33.º Festival de Artes de Macau

Xiao Ke

Jérôme Bel x Xiao Ke

* R.B. Jérôme Bel tem o apoio da Direction Régionale des Affaires Culturelles d’Île-de-France, do Ministério da Cultura de França e do Institut Français, do Ministério da Europa e Negócios Estrangeiros de França.

Programa

Xiao Ke é um projecto conjunto entre o Centre Pompidou em Paris e o Centre Pompidou x West Bund Museum Project em Xangai, no qual Jérôme Bel encorajou o intérprete e coreógrafo chinês Xiao Ke a activar a partitura do monólogo autobiográfico. Por razões ecológicas, a companhia R.B. Jérôme Bel já não viaja de avião. Por isso, Bel organizou os ensaios e diversos intercâmbios com Xiao Ke à distância. Ao incorporar a história pessoal da coreógrafa chinesa na do seu país natal, a peça condensa quatro décadas de revoluções políticas, económicas e culturais.

É a última obra da série de retratos dançados de Bel, que teve início em 2004 com Véronique Doisneau, um retrato da bailarina homónima do Ballet da Ópera de Paris, seguido dos retratos do artista de dança tradicional tailandesa Pichet Klunchun e do bailarino da Companhia de Dança Merce Cunningham, Cédric Andrieux.

Uma Colaboração Inovadora entre Um Coreógrafo Francês e Uma Coreógrafa Chinesa
Uma História de Dança e Vida: Xiao Ke

Xiao Ke é uma peça a solo co-criada por Jérôme Bel, um conceituado coreógrafo francês e figura representativa da “não-dança”, e Xiao Ke, uma pioneira da arte performativa na China. Como os coreógrafos vivem em diferentes países, tiveram de dar forma às suas ideias criativas de uma forma única através de conferências e ensaios online. Nesta peça, Xiao Ke partilha a sua história de dança e vida com o público através de monólogos e dança, contando ao público os momentos que viveu e as pessoas que encontrou ao longo da sua carreira de bailarina, com uma voz calma e demonstrando os vários géneros que se enraizaram na sua alma, incluindo dança folclórica, ballet com características chinesas, dança moderna, dança contemporânea, break dance, dança disco, dança jazz, teatro-dança e o seu próprio estilo original. Xiao Ke parece, inicialmente, ser a história da sua vida pessoal e percurso profissional, mas, segundo Bel, é “um solo que reflectirá a evolução da dança e da cultura na China ao longo dos últimos 40 anos”. Xiao Ke não só retrata a artista, como também apresenta a evolução da dança na China.

Por Daisy Chu
Uma editora e crítica de artes e cultura veterana, Chu trabalhou para vários jornais e revistas, tendo colaborado com várias instituições artísticas. Nos últimos anos, publicou opiniões e recensões críticas sobre produções de dança e teatro em diversos artigos na imprensa escrita.

 

Excerto de um artigo escrito originalmente em chinês

Notas Biográficas

Jérôme Bel, Conceito

Nas suas primeiras peças, Bel aplicou operações estruturalistas à dança para destacar os elementos primários do espectáculo teatral. O seu interesse subsequentemente mudou da dança como uma prática de palco para a questão do executante como um indivíduo particular. A série de retratos dançados aborda a dança através da narrativa de quem a pratica, enfatizando as palavras numa exibição de dança e destacando a questão da singularidade do palco.

As suas obras foram convidadas para serem apresentadas ou expostas em bienais e museus de arte contemporânea em todo o mundo. Dois dos seus filmes, Véronique Doisneau e Shirtology, estão nas colecções do Musée National d'Art Moderne – Centre Pompidou. Em 2005, Bel recebeu o Prémio Bessie para The Show Must Go On. Também ganhou o Prémio de Cultura Princess Margriet ECF pelo espectáculo Pichet Klunchun and myself em 2008. Em 2021, recebeu o Prémio de Artes Performativas Taishin com Wu-Kang Chen por Dances for Wu-Kang Chen.

Xiao Ke, Bailarina

Xiao Ke iniciou a sua formação em dança étnica chinesa aos seis anos de idade, a qual durou 12 anos até ser admitida na Universidade Fudan em Xangai, onde aprendeu dança moderna por si própria. Estabeleceu o seu próprio estúdio de dança em 1998 e iniciou colaboração cross-media com artistas contemporâneos em 2002. Em 2005, juntamente com Zhang Xian e outros artistas, co-fundou a Companhia de Teatro Físico ZuHe Niao e seu trabalho ganhou o Prémio Patrocínio ZKB no Zürcher Theatre Spektakel em 2006. Desde 2010, trabalha como artista independente, desenvolvendo a arte física e produções teatrais contemporâneas próximas da realidade da vida chinesa.

Xiao Ke trabalhou com o artista audiovisual Zi Han entre 2011 e 2020. Os trabalhos feitos em colaboração envolvem teatro, fotografia, vídeo, arte ao vivo e instalação. Foi convidada a actuar e realizar intercâmbio em importantes festivais de arte e dança na Europa e na Ásia, e estabeleceu uma rede de comunicação com vários teatros contemporâneos e organizações artísticas. Em 2021, Xiao Ke iniciou um novo plano artístico para colaborar com amadores na criação teatral.

 

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