L. v. Beethoven: Sinfonia N.o 5 em Dó Menor, op. 67
A Sinfonia N.º 5 em Dó Menor, também conhecida como “Sinfonia do Destino”, é talvez a mais conhecida entre as nove sinfonias escritas pelo grande compositor clássico alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827). Esta peça representativa do seu período intermédio foi composta em 1804-1808 e apresentada pela primeira vez no Theater an der Wien, em Viena, no dia 22 de Dezembro de 1808. O primeiro de quatro andamentos desta sinfonia baseia-se totalmente no familiar “motivo do destino” de quatro notas (“o destino a bater à porta”); o poderoso primeiro tema desencadeia uma aura persistente e indomável, seguindo-se a entrada anunciante das trompas, que transmite o heterogéneo tema do destino e desemboca no segundo tema, de cariz luminoso e lírico. O segundo andamento (em Lá bemol maior) é uma variação dupla: o primeiro tema das violas e dos violoncelos distingue-se pela sua índole ampla e profunda, enquanto o segundo tema dos clarinetes e fagotes incorpora o imponente carácter heróico, sendo que ambos se alternam em seis variações subsequentes. O terceiro andamento, em forma ternária, abrange uma primeira secção composta por dois factores contrastantes: o tema baixo, oprimido e ligeiramente hesitante das cordas e o tema das trompas interpretado pelos sopros com base no padrão rítmico do “motivo do destino”. O trio é escrito no estilo contrapontístico de uma fuga, evocando uma força irreprimível. O final da recapitulação conduz directamente ao glorioso final, o qual assume a forma de uma sonata, em que o primeiro tema arranca com uma marcha triunfal e o jubiloso segundo tema é sobretudo caracterizado pelo ritmo tercinado. O tema das trompas do terceiro andamento reaparece imperceptivelmente quando a secção de desenvolvimento termina. Vários materiais temáticos anteriores são retomados na coda épica, que encerra a sinfonia com 29 acordes de alta intensidade (forte) em Dó maior.
Por Danni Liu
Texto originalmente escrito em chinês
J. Hisaishi: DA-MA-SHI-E
Esta peça foi composta para o álbum a solo α-BET-CITY de 1985 e executada por um pequeno agrupamento, mas, posteriormente, foi reescrita como obra orquestral para o álbum Minima_Rhythm, em 2009. A peça consiste numa combinação de cerca de oito frases geradas a partir do motivo das primeiras peças para violino interpretadas na abertura. Além disso, as mudanças de tom de Lá Maior para Si bemol Maior, transportadas pelos fortes sopros dos metais, transformam a qualidade tonal geral. Na segunda parte da peça, à combinação de oito motivos junta-se um coral de metais, criando um final prolongado e uma música bastante animada e positiva.
O título foi inspirado em M. C. Escher, mas identifiquei-me mais com o seu estilo lógico e humorístico do que com qualquer das suas pinturas.
Por Joe Hisaishi
J. Hisaishi: Spirited Away Suite (Suite A Viagem de Chihiro)
O filme A Viagem de Chihiro ganhou o Óscar de Melhor Filme de Animação em 2003. Como a sua música tem sido muito requisitada internacionalmente desde então, re-compus a banda sonora numa suite sinfónica. A nova peça foi estreada no Japão pela World Dream Orchestra em 2018. A música ilustra uma série de desafios enfrentados por Chihiro, a personagem principal. Por exemplo, quando a jovem se perde num mundo totalmente diferente daquele em que vive, o seu nome muda e os seus pais são transformados em suínos. Alguns dos andamentos desta partitura são agressivos e intensos. Por outro lado, o andamento “A Sexta Estação” representa um lugar entre o mundo real e o submundo, transmitindo as fortes opiniões de Hayao Miyazaki e uma mensagem sobre a importância de estar vivo.
Por Joe Hisaishi