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I. C. M. — UMA INSTITUIÇÃO COM LUGAR NO MACAU DE AMANHÃ

Jorge A. H. Rangel

Há instituições que, independentemente da sua dimensão física, humana e financeira, podem exercer uma influência determinante nas comunidades em que se inserem. Este foi o papel que quisemos reservar para o Instituto Cultural de Macau, quando o concebemos e o lançámos no início da década de oitenta, numa altura em que a Administração de Macau não dispunha de qualquer organismo vocacionado especialmente para a acção e difusão cultural.

Funcionava nesse tempo apenas uma pequena Divisão de Cultura no seio da então Direcção dos Serviços de Educação e Cultura, chefiada pela actual presidente do Instituto Cultural de Macau, as Câmaras Municipais não se dedicavam ainda à actividade cultural, a Fundação Macau, a Fundação Oriente e o Instituto Português do Oriente nem sequer existiam e os organismos associativos privados estavam longe de conhecerem a pujança e a capacidade de intervenção que foram, entretanto, ganhando.

Recebida, em Maio de 1981, a incumbência de tutelar a área de cultura, juntamente com as da educação e do turismo, começámos por constituir uma denominada Comissão Coordenadora da Acção Cultural, que foi como que o embrião do futuro Instituto, formalmente institucionalizado em Setembro de 1982. Com natural expectativa, ele começou rapidamente a ocupar um espaço próprio e foi, ao longo dos anos, com melhores e piores fases, com excelentes realizações mas também alguns notórios acidentes de percurso, fazendo a sua afirmação positiva na sociedade de Macau.

No momento em que se comemora o seu 15.o aniversário, fica-nos a sensação agradável de termos contribuído para o seu nascimento e para a sua consolidação. Recordando com saudade os tempos difíceis de arranque, quando os meios eram escassíssimos mas os entusiasmos arrebatavam e a vontade de fazer superava as dificuldades, desejamos ao Instituto Cultural de Macau longa vida, na certeza de que a sua intervenção será marcada pela perdurabilidade, se souber identificar-se sempre com Macau e com o importantíssimo legado histórico-cultural que lhe competirá defender e valorizar junto das gerações vindouras.

Macau, Junho de 1997.

O Secretário Adjunto para a

Administração, Educação e Juventude

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