Preface










Introdução


NOTA DO ARTISTA


Ilustração


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Chan Chi Vai é um célebre pintor e calígrafo de Macau há muito activo no mundo da cultura e das artes, através da sua associação ou estudos com inovadores e mestres. Segundo as suas próprias palavras, estudou pintura chinesa e pintura e escultura ocidentais com Zhou Gongli e Guan Wanli, caligrafia e gravação de sinetes com Luo Shuchong e poesia clássica chinesa com Li Xinzhai, já para não referir um bom número de personalidades que foram seus amigos e mestres ao mesmo tempo.

Artista versátil, Chan é exímio na pintura chinesa, incluindo os géneros paisagem, figuras e flores-e-pássaros. Na caligrafia é competente nos “quatro estilos de caligrafia” , em especial no regular, semi-cursivo e cursivo. É também um bom gravador de sinetes, com um estilo que segue os sinetes imperiais Qin e os sinetes Han.

Chan tem-se envolvido em actividades criativas em outros campos artísticos, tendo iniciado a sua carreira nos anos 60, no desenho, escultura e aguarela, chegando a apresentar mais tarde trabalhos de instalação. Mais recentemente, a sua participação em variadas exposições prova bem a sua paixão ecléctica pela arte.

Além do seu papel diligente como artista, Chan dedica-se com afã a actividades e empreendimentos sociais e culturais, bem como ao ensino de matérias de sinologia e arte a numerosos discípulos. Pessoa introvertida e reservada, preza imenso os amigos, elogia os seus mestres e respeita os seus ensinamentos. Devido ao seu nobre carácter, foi escolhido como presidente da Associação Yu Un dos Calígrafos e Pintores Chineses de Macau, sucedendo assim a Lin Jin. Chan é também membro eleito da Comissão Nacional da Federação de Círculos Literários e Artísticos da China (CFLAC). Estes cargos honoríficos não só demonstram o amplo reconhecimento pela sua obra artística como dignificam o círculo das artes de Macau.

Chan tem devotado um carinho especial à caligrafia e pintura tradicionais. Embora se tenha estreado nas artes com a pintura ocidental, dedicou-se mais tarde a estes campos tradicionais, que logo se tornaram uma missão de vida. Como o próprio artista explica “actualmente a maioria dos pintores tenta combinar técnicas de pintura ocidental com pintura chinesa, mas eu quero dar um bom exemplo (contra esta moda) insistindo na pintura chinesa tradicional”. E como tal ele recusa-se, de forma consistente, a empregar técnicas ocidentais nas suas pinturas chinesas, assumindo o orgulho de perpetuar o legado dos pintores letrados chineses. Ao longo da sua carreira artística de cinco décadas logrou manter a criatividade, produzindo obras notáveis. Em virtude da sua ampla erudição, os trabalhos de Chan apresentam traços mistos e estilos compósitos. As suas paisagens evocam as de Zhang Daqian e a sua caligrafia assemelha-se muito à de Lin Jin e Li Xinzhai. A sua pintura de figuras faz lembrar a de Deng Fen e a de flores-e-pássaros as de Ju Chao, Ju Lian e Zhang Shaoshi, ao passo que a gravação de sinetes nos recorda o estilo de Feng Kaughou.

Em resumo, servindo-se da pintura para ilustrar a caligrafia e da caligrafia para mostrar a pintura, a obra de Chan Chi Vai representa uma perfeita integração entre a pintura e a caligrafia, provando assim a sua dedicação à tradição chinesa. As suas obras ilustram perfeitamente o charme artístico da pintura letrada tradicional, na qual pintura e caligrafia são inseparáveis. Acreditamos sinceramente que espiritualidade e arte andam a par na arte de Chan e que este artista continuará a trilhar uma via distinta no panorama das artes.



Chan Hou Seng
Director
Museu de Arte de Macau