesas estavam bem conscientes disso e sabiam que o comércio com o Sião era um dos pilares mais importantes em que assentava o trato holandês com o Japão. O vice-rei D. Filipe de Mascarenhas, ao empreender durante o seu governo uma campanha tendente a levar os potentados asiáticos a fechar os seus domínios aos Holandeses, dedicou especial cuidado ao Sião, enviando Francisco Cutrim de Magalhães como embaixador a Ayuthya em 1646, com a missão de convencer o Rei Prasat Thong (1629-1656) a expulsar dos seus portos os "inimigos da Europa" e a desenvolver ele próprio o comércio directo entre o Sião e o Japão.15

Este soberbo plano de D. Filipe de Mascarenhas, que visava arruinar o comércio dos Holandeses com o Japão e garantir em simultâneo o acesso dos Portugueses à prata nipónica através dos serviços do Sião, caso o império nipónico continuasse fechado, não viria contudo a conhecer qualquer êxito porque o Rei Prasat Thong, certamente por conhecer as fraquezas do estado da Índia, não expulsou o "inimigo da Europa" dos seus domínios. O Japão continuaria fechado aos Portugueses e o comércio português entre o Sião e o império nipónico não mais seria retomado.

NOTAS

1 Pormenores sobre as embaixadas portuguesas ao Sião podem ser encontrados em: Maria da Conceição Flores, Os Portugueses e o Sião no século XVI, Dissertação de Mestrado apresentada à faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Univer-sidade Nova de Lisboa, Lisboa, 1991, pp. 26-31.

2 Idem, p.35.

3 Vide Diogo do Couto, Ásia, Década V, Liv. 8, Cap. 12.

4 Os mercadores portugueses que frequentavam a orla costeira chinesa tinham certamente conhecimento de que as mercadorias siamesas eram facilmente negociáveis no Japão. De facto, apesar dos portos da China terem sido encerrados aos Japoneses pela administração Ming em 1480, devido aos numerosos actos de pirataria que eram acusados de praticar, os comerciantes chineses continuaram a alimentar o grande desejo japonês das sedas do "Celeste Império", assim como de outras mercadorias entre as quais se contavam a madeira de sapão, marfim e couros de veado trazidas por estes últimos do Sião, reino com quem traficavam havia longos anos, beneficiados pela relação de vassalidade que ligava Ayuthya à China desde a sua constituição como estado. Assim, a viagem de António da Mota, António Peixoto e Francisco Zeimoto poderá não ter sido tão acidental como Diogo do Couto nos leva a crer.

5 A acreditar nos dados que nos são fornecidos por Fernão Mendes Pinto na sua Peregrinação, por volta de 1545 encontravam-se cento e sessenta portugueses no Sião (principalmente em Ayuthya) e em 1547 cento e trinta. Vide Peregrinação, Caps. 181 e 18 3. Diogo do Couto é mais comedido e aponta a existência de cinquenta portugueses na capital siamesa na altura da invasão do Sião e cerco de Ayuthya pelos birmanos em 1549. Vide Asia, Década VI, Liv. 7, Cap. 9. No entanto convém salientar que alguns comerciantes portugueses poderão ter abandonado Ayuthya com receio das consequências de tal ataque.

6 Vide Fernão Mendes Pinto, Peregrinação, Cap. 183.

7 Vide Charles, R. Boxer, The Great Ship of Amacon, Instituto Cultural de Macau, Macau, 1988, p. 29.

8 O regime de viagens concessionadas difundiu-se a partir da segunda metade do século XVI quando a Coroa portuguesa, pouco interessada em mandar efectuar viagens à sua custa no Oriente, resolveu conceder a respectiva concessão a particulares em recompensa de serviços prestados. Estas viagens eram efectuadas em navios particulares e os seus concessionários não recebiam qualquer salário da Fazenda Régia. As concessões eram feitas geralmente para duas viagens por forma a salvaguardar algum azar que pudesse afectar a realização da primeira. O concessionário não era obrigado a efectuar a viagem, podendo recorrer aos serviços de terceiros ou mesmo vendê-la caso não tivesse interesse em mandá-la realizar.

9 Vide Livro das Cidades e Fortalezas que a Coroa de Portugal tem nas partes da India, e das Capitanias e mais Cargos que nelas há, e da importancia delles, ed. de Francisco Mendes da Luz, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, Lisboa, 1960, fl. 97, v. 98.

10 Idem.

11 Vide ANTT, Chancelarias Régias, Chancelaria de D. Filipe I, Doações, Liv.4, fl.313, vol.314; Liv.5, fl.157, vol.158; Liv. 15, fl. 436 (documento já publicado in Maria da Conceição Flores, op. cit., pág. 289) e Liv. 16, fl. 207. Este último documento é muito interessante porque refere expressamente a concessão de duas viagens do Sião para o Japão, razão pela qual o transcrevemos em anexo.

12 Vide Carta de D. Filipe III a D. Francisco da Gama, Lisboa, 20 de Março de 1625, in Maria da Conceição Flores, op. cit., pág.293.

13 Idem e Carta de D. Filipe III a D. Francisco de Mascarenhas, Lisboa, 24 de Fevereiro de 1627, in Maria da Conceição Flores, op. cit., pág. 294.

14 Vide Carta de D. Francisco da Gama ao Rei D. Filipe III, Goa, 15 de Janeiro de 1626, ANTT, Documentos Remetidos da India, Liv. 22, fl. 83.

15 Vide Regimento para Francisco Cutrim de Magalhães que vai por embaíxador ao Rei do Sião, Goa, 3 de Agosto de 1646, Fil-moteca Ultramarina Portuguesa, Livros dos Segredos, Liv. nº 1, fl. 83-84.

*Mestra em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da U. N. L.). Bolseira da Fundação Oriente.

desde a p. 17
até a p.