Marie Brassard, Adaptação e Encenação
Brassard é autora, encenadora e actriz, construindo o seu trabalho nas encostas das nossas realidades virtuais e imaginadas, produzindo peças altamente inovadoras, de grande imaginação e maturidade, que reflectem o seu sentido intemporal de teatralidade bem como um interesse apaixonado pela tecnologia digital.
Em 2001, iniciou uma carreira a solo, fundando a sua própria produtora, a Infrarouge, e criando a sua primeira peça a solo, Jimmy. Esta constitui um ponto de viragem crucial na sua carreira artística, granjeando-lhe a aclamação da crítica e levando a digressões contínuas ao longo de muitos anos.
Trabalhando em estreita colaboração com músicos e artistas visuais, Brassard cria obras teatrais surreais que revelam o seu virtuosismo como actriz e uma abordagem altamente inovadora ao design de vídeo, luz e som. Combinando voz e música e cruzando níveis de realidade divergentes, as suas produções transportam o público para um mundo em que a relação entre o homem e a tecnologia se torna tão íntima como a relação entre o artista e o seu público.
Em 2016, Brassard recebeu a Ordre des arts et des lettres du Québec (Ordem das Artes e Letras) uma distinção honorária que destaca o seu contributo excepcional para a comunidade artística do Quebec. Em 2022, recebeu o prémio Siminovitch, o mais prestigiado prémio teatral do Canadá, pelo carácter inovador do seu trabalho.
Sophie Cadieux, Ideia Original e Desenvolvimento e Intérprete
Após formar-se pelo Conservatoire d’art dramatique de Montreal em 2001, Cadieux surgiu na cena teatral como artista multifacetada. Trilhando o seu próprio caminho nos meios do teatro de Montreal, acumulou um conjunto de trabalhos que abrange mais de 30 espectáculos. Além disso, é autora, encenadora, apresentadora e consultora artística em diversos projectos, para além de ser conhecida como uma hábil improvisadora. Nos últimos anos, assumiu o papel principal na série Lâcher prise, para além de actuar de forma notável em Chouchou de Marie-Claude Blouin e Félix Tétreault. Desde 2020, vem ganhando cada vez mais destaque na televisão, nomeadamente, na série Bête Noire (Ovelha Negra), realizada por Sophie Deraspe. Nos palcos de teatro, o currículo de Cadieux destaca-se pela sua diversidade e substância. Recentemente, demonstrou um talento excepcional na reposição de A Fúria do Que Penso, 4.48 Psicose, La vie utile (A Vida Útil), entre outras peças. A sua peça de teatro a solo Féministe pour Homme (Feminista para Homem) foi bem acolhida pelo público.
Christine Beaulieu, Intérprete
Sendo uma actriz e autora inspirada desde 2003, Beaulieu participou em mais de duas dezenas de peças e filmes, nomeadamente, Le Mirage (A Miragem). Desempenhou o papel principal em Nouveau-Québec (Novo-Quebec) e foi nomeada para a 24.º Gala Québec Cinéma na categoria de Melhor Actriz/Papel Secundário pelo seu papel em Norbourg. Além disso, participou nos filmes Les Tricheurs (Os Trapaceiros), 23 Décembre (23 de Dezembro), Simple comme Sylvain (Simples como Sylvain) e Frontières (Fronteiras).
Desde 2015, tem vindo a apresentar o seu primeiro texto, J’aime Hydro (Amo Hydro), pelo qual ganhou o Prémio Michel Tremblay. Venceu ainda o Prémio Gémeaux pela sua interpretação de Josiane em Lâcher prise (Desapego, 2020), bem como o Prémio Bayard de Melhor Interpretação numa Curta-Metragem no FIFF Namur pela sua interpretação em Un jour de fête (Um Dia de Festa) (2020). Desde Fevereiro de 2021, tem estado no centro de L’oeil du cyclone (O Olho do Ciclone) na Rádio-Canadá, pelo qual venceu dois prémios Gémeaux (2021-2023) de Melhor Actriz Principal: Comédia.
Laurence Dauphinais, Intérprete
Criadora multidisciplinar, encenadora, dramaturga, argumentista e actriz, Dauphinais é uma criadora feminista que se interessa pela noção de hibridismo entre as formas e que reivindica o direito de não ser especialista em nada. Gosta de pensar em modos inovadores de apresentar conteúdos firmemente ancorados na realidade e de criar experiências envolventes para um público em constante transformação.
Entre os seus trabalhos criativos notáveis, contam-se: a criação colectiva iShow, que Dauphinais co-encenou, e a sua adaptação teatral do documentário sonoro Aalaapi, uma produção que ganhou o Prémio de Melhor Argumento do CTDA, sendo finalista dos Prémios do Governador Geral. Também co-criou e encenou Si jamais vous nous écoutez (Caso vocês nos oiçam) e Siri, encenou o espectáculo de música generativa Lumens pelo grupo Video Phase, bem como o seu espectáculo Cyclorama, uma peregrinação documental bilingue também escrita e protagonizada por Dauphinais. A artista é frequentemente convidada para conferências que questionam o uso da IA e da ciência na criação de novos trabalhos artísticos.
Johanne Haberlin, Intérprete
Haberlin tem vindo a expandir a sua carreira como actriz desde que se formou há duas décadas pela Escola Nacional de Teatro do Canadá. Para além do trabalho como actriz, também se aventurou na encenação, trabalhando como assessora artística e transmitindo os seus conhecimentos como docente.
Tendo realizado cerca de 50 produções teatrais, Haberlin conquistou reconhecimento pelos seus papéis principais em peças encenadas por figuras conceituadas como Claude Poissant, Marie Brassard, Olivier Choinière, entre muitas outras. No grande ecrã, colaborou em seis filmes de Denis Côté, incluindo a notável obra Curling e a mais recente produção de Nicolas Krief, Opération Carcajou (Operação Carcajou). Na televisão, assumiu papéis episódicos em séries como Victor Lessard e Ruptures (Rupturas), para além de aparecer na adaptação televisiva da peça La nuit du 4 au 5 (A Noite de 4 para 5) de Rachel Graton e no documentário sobre Nelly Arcan de Rafaël Ouellet para o canal Télé-Québec.
Marie-Laurence Moreau, Intérprete
Formada pelo Conservatoire d’art dramatique de Montréal, Moreau colaborou em teatro com o autor e encenador Philippe Ducros em L’Assassinat d’Andrew Jackson (O Assassinato de Andrew Jackson), L’Affiche (O Cartaz) e Eden Motel. Actuou nas produções de Serge Denoncourt Il Campiello (O Campiello) e Projet Andromaque (Projecto Andrómaca), bem como em Five Kings: L’Histoire de notre chute (Five Kings: A História da Nossa Queda) de Olivier Kemeid, encenada por Frédéric Dubois.
Nesta temporada, Moreau actuou em Chimerica, encenada por Charles Dauphinais e em Jamais, toujours, parfois (Nunca, Sempre, Às Vezes), encenada por Brigitte Poupart. Na televisão, actuou nas comoventes séries Une autre histoire (Uma Outra História), Plan B (III) (Plano B – III) e Stat. Nas últimas cinco temporadas, Moreau tem interpretado o papel de Cindy na comédia Leo, tendo também entrado nas últimas temporadas de Portrait Robot (Retrato-robô) e À coeur battant (Com o Coração a Bater). No grande ecrã, Moreau desempenhou papéis em Bluff, Les 3 p’tits cochons (Os 3 Porquinhos), Dédé à travers les brumes (Dédé através das Brumas) e Viking.
Ève Pressault, Intérprete
Formada pela Escola Nacional de Teatro do Canadá em 2004, Pressault teve múltiplas experiências em palco, tanto no âmbito de espectáculos de teatro como de dança.
Na cena teatral de Montreal, Pressault trabalhou com Claude Poissant em Cinq visages pour Camille Brunelle (Cinco Rostos para Camille Brunelle) e actuou no Festival de Avignon em 2014. Trabalhou também com Alice Ronfard em Chroniques (Crónicas), pela qual recebeu muitos elogios do público e dos jornalistas. Participou em várias peças, incluindo: Hamlet, Opéra de Quat’sous (A Ópera dos Três Vinténs), Nathan Transmissions (Transmissões de Nathan), La femme la plus Dangereuse du Québec (A Mulher Mais Perigosa do Quebec), Sous la nuit solitaire (Sob a Noite Solitária) e La brèche (A Infracção). Fez parte do elenco de Le virus et la proie (O Vírus e a Presa), apresentado no Festival TransAmériques, bem como de Wollstonecraft, em 2023. Também em 2023, Pressault protagonizou a peça frenética Parents et amis sont invités à y assister (Pais e Amigos Estão Convidados a Participar). Na televisão, interpretou, entre outros, Clarah Girard em 30 Vies (30 Vidas), a Agente Tardif em Unité 9 (Unidade 9), Estelle Malenfant em Malenfant. Pressault interpretou ainda o papel de Nathalie em Faits divers.
Anne Thériault, Intérprete
Criadora e artista singular de 43 anos, Thériault tem estabelecido múltiplas colaborações com artistas de diversas origens desde 2005. É membro fundador de Lorganisme, um colectivo de coreógrafos centrado numa prática artística partilhada. Desde 2021, Thériault é investigadora visitante no L’L, um centro de investigação experimental em artes performativas, localizado em Bruxelas, onde a artista se concentra na investigação em torno do envelhecimento e da escrita contemporânea. Além disso, Thériault trabalha em novos projectos de investigação, colabora com artistas como acompanhante dramatúrgica e é curadora convidada em diversos eventos da cena artística de Montreal. Ocasionalmente, lecciona ainda no Departamento de Dança da Universidade do Quebec em Montreal e em instituições universitárias do Quebeque.
Antonin Sorel, Cenografia e Design de Adereços
Nascido em Montreal em 1971, Sorel é um artista e designer autodidacta, actualmente residente em Marselha. Entre 2001 e 2009, trabalhou numa empresa especializada na concepção de objectos e espaços, bem como na organização de eventos artísticos in situ. Em 2009, criou a Antonin Sorel Design, concebendo peças de mobiliário, espaços públicos e residências privadas.
Colaborando com Marie Brassard desde 2007, Sorel criou os cenários para várias das suas produções, incluindo The Glass Eye (O Olho de Vidro), A Fúria do Que Penso, Eclipse, The Useful Life (A Vida Útil) e Violence (Violência). Ultimamente, criou a cenografia para uma exposição de obras em vídeo da inventiva artista Sabrina Ratté, em Paris.
Sorel foi director artístico de filmes dos realizadores Karim Hussein, Vanya Rose e Sophie Deraspe. Actualmente, está a desenvolver o conceito visual da primeira longa-metragem de Marie Brassard, intitulada The Train (O Comboio).
Alexander MacSween, Música
Compositor, músico e designer de som, MacSween passou por diversos géneros musicais e participou em diversos projectos de dança, teatro e cinema, contando com várias colaborações notáveis no palco, incluindo produções de Marie Brassard, Brigitte Haentjens, Alonso King LINES Ballet e The Stratford Festival. A sua música protagonizou recentemente a estreia em Nova Iorque da produção de François Girard de The Hunting Gun (A Caçadeira) no Centro de Artes Baryshnikov. MacSween é baterista e multi-instrumentista dedicado ao rock, electrónica e música improvisada. Os seus concertos a solo e instalações sonoras foram ouvidos no MUTEK, Le Mois Multi, CitySonic e no Festival Internacional de Jazz de Montreal.
Mikko Hynninen, Iluminação
Hynninen é um artista que usa o som e a luz como materiais primários. Com formação em artes plásticas e como designer de luzes e som, o seu trabalho oscila entre o palco do teatro, a música contemporânea e as galerias de arte. Colaborou em inúmeras produções de teatro e dança como designer de luzes.