Álbum

GEORGE CHINNERY(1774-1852)

George Chinnney nasceu em Londres, no ano de 1774. Iniciou a sua carreira de pintor na capital, mas em 1796 mudou-se para Dublim, na Irlanda, onde criou reputação como retratista e miniaturista. Em 1799, o artista casa com Marianne Vigne.

Em 1802 Chinnery parte para a Índia, onde iria permanecer por 23 anos. Aí continua a pintar, sendo conhecidas muitas das suas obras desse período. Finalmente, em 1825 George Chinnery chega a Macau.

Macau tinha nesse tempo uma comunidade inglesa, graças à Companhia das Índias Orientais aqui sediada. Chinnery teria, pois, sentido facilidade em se inserir no meio local.

São lendárias as suas deambulações por ruas e vielas de Macau, desenhando a cidade e os seus habitantes.

Chinnery viveu e pintou durante a "idade de ouro" da pintura paisagística inglesa, período que começa em 1760 e atingiu o auge nos primeiros quarenta anos do século XIX.

Não podemos esquecer que foi nesta época que surgiram, na pintura, vultos tão notáveis como John Constable e J. M. W. Turner, seus contemporâneos.

Contudo, e devido a uma supervalo-rização dos esboços rápidos de paisagens e cenas de rua feitos por Chinnery, existe o perigo de esquecermos que era essencialmente retratista. Os seus contem-porâneos na Grã-Bretanha, Índia, Macau e Hong Kong conheciam-no como tal.

Para seu descanso e prática da sua arte, Chinnery concentrou a sua atenção nas paisagens calmas de Macau e na população que animava as suas praças e ruelas. Não é por acaso que a maioria das paisagens são aguarelas —não podemos esquecer que o uso da aguarela foi introduzido, na Europa, por artistas britânicos.

A situação peculiar de Chinnery, como pintor europeu pioneiro no Extremo Oriente, conduziu-o a horizontes diferentes. Prova disso é a sua amizade com o pintor francês Auguste Borget, em 1838, quando foram pintados vários dos quadros de Chinnery [...]. Ambos se deixaram fascinar pelas velhas igrejas de Macau, pelos seus edifícios e ruas, pela sua herança portuguesa e chinesa.

Não é de excluir também a hipótese de Chinnery ter desejado publicar os desenhos, agrupados por temas, exactamente como o seu amigo Borget fazia nessa altura em Macau.

O período compreendido entre a partida de Chinnery para o Extremo Oriente e a sua morte em Macau, em 1852, foi [...] quando Macau registou um enorme desenvolvimento, não só como empório comercial, mas também como centro da humanidade e da cultura ocidental.

No mês de Março de 1849, três anos antes da sua morte, Chinnery anotou o seguinte pensamento, numa folha de esboços: "O génio, tanto poético como pictórico, reside na capacidade de se extrair a poesia da prosa de todos os objectos da natureza".

Considerado o artista mais influente do Extremo Oriente no século XIX, faleceu em 1852, após 27 anos de estadia em Macau. Está sepultado no Cemitério Protestante, perto do Jardim Luís de Camões.

"Praia Grande". Reprodução em diazzo, 27,2 x 39,5 cm.

"Ruínas da Catedral de S. Paulo". Reprodução em diazzo, 33 x 22,8 cm.

"Vista da Rua Perto da Igreja de S. Lourenço". Lápis sobre papel, 1839, 20 x 20 cm.

"Igreja de S. Paulo e Escadaria". Lápis e sépia sobre papel, 1834, 17,2 x 17,9 cm.

"Praia Grande Vista do Sul". Lápis sobre papel, 1835, 18,6 x 26,6 cm.

"Igreja de S. Paulo". Lápis sobre papel, 1835, 26,6 x 18,1 cm.

"Cena de Rua". Reprodução em diazzo, 12,6 x 17 cm.

"Fortaleza de S. Pedro". Lápis e carvão sobre papel, 28,7 x 22,7 cm.

"Vista da Praia Grande". Reprodução em diazzo, 20,8 x 33,4 cm.

"Vista da Praia Grande". Lápis sobre papel, 20 x 32,6 cm.

desde a p. 183
até a p.