Texto Introdutório

Infinita, de Família Flöz: Libertando a Imaginação de Elementos Deliciosos a Ordinários da Vida

Por Ma Wai In, escritor, dramaturgo e crítico de teatro, nascido em Macau e residente em Taipé.

 

Sendo esta a quarta produção da Família Flöz, Infinita pretende retratar elementos “comuns” e “quotidianos” até aos ínfimos detalhes, escolhendo as fases essenciais e universais do ciclo da vida humana e agrupando-os de forma a oferecer uma filosofia de vida de grande alcance. Desde rosas no caixão até mesas e cadeiras demasiado altas para subir, desde a luta acesa por uma boneca entre quatro crianças até à secreta conspiração sobre comprimidos entre idosos marotos num asilo para a terceira idade, histórias de velhos e de jovens, da vida e da morte, todas personificam alguma vulnerabilidade física ou psicológica (apesar das diferentes capacidades físicas entre os dois grupos).

Infinita põe em palco, em sucessão, os dois extremos opostos do espectro da vida, revelando quão próximos eles estão da sua essência, mais do que qualquer outra fase da vida, e quão cheios de milagres: a primeira vez de pé, como criança, o último vislumbre do mundo, a primeira paixoneta, o companheirismo e a sobrevivência em momentos de desespero, etc. É um lembrete de que todos esses momentos poéticos e bonitos estão sempre presentes mas ninguém os aprecia devidamente.

Quanto à Família Flöz, é difícil ignorar o seu estilo muito próprio. A partir do seu segundo trabalho, Ristorante Immortale, eliminou todos os diálogos e baseou-se apenas em imagens e criações musicais. A abordagem mais impressionante e de maior impacto é a ideia de “máscaras”, um truque muito antigo no teatro, mas utilizado de forma tão divertida e gratificante pelo grupo alemão.

 

Excerto de um artigo escrito originalmente em chinês