Introdução

Fonte da Vida: Um Maio Cheio de Arte

O XIX Festival de Artes de Macau tem como tema a “origem”, simbolizando a “fonte da vida”, e explora uma variedade de tópicos para expandir o pensamento do público sobre a vida. Vinte e seis performances dividem-se em 7 categorias, a saber “Destaques Temáticos: Origem”, “Inovadores: Colaboração”, “Criações Interdisciplinares: Teatro”, “Entretenimento Familiar”, “Essência da Tradição”, “Música” e “Exposições”, onde se aliam excelentes produções internacionais, nacionais e locais. Juntamente com actividades de promoção da artes junto da comunidade, o Festival apresenta mais de 100 eventos.

“Destaques Temáticos: Origem”, inspira-se na “fonte da vida” para explorar questões relacionadas com estilos de vida. Para assinalar o 200.º aniversário de nascimento de Karl Marx, o Centro de Artes Dramáticas de Xangai transforma a sua obra-prima na peça de teatro Das Kapital, onde se discute o que é o capital, com elementos próprios de Macau, num espectáculo brilhante que dá início ao Festival. O mestre de teatro contemporâneo Tadashi Suzuki, com a sua peça Mulheres de Tróia, mostra-nos a miséria e a desolação do Japão no pós-guerra. A companhia sul-coreana Sadari Movement Laboratory traz-nos uma adaptação de O Processo, obra clássica de Kafka, que explora a definição de crime com movimentos corporais e linguagem únicos. Eisa Jocson, emergente coreógrafa filipina a actuar na Europa, dá-nos a conhecer Acompanhante, o seu mais recente trabalho, que explora o corpo feminino e a política de género. Subject to_change, do Reino Unido, apresenta o seu premiado Lar Doce Lar, no qual os participantes podem construir casas em cartão e edificar uma cidade. O Festival das Artes encerra em alta com 13 Línguas, um cativante espectáculo de dança, música e estética folclórica pela companhia de dança taiwanesa de renome internacional, Cloud Gate 2.

“Inovadores: Colaboração” estabelece o vínculo entre artistas locais e artistas da Europa e da Ásia. O grupo local Associação de Arte Teatral Dirks, em colaboração com uma directora irlandesa e a sua equipa internacional de actores, apresenta A Noite antes da Floresta, obra do famoso dramaturgo francês Bernard-Marie Koltès. Pôr-do-Sol nos Estaleiros, pela Dream Theater Association, conta-nos a história da indústria local da construção naval. Migrações é uma peça de teatro documentário criada pelo Teatro Experimental de Macau, sendo os artistas trabalhadores emigrantes indonésios. O Festival de Artes de Macau também encomendou ao grupo de Singapura Nine Years Theatre a co-produção Júlia Irritada, baseada na famosa peça do dramaturgo sueco August Strindberg e representada, com um toque sarcástico, por actores de Macau e Singapura.

“Criações Interdisciplinares: Teatro” apresenta teatro em vários formatos, como o teatro físico Rua Vandenbranden, 32,do conceituado grupo belga Peeping Tom, e o teatro-dança e instalação Murmúrio da Paisagem, desenvolvido pela Associação de Artes e Cultura Comuna de Pedra com base na sua anterior actuação no Festival Fringe da Cidade de Macau. Também nesta categoria, uma artista portuguesa apresenta a experiência Parasomnia, na Casa do Mandarim, enquanto que a coreógrafa local Tracy Wong regressa ao Festival com As Franjas Curiosas – Explosão da Caverna, onde combina dança, instalação e elementos visuais. Para além das clássicas óperas cantonenses A Porta de Hanjiang e O Sonho da Câmara Vermelha, terão ainda lugar concertos, espectáculos de entretenimento familiar e exposições, para que todos possam apreciar uma sumptuosa festa das artes.

O Festival de Artes de Macau deste ano começa na “origem”, criando uma paisagem artística com várias camadas. Neste início de Verão, convidamos o público a embarcar numa viagem pelas artes.