Origem
A iniciativa “Cidades de Cultura da Ásia Oriental” é o primeiro evento internacional da Ásia realizado conjuntamente pela China, Japão e Coreia do Sul, no sentido de realizar o espírito e alcançar o consenso desta conferência tri-lateral. Este evento é visto como um marco importante para a cooperação cultural entre os três países no contexto da Ásia Oriental. As cidades seleccionadas devem possuir recursos e características culturais ricas e distintas, demonstrando a essência da cultura da Ásia Oriental, e devem desempenhar um papel de liderança e servirem de exemplo na promoção do intercâmbio cultural e aprendizagem mútua.
Em articulação com a candidatura de Macau às “Cidades de Cultura da Ásia Oriental”, o Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) criou um grupo de trabalho especial responsável pela construção urbana, preparação, planeamento, implementação e gestão do respectivo programa de eventos anuais. Os especialistas do Ministério da Cultura e Turismo avaliaram as características das cidades candidatas, tais como a sua criação cultural e artística, a salvaguarda e transmissão da cultura tradicional, a criação de serviços culturais públicos, a divulgação e a partilha cultural, as indústrias culturais e o consumo, os produtos e serviços turísticos, o desenvolvimento integrado da cultura e do turismo e as características culturais urbanas, e foram seleccionadas seis cidades finalistas para constarem da fase de avaliação final deste programa inovador.
Em Maio de 2024, o Governo da RAEM enviou uma delegação a Pequim, liderada pela anterior secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, para participar na selecção final das “Cidades de Cultura da Ásia Oriental 2025”. Pelo excelente planeamento urbanístico, entre outros factores, Macau foi muito elogiada pelos juízes e acabou por conquistar o 1.º lugar na classificação final.
No dia 12 de Setembro de 2024, a cerimónia de atribuição do título de “Cidade de Cultura da Ásia Oriental 2025” foi realizada durante a 15.ª Conferência dos Ministros da Cultura da China, do Japão e da Coreia do Sul, em Quioto, no Japão. Na ocasião, os representantes dos serviços culturais dos três países atribuíram a placa de afiliação aos representantes da RAEM (China), de Huzhou (China), de Anseong (Coreia) e de Kamakura (Japão), consolidando assim a posição de Macau como uma metrópole internacional de referência.
Do contexto cultural a “cartão” internacional
O encanto único de Macau é uma dádiva da história. Como importante ponto estratégico e entreposto comercial na Rota Marítima da Seda, os navios mercantes portugueses trouxeram prosperidade comercial, há mais de 400 anos, o que ajudou a desenvolver o papel importante da cidade para o desenvolvimento da partilha cultural da Ásia Oriental. Nesta conjuntura histórica única, desde o aroma do incenso do Templo de A-Má, até aos degraus de pedra desgastados das Ruínas do Colégio de S. Paulo, e desde as melodias da ópera cantonense, até à deliciosa cozinha macaense, os genes culturais de Macau combinam tanto as raízes profundas da civilização Chinesa como as centelhas do encontro entre o Oriente e o Ocidente. Este modelo de “integração da cultura Chinesa e coexistência com múltiplas culturas” constituiu a base cultural para a selecção de Macau como “Cidade de Cultura da Ásia Oriental”.
Desde o estabelecimento da RAEM, Macau tem beneficiado das vantagens de “Um País, Dois Sistemas” e, com o forte apoio do Governo Central, tem registado um rápido crescimento e desenvolvimento social, bem como uma crescente internacionalização. Ao mesmo tempo, Macau soube tirar partido do seu património histórico, transformando os recursos culturais tradicionais numa importante força motriz para promover a modernização e o desenvolvimento. Edifícios históricos foram revitalizados e convertidos em bibliotecas, salas de exposições e diversos espaços funcionais necessários à cidade, e várias zonas históricas tornaram-se palco de festivais e eventos, mantendo viva a cultura única de Macau no nosso quotidiano. A cidade tornou-se num ponto de encontro entre o Oriente e o Ocidente, reforçando o seu encanto e carácter, incluindo três prestigiados títulos internacionais: Património Mundial, Registo da Memória do Mundo e Cidade Criativa em Gastronomia. Estas distinções reconhecem os esforços de longo prazo do Governo da RAEM na construção cultural. Além disso, contribuem para o aprofundamento dos intercâmbios entre Macau e as nações da Ásia Oriental, contribuindo igualmente para a construção de “Uma Faixa, Uma Rota”, de modo a integrar-se plenamente no desenvolvimento global do País, e assumindo-se como uma metrópole internacional através da cultura.
Da missão à acção
As “Cidades de Cultura da Ásia Oriental” têm como objetivo promover a aprendizagem mútua entre as diferentes nações e aprofundar os intercâmbios culturais. Macau como uma das “Cidades de Cultura da Ásia Oriental de 2025” não representa apenas um reconhecimento do seu papel secular como ponto de encontro da cultura Chinesa e Ocidental, mas também representa a responsabilidade assumida para o futuro. Ao assumir o papel como “Cidade de Cultura da Ásia Oriental”, a região pretende, não só promover-se, mas também construir uma ponte cultural entre a China, o Japão e a Coreia, irradiando a sua influência no contexto da Ásia Oriental. O Governo da RAEM enfatizou o facto de Macau ter sido, em tempos, um importante ponto estratégico da Rota Marítima da Seda, enaltecendo também o seu contributo para o intercâmbio oriental e ocidental do mundo moderno, em termos de economia, tecnologia e cultura. O programa anual da “Cidade de Cultura da Ásia Oriental – Macau, China” tem como tema “Encontro Oriente-Ocidente, Ásia em Harmonia”, e os eventos serão promovidos em quatro partes, simbolizando uma viagem marítima, nomeadamente: “Içar as Velas”, “Cavalgar as Ondas”, “Perseguir as Estrelas e a Lua” e “Regressar com Abundância”. Esta jornada representa uma viagem cultural, desde o seu início e até à colheita dos seus frutos, integrando elementos da cultura da Ásia Oriental e utilizando a cultura como um elo de ligação para promover o intercâmbio das ciências humanas e das artes, bem como para destacar a longa história marítimo-comercial da região, pondo em evidência a capacidade da cidade de, não só acolher, como também de inovar.
Neste contexto, o Governo da RAEM acrescentará elementos culturais da Ásia Oriental a diversos eventos anuais e organizará mais espectáculos e mais actividades de intercâmbio internacional, de modo a proporcionar aos residentes e turistas projectos culturais e turísticos, com elementos da China, do Japão e da Coreia. Para promover os valores fundamentais das “Cidades de Cultura da Ásia Oriental”, ou seja, Simbiose, Inovação e Harmonia, o Instituto Cultural vai assim lançar diversos programas de intercâmbio e cooperação, incluindo a criação conjunta de obras de arte por artistas da China, Japão e Coreia. Estas obras serão expostas no âmbito das “Cidades de Cultura da Ásia Oriental 2025”. Além disso, através da Orquestra Chinesa de Macau, serão convidados artistas da China, do Japão e da Coreia para criar obras musicais. Estas composições terão como base a música tradicional chinesa e irão incluir instrumentos representativos e elementos culturais do Japão e da Coreia, reflectindo a fusão das três culturas. Também será criada uma plataforma para os estudantes universitários de Macau usufruírem da cultura e das artes das várias regiões da Ásia Oriental, alargando os seus horizontes e criando novas oportunidades de intercâmbio cultural. Neste contexto, será lançado o programa “Cidades de Cultura da Ásia Oriental – Macau, China - Embaixadores Culturais das Universidades”, com diversas actividades. O objectivo é fortalecer os laços de amizade entre os jovens de Macau, do Japão e da Coreia, promovendo a visão humanística dos estudantes e a sua capacidade artística, contribuindo assim para o crescimento sustentável das relações entre as três partes. Dessa forma, a troca cultural evoluirá de uma simples actividade, para se transformar num mecanismo de cooperação mais estruturado.
Levar as histórias da China ao mundo
Em 2025, Macau iniciou um programa cultural mais abrangente, consolidando os três posicionamentos estratégicos atribuídos pelo País a Macau, nos termos de: Centro Mundial de Turismo e Lazer, Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa e Base de Intercâmbio e Cooperação Multicultural com Predominância da Cultura Chinesa. Por conseguinte, a RAEM irá reforçar continuamente o seu papel de elo de ligação entre diferentes nações, especialmente entre a China e os países de língua portuguesa, promovendo o turismo e a difusão cultural. Como plataforma internacional de partilha cultural, continuaremos a facilitar o diálogo entre as civilizações asiáticas, através dos laços culturais entre as cidades, ampliando-se a presença da cultura Chinesa em eventos artísticos e culturais internacionais, e partilhando-se o seu encanto e as suas histórias com o mundo.

Cerimónia de Inauguração do programa anual da “Cidade de Cultura da Ásia Oriental – Macau, China”

Cerimónia de Afiliação do Título de “Cidade de Cultura da Ásia Oriental 2025”