A música é algo indispensável nas nossas vidas. Ultrapassando fronteiras ao longo dos séculos, as melodias sempre existiram para nos tocar em cada momento decisivo.
Realizado pela primeira vez em 1987, o Festival Internacional de Música de Macau tem sido testemunho do progresso e desenvolvimento da cidade. A música tem-nos inspirado, desde sempre, iluminando-nos com a esperança rumo a um futuro melhor. Assinalando o 35º aniversário, esta edição decorre sob o tema “Reencontros Melódicos”. Com mais de uma dúzia de programas eclécticos e múltiplas actividades educativas, trazemos virtuosos e estrelas em ascensão, oferecendo aos amantes da música um festim memorável.
Recheada de maestros firmados e músicos vanguardistas que abrilhantam o programa, esta edição arranca com O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini. Reinventada pela Teatro Real Dinamarquês e pelo encenador emergente Martin Lyngbo, esta atemporal ópera cómica proporcionará uma experiência audiovisual inovadora. Por outro lado, a ópera-tango de Astor Piazzolla, María de Buenos Aires, desvenda o apelo eterno do tango, combinando música, canto lírico e dança contemporânea.
Descrito como “a figura mais poderosa do panorama musical clássico da China”, o maestro Long Yu sobe ao palco com a Orquestra Sinfónica de Xangai. Por seu lado, o gigante das bandas sonoras Joe Hisaishi, que se associa pela primeira vez ao nosso Festival, vai certamente desencadear uma loucura musical. Com soberbo virtuosismo, o irreverente Teodor Currentzis e a sua musicAeterna levarão os melómanos para além dos limites sensoriais.
Numa perspectiva mais tradicional, sob a batuta do reconhecido maestro Liu Shun, a Orquestra Chinesa de Macau associa-se a dois distintos músicos para apresentar Noite de Macau, uma intensa mescla de sonoridades chinesas. O celebrado intérprete de guqin, Chen Leiji, junta-se ao Grupo de Músicos de Câmara da Orquestra do CNAP da China para o concerto de fusão Canção do Ch’in, apresentando um diálogo entre as civilizações chinesa e ocidental na Casa do Mandarim, local inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO. Avançando com o recital multimédia Ecos da Vida, a pianista Alice Sara Ott criou uma jornada musical e visual única em colaboração com o premiado arquitecto Hakan Demirel. Uma fusão verdadeiramente imersiva e desafiante entre vibrações clássicas e contemporâneas.
Nenhuma celebração musical ficaria completa sem a força e o fascínio das cordas vocais. Os Naturally 7, banda americana conhecida pela técnica a capella a que chamaram de “jogo vocal”, podem facilmente transformar as suas vozes em verdadeiros instrumentos humanos, utilizando-as para interpretar uma série de bandas sonoras de filmes. Outro agrupamento em destaque, The King’s Singers, vai levar-nos a viajar entre o Renascimento inglês e a contemporaneidade em dois concertos, Tom e Will e Legados. Adicionando diversidade, a conceituada fadista Gisela João vai levar o público a viajar pelas tonalidades da alma portuguesa enquanto a incontornável Stacey Kent regressa a Macau para uma impressionante interpretação de temas originais e clássicos do jazz.
Além de juntar intérpretes e repertórios internacionalmente reconhecidos, ao longo das últimas décadas o Festival também serviu de plataforma para novos músicos locais. A jovem pianista Monic Chen demonstrará o seu virtuosismo com um trio musical que compartilha a mesma paixão, mostrando a força do talento em ascensão.
Vamo-nos juntar neste reencontro de partilha e viver a inesgotável alegria da música!
Leong Wai Man
Presidente do Instituto Cultural do Governo da Região Administrativa Especial de Macau